A Rua da Gávea orienta-se na direcção nascente (leste) - poente (oeste). Ficando ao longo da ilha inicial de Lourenço Marques era uma das ruas mais longas e importantes dos primórdios do burgo. O nome vem de ter havido um posto de observação do que se passava para lá do pântano como se pode ver nesta mensagem.
FOTO 1 - Santos Rufino de 1929
Rua da Gávea cerca de 1929 (vista para poente) |
As duas fotos seguintes mostram a Rua da Gávea na sua parte central. A primeira é a FOTO 1 mas colorida e foi tirada com a Rua da Mesquita ao fundo (vista para poente) e a FOTO 2 foi tirada com a Travessa LARANCIA (do BM) ao fundo (vista para nascente). e em sentidos opostos.
FOTO 1 (igual à de cima mas colorida) e FOTO 2
FOTO 1 com a Travessa LARANCIA (do BNU/BM) ao fundo
FOTO 2 com a Rua FERRER (da Mesquita) ao fundo
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Pelas equivalências entre os edifícios (que aparecem de lados opostos) confirma-se então que as duas fotos de cima são do mesmo troço da Rua da Gávea mas vistos em sentidos opostos.
Como se pode ver no mapa em baixo a Rua da Gávea (preto) tem inicio na actual Rua da Mesquita (laranja) e termina na actual Travessa do BM (azul claro). Entre esses limites a rua cruzava sucessivamente a Travessa da Palmeira, a Travessa do Baluarte Norte e a Travessa da Porta da Linha.
Vê-se para o fundo das FOTOS 1 e 2 dois prédios de dois pisos que se podiam confundir mas que estão afastados um do outro mais de 100 metros. O da FOTO 1 está do lado norte = alta da cidade no cruzamento da Rua da Gávea com a Travessa do Forte da Linha (linha preta) e o da FOTO 2 está do lado sul = do porto no seu cruzamento com a Travessa do Baluarte Norte (linha vermelha).
Vê-se para o fundo das FOTOS 1 e 2 dois prédios de dois pisos que se podiam confundir mas que estão afastados um do outro mais de 100 metros. O da FOTO 1 está do lado norte = alta da cidade no cruzamento da Rua da Gávea com a Travessa do Forte da Linha (linha preta) e o da FOTO 2 está do lado sul = do porto no seu cruzamento com a Travessa do Baluarte Norte (linha vermelha).
A FOTO 3 seguinte é semelhante à FOTO 2 mas foi tirada um pouco mais para trás = poente e por isso capta a Travessa do Forte da Linha a cruzar a Rua da Gávea.
FOTO 3
Rua da Gávea a cruzar a Travessa do Forte da Linha com a Rua FERRER (da Mesquita) para o fundo como na FOTO 2 |
A seta roxa aponta um dos prédios, o que tinha cor castanho escura na FOTO 3 e que tinha cor de rosa na FOTO 2. A seta carmesim aponta o outro prédio.
Marquei as ruas e travessas mencionadas em cima num mapa e numa imagem de satélite da cidade actual. As cores nas duas partes do DIAGRAMA sâo coeherentes entre si amd não correspondem às que utilisei nas fotos de cima:
Marquei as ruas e travessas mencionadas em cima num mapa e numa imagem de satélite da cidade actual. As cores nas duas partes do DIAGRAMA sâo coeherentes entre si amd não correspondem às que utilisei nas fotos de cima:
DIAGRAMA HoM (1926 e actual)
Rua da Gávea de 1926 (marca preta só aqui) foi cortada pela
continuação da actual Marx (marca vermelha só aqui)
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Nesta mensagem pode ver alguns edifícios nas duas extremidades da Rua da Gávea. Noto que ela actualmente é um tanto diferente da antiga porque parte foi absorvida no cruzamento com a actual Av. Marx quando se fez o prolongamento desta para sul como se pode ver no mapa de cima a vermelho, mas isso acaba por não ter muito importância no resto desta mensagem.
Mais sobre a Rua da Gávea antiga e moderna aqui.
Ver aqui como foi identificado o local da FOTO 1.
Rua da Gávea (A. LOBATO, Lourenço Marques, Xilunguíne, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1970) - « Paira no ambiente um cheiro doce e forte a especiaria, dos cozinhados do Oriente que se preparam nos telheiros dos quintais acanhados. As travessas e a rua são estreitas e debruadas de estreitíssimos passeios, como em Diu. Muitos prédios são ainda primitivos, dum só piso com cimalha, paredes grossas de pedra, janelas estreitas com taipais antigos e cadeados da Índia, portas grossas com ferrolhos enormes, frestas altas gradadas da rua para os quartos escuros. Os muros dos saguões são todos altos, com pequenas portas para os pátios estreitos onde, por vezes, se abrem poços fundos, antigos. Alcandoram-se, entre os muros, escadinhas, cubículos anexos, terraços e varandins, por entre papaeiras e plantas aromáticas de jardim, que os orientais cultivam sempre. Mas já não há palmeiras compondo os ambientes frescos, onde era calma a existência secular em negócio para a rua na sala de entrada e vida para o pátio nos quartos de trás, com a mercadoria por entre a família, e a forrar as prateleiras da loja »
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