Guindaste de 60/80 toneladas: reliquia a enferrujar-se no Porto de Maputo em 2008

Vimos noutra mensagem imagens da histórica construção do cais da actual cidade de Maputo em que enormes peças de betão armado eram encaixadas como um puzzle. Essas peças eram deslocadas por um guindaste. 
Em 2008 e com poucos meses de diferença, turistas a bordo de cruzeiros a atracar no cais na direcção do Alto-Maé fotografaram um guindaste a enferrujar-se. Veremos que se trata de uma reliquia histórica e técnica.
Na tabuleta ainda se lê (deve ser esmaltada): Ostwerk (?) 1910 (?)
Nagel e Kaemp - Hamburg (quer dizer Alemanha)
Carga máxima: 60 000 kg (ou 60 toneladas) - Clique para aumentar
Repare-se na base redonda para o guindaste rodar a 360 graus e
sustentada em "4 pés de galinha" com rodas de ferro
Podemos ver a seguir este guindaste a ser usado na construção da ponte-cais Gorjão de Lourenço Marques, actual Maputo:
No final de 1911 (mais detalhes nesta série de artigos)
Aqui também numa fase inicial da ponte cais porque havia uma enseada entre ela e a terra firme, que foi depois aterrada para se aumentar o recinto do porto.
Guindaste pegando numa embarcação (só com o casco)
A foto de cima foi publicada na Gazeta da Colónias em 1924 que é disponibilizada pela Hemeroteca Municipal de Lisboa. Ela é de momento ligeiramente diferente da foto seguinte publicada por Santos Rufino em 1929 mostrando-se assim o guindaste, já não na construção mas na operação do porto.
Descarregando o PETER cerca de 1929
Santos Rufino afirmava: "guindaste de 60 toneladas que é único em toda a África do Sul". Vê-se aqui que a tabuleta no guindaste é a mesma que a das fotos recentes onde estava pendurada num sítio diferente do antigo, mas parecia estar aí simplesmente encostada.
Este guindaste histórico ter ido para a sucata foi uma perca inestimável do património técnico da cidade. Aqui chegado, não sei bem porquê mas lembrei-me disto e que é muito mais grave
O porto de Maputo é actualmente explorado por uma Parceria Publico Privada

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