Gregos em Moçambique - O edifício do Ateneu e a comunidade de Lourenço Marques

A comunidade grega em Lourenço Marques (actual Maputo) de que dou alguns elementos em baixo está na origem destes dois belos edifícios da cidade. Aqui vamos mostar o Ateneu Grego que foi o centro associativo da Comunidade e agora é o chamado Palácio dos Casamentos. 
Noutra mensagem mostro a vizinha Igreja Ortodoxa Grega com mais pormenor.
Fachada sul do Ateneu Grego para a 
Av Sekou Touré (ex Afonso de Albuquerque)
Fachada nascente=leste na Av Nyerere (ex António Enes)

Vista a 45 graus do Ateneu Grego
da Av. Sekou Touré para a Av Nyerere

à esquerda: as traseiras (lado poente=oeste)
à direita: a fachada sul para a Av. Sekou Touré 
Bairro da Polana
Vista da Av 24 de Julho
para a Igreja e o Ateneu Grego
na Av. Sekou Touré
Eu tinha a ideia geral que muitas padarias de L.M. eram de gregos mas fui-me agora apercebendo da posição destacada de muitos cidadãos de origem grega nas actividades económicas nomeadamente industriais. Vontade, iniciativa, trabalho, terra alheia, minoria religiosa, sentido comunitário provávelmente explicam os resultados que conseguiram bem expressos também nestes dois edifícios.
Quanto à explicação da sua vinda para Moçambique então sob administração colonial portuguesa acho que teve a ver com a presença de uma comunidade forte na África do Sul e com as dramáticas convulsões greco / turcas no início do século 20 ligadas à primeira Guerra Mundial e ao fim do Califado Turco (ver wikipedia em baixo). 
Noutra mensagem apresento mais dados históricos mas da minha recolha eis alguns apelidos aparentemente gregos na economia de L.M.
das Firmas nos anos 30
Gouveris & Stathakis
Papucides & Meletakos
Sundiadis & Protoulis
Panagiotis D. Billinis
Athanasio Ananiadis
Carlos Kyriakakis & Ca.

do Livro de Ouro de 1960s
Vassilis Gianouris – Fábrica de ladrilhos e mosaicos (veio em 1912)
Mitchel Cretikos - Cerveja e Refrigerantes Vitória/Reunidas 
Spanos – Papelaria
Manuel Macropulos - Fábrica SIPAQ e depois sócio da PROTAL (veio em 1926)
Panos Macropulos, Manuel Macropulos e Telemachus Tshihlakis (veio em 1926) - Sociedade Agrícola de Tabacos
Panos Macropulos – Loumar (a familia Macropulos estava em diversas frentes indústriais)

doutras fontes
Petrakakis – Restaurante Costa do Sol
Efentakis – agricultor na Matola Rio
Kassimatis - restaurante na Matola


http://en.wikipedia.org/wiki/Population_exchange_between_Greece_and_Turkey
Population exchange between Greece and Turkey
From Wikipedia, the free encyclopedia
The 1923 population exchange between Greece and Turkey stemmed from the "Convention Concerning the Exchange of Greek and Turkish Populations" signed at Lausanne, Switzerland, on 30 January 1923, by the governments of Greece and Turkey. It involved approximately 2 million people (around 1.5 million Anatolian Greeks and 500,000 Muslims in Greece), most of whom were forcibly made refugees and de jure denaturalized from their homelands.

By the end of 1922, the vast majority of native Asia Minor Greeks had fled the recent Greek genocide (1914-1922) and Greece's later defeat in the Greco-Turkish War (1919–1922). According to some calculations, during the autumn of 1922, around 900,000 Greeks had arrived in Greece. The population exchange was envisioned by Turkey as a way to formalize, and make permanent, the exodus of Greeks from Turkey, while initiating a new exodus of a smaller number of Muslims from Greece to supply settlers for occupying the newly depopulated regions of Turkey, while Greece saw it as a way to supply its masses of new propertyless Greek refugees from Turkey with lands to settle from the exchanged Muslims of Greece.

This major compulsory population exchange, or agreed mutual expulsion, was based not on language or ethnicity, but upon religious identity, and involved nearly all the Orthodox Christian citizens of Turkey, including its native Turkish-speaking Orthodox citizens, and most of the Muslim citizens of Greece, including its native Greek-speaking Muslim citizens.

Comentários

Interessantíssimo! Parte da história da cidade que devia ser também ensinada nas escolas.