Stiloguedes - XVIII - Edifício Tonelli de 1954 a 1958

Esta é uma obra de envergadura projectada ainda no início da carreira de Pancho Guedes. O edifício faz esquina entre actuais Av. Lumumba, antiga Brito Camacho e Av Lenine, antiga Augusto Castilho junto à barreira da Maxaquene. Na Av. Lumumba situa-se do lado oposto ao Consulado Britânico.
O Edifício Tonelli tem por companhia recente em direcção à Baixa uns colegas da geração do "Maputo que cresce" com design oriental. 

Edifício Tonelli, 1954-58

Edifício Tonelli também próximo do jardim botânico

Nas duas fotos de cima e nas duas de baixo vê-se o cruzamento das Av. Lumumba à esquerda e Av Lenine à direita.
As duas avenidas com bastante declive nesta zona
Foto da época da construção. Ao centro a torre de elevadores
mais quatro cisternas de água

Projecto: Fachada para a Av V. Lenine

Em relação ao projecto nota-se que a parede do 2o piso não foi totalmente continuada para as traseiras. Também o desenho do mural foi modificado tendo um parecido com este sido usado no Leão Que Ri de 1956. 
Ver também a mensagem com fotos adicionais.
Este texto parece justificar porque demorou o edifício 4 anos a construir (dificuldades financeiras do dono da obra):

Pancho Guedes é seguido com muito interesse pelos meios académicos e há inúmeras referências às suas obras. Aqui duas em língua portuguesa:.
Inês Lima Rodrigues: Amâncio Guedes criticou o moderno, usou-o, colou-o: levou o betão, a planta livre, os pilares, as varandas contínuas e introduziu-os com uma plasticidade mestra na arquitetura local moçambicana, principalmente na capital. Entre outras obras, um grande bloco com fachadas de texturas, varandas continuas, acessos em galeria tipologias mínimas: o Edifício Tonelli.
Jéssica Bonito: Trata-se de um edifício de habitação colectiva com 11 pisos, pertencente, segundo a classificação do próprio arquitecto, ao livro quinze, caixas habitáveis e prateleiras para muita gente. No que diz respeito à tipologia dos apartamentos, é possível encontrar-se alguns do tipo duplex e outros simples, distribuídos de forma irregular, como se percebe pelo alçado lateral. As circulações fazem-se em galeria e através dos acessos verticais, com caixa de escadas dupla e dois elevadores. É clara a influência do conceito de máquina de habitar de Le Corbusier e das premissas do Movimento Moderno na organização clara e funcional das habitações. No entanto, é perceptível o estilo único de Pancho Guedes nas molduras salientes dos vãos, nos murais com desenhos de inspiração africana e no tratamento plástico das enormes chaminés e caixas de elevadores. Foi um dos contributos deste arquitecto para a modernização da cidade, através da alteração da sua imagem urbana e de uma nova proposta para o modo de habitar. Actualmente está razoavelmente conservado.


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