Conforme anteriormente explicado a Casa de Ferro (CdF) é um pré-fabricado adquirido na Bélgica e primeiramente instalado na Av 5 de Outubro, actual Josina em 1892. Em 1912 passou a pertencer à Agrimensura e continuou aí montada até pelo menos ao ano de 1966. Depois foi desmontada e instalada em 1972 como edifício histórico junto ao Jardim Botânico onde se encontra actualmente. Em 1974 era o Museu dos Serviços Geográficos e Cadastrais de Moçambique, o sucessor da Agrimensura, e agora está ligada ao Ministério da Cultura. Foi renovada em 2014 em parte com fundos da empresa mineira Vale, em paralelo com a renovação do Jardim Botânico.
Ver aqui a posição no Google Maps mas para simplificar vou considerar que a fachada principal que fica virada para a praceta em frente à entrada principal para o Jardim Botânico está virada para a Baixa ou seja sul mas devia ser mais sul-sudoeste.
Agora uma foto da casa nos tempos iniciais dessa segunda colocação:
Nesta foto vê-se por trás, o que significa para lá da larga Av. Samora que tem 6 faixas de rodagem (antiga Av. D. Luís e mais antiga Aguiar), do lado esquerdo o antigo prédio JFS remodelado e ao centro - ao alto ao fundo o prédio TAP/Montepio (Mirem).
Lisandra Franco de Mendonça na sua tese de doutoramento apresenta duas fotos do Arquivo Histórico de Moçambique mostrando a Casa de Ferro a ser montada em 1972.
Ver aqui a posição no Google Maps mas para simplificar vou considerar que a fachada principal que fica virada para a praceta em frente à entrada principal para o Jardim Botânico está virada para a Baixa ou seja sul mas devia ser mais sul-sudoeste.
Fachada principal virada para a praceta frente ao jardim, aproximadamente sul Foto recente de Nuno Rosário - clique para aumentar |
à esquerda: lado poente = oeste - à direita: fachada principal no lado "sul" |
Esquina entre os lados poente = oeste e sul actualmente |
Na altura da inauguração
à esquerda: lado nascente = leste; à direita: traseira, do lado norte
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Como na foto de cima: lado nascente e traseira (norte) recentemente
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Como se vê pelas fotos em cima, em relação aos dois lados mais estreitos da casa, no lado poente = oeste da CdF há varandas e no lado nascente = leste há um corpo saliente que suponho seja para dar espaço para a escada do primeiro para o segundo andar. A escada para o primeiro andar é exterior com entrada pela porta na varanda da frente.
Vista da ligação entre a praceta frente ao jardim e a Rua Henrique de Sousa.
Pináculo da Catedral Católica ao longe à direita para norte |
Ver fotos do interior e mais pormenores do exterior aqui.
Para além do seu aspecto único, os três pisos da CdF fizeram com que durante muito tempo fosse o edifício mais alto da cidade de Lourenço Marques (actual Maputo). Se virmos bem os edifícios principais construidos até digamos 1920 eram de dois pisos, caso dos Correios, Finanças e Alfândega. Mesmo nos álbuns de Santos Rufino de 1929 não me lembro de nenhum de três pisos. Por exemplo o Consulado de Itália (Padaria Aziz) agora com três pisos ainda tinha só dois e talvez tenha sido o prédio S. Jorge já dos anos 30 um dos primeiros com três. Estes edifícios são lembrados aqui também por estarem próximos de onde está agora a CdF.
Ver artigos mais pormenorizados sobre a CdF e os seu fabricante nesta série.
Interessante ver na contracosta de África: palácio de ferro de Luanda.
Para além do seu aspecto único, os três pisos da CdF fizeram com que durante muito tempo fosse o edifício mais alto da cidade de Lourenço Marques (actual Maputo). Se virmos bem os edifícios principais construidos até digamos 1920 eram de dois pisos, caso dos Correios, Finanças e Alfândega. Mesmo nos álbuns de Santos Rufino de 1929 não me lembro de nenhum de três pisos. Por exemplo o Consulado de Itália (Padaria Aziz) agora com três pisos ainda tinha só dois e talvez tenha sido o prédio S. Jorge já dos anos 30 um dos primeiros com três. Estes edifícios são lembrados aqui também por estarem próximos de onde está agora a CdF.
Ver artigos mais pormenorizados sobre a CdF e os seu fabricante nesta série.
Comentários
Com os melhores e respeitosos cumprimentos. É um contributo que devia aqui deixar em prol do rigor histórico.
https://housesofmaputo.blogspot.com/2016/01/casa-de-ferro-institutos-d-amelia-e.html
é o reputado Alfredo Pereira de Lima que dá a cronologia que uso, relativa a só dois locais, na Av. 5 de Outubro (onde foi a Agrimensura) primeiro e junto ao Jardim Botânico (Vasco da Gama) depois.
O que eu vejo nas fotos mais antigas é que cerca de 1901 ela estava na Av.5 de Outubro, actual Josina
https://1.bp.blogspot.com/-DzyK5y6OhU4/XZJ1p1SPqzI/AAAAAAABFlI/QRWd9bB_MJYGQCwub2UU93QflSb6aQidQCLcBGAsYHQ/s1600/lazarus%2Bcocoa%2Bnut%2Breduz%2Bcom%2Bmarca%2Bjardim%2BCF%2Breduz%2B2.jpg
e em 1907 continuava lá
https://housesofmaputo.blogspot.com/2017/01/a-visita-do-principe-real-e-o-batuque_89.html
e cerca de 1929 também
https://4.bp.blogspot.com/-DlqHX-x2ddc/WG5PwwUXl8I/AAAAAAAAloI/ikPnOBntb8ETgtotPn5nNKAkGK9xHG1LgCLcB/s1600/agrimensura%2B-%2BCasa%2Bde%2Bferro%2Bqm%2Bcompleto.jpg
Por isso se tiver dados ou recordações mais concretos sobre a sua instalação inicial junto ao Jardim Botânico agradecia que os enviasse.
O que entretanto descobri é que houve outra casa de ferro junto ao jardim
https://housesofmaputo.blogspot.com/2019/09/casa-de-ferro-de-dois-pisos-na-baixa-e.html
mas essa foi desmontada ainda nos anos 20, por isso não pode estar a confundir com essa.