Casa Bayly: prédio na Praça 7 de março na Baixa de Lourenço Marques, actual Maputo

A firma “A. W. Bayly” estabeleceu-se como livraria em Lourenço Marques cerca de 1898. Não sei de esteve sempre aqui mas de cerca de1929 é esta foto da loja da Casa Bayly que vendia uma larga gama de artigos. O nome Bayly perdura até hoje principalmente como editor dos Anuários Comerciais, de livros e de muitos dos postais que existem de Lourenço Marques. 
Sabe-se que Wiberforce Bayly da empresa “A. W. Bayly” em 1914 monta atelier de fotografia no Avenida Building ou Prédio Pott onde esteve instalado o segundo estúdio dos irmãos Lazarus - ver aqui. Utiliso aqui duas fotos de publicidades nos albuns de Santos Rufino de 1929 recuperadas pelo HoM:

FOTO 1
Destaque aos produtos fotográficos KODAK

Entre os produtos enunciados no topo vê-se ARTIGOS de SPORT e há bicicletas na montra à esquerda. Clique na fotos para aumentar e ver os resto das pubs.

FOTO 2
Casa Bayly vista a 45 graus à direita da frente

A morada da Casa Bayly conforme se vê nas publicidades dos albuns de Santos Rufino em 1929 era na Praça 7 de Março (actual 25 de Junho). Olhando para a FOTO 2 tomando em conta o edifício à esquerda e uma rua à direita podemos dizer que o local era o seguinte:

FOTO 3
Verde: Prédio do Robert Hudson
 Laranja: Casa Bayly, e ao seu lado esquerdo a Travessa do Tenente Valadim
MAPA de 1926
Verde: Prédio do Robert Hudson na esquina 
com a Rua Araújo (actual Bagamoyo)
Laranja: Casa Bayly, ao seu lado esquerdo está
Travessa do Tenente Valadim que separa(va) a Casa Bayly
 da Casa Amarela (quadrado preto)
Anúncios publicitários de 1929



A Casa Bayly depois de 1929 saiu deste local na Praça. O prédio da esquina ex-Robert Hudson veio a absorver o edifício da Casa Bayly (embora eu não saiba exactamente como) e no local nos anos 60 ficou o Café Nicola. 
Dum local seguinte da Casa Bayly ainda na Baixa (embora possa ter havido outro intermédio) tratamos na mensagem
Uma curiosidade, a resposta da Casa Bayly a correspondente (alemão) não desejado: 
Carta de 1911. Bayly booksellers

No livro de Alfredo Pereira de Lima "Casas que fizeram Lourenço Marques" ele escreve que "Rochas da praia, de formação calcárea, pedras da Ponta Vermelha, cal e areia, foram os materiais empregados por esses construtores. Os rebocos eram ainda de argamassa de cal com areia, mas já se empregavam tijolos feitos localmente. Vestígios desses materiais de construção encontrei largamente aplicados no exame que fiz às demoliçôes efectuadas ... na demolição do edificio da Casa Bayly, cuja parte mais antiga fora construîda pelo pioneiro Paullno António Fornasini, em 1879", pelo que se trataria de parte do edifíco que vimos aqui embora não se perceba bem qual.

Como estava escrito "stationers" no topo do lado direito da Casa Bayly (mais visível na FOTO 1, clique para aumentar), relembro aos tugas chicos-espertos que tentam lançar o termo "estacionário", que em Português se diz "Artigos de Papelaria" ou "Material de Escritório". E acima de tudo porque "stationery" em inglês não é a mesma coisa que "stationary", querem mesmo chamar-lhe "estacionério"? 

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