Casas do OLX (27) - Vivenda art deco na Maxaquene, a sua gémea e os navios no estuário.

Vivenda art deco no cimo da barreira da Maxaquene de costas para a Baixa, Av. Lumumba antiga Brito Camacho.


Deve ser a entrada para a escada 
para o primeiro andar
As traseiras já estão em declive no início da barreira


Vista do terraço para o estuário que em tempos idos (em que não era preciso 
jaulas no Rés do Chão nem depósitos para a água das chuvas) 
esteve desobstruída - "é o preço do desenvolvimento, pá!
Com a foto de cima, a localização aproximada do prédio do OLX na Av. Lumumba é fácil:

Google Earth (GE) actual
sul na parte de cima desta imagem
Amarelo:
 Av. Lumumba
Laranja e roxo: Pelo que se vê no terraço da vivenda 
com uma saliência ao centro, esta do OLX podia ser 
uma das duas vivendas. Confirmo em baixo que é a do roxo.
Vermelho: Entrada do Bairro Coop das 12 casas de 1955

Como vimos na mensagem do Centro de Saúde da Maxaquene o prédio em frente ao Bairro Coop das 12 casas é o que se vê nesta imagem ao fundo e também em pormenor:
Por isso marquei a cor laranja na imagem GE em cima 
o prédio em frente à entrada do Bairro Coop e fica-se a saber
 que este em 1955 já existia
Ora, como pode ver aqui ou com a imagem actual na mensagem respectiva, o prédio do Centro de Saúde é parecido com o do OLX pelo que fui procurar se realmente havia dois prédios semelhantes pelo menos nessa zona da Avenida. E havia!
Foto antiga mas sem alteração para o que interessa.
Laranja: Centro de Saúde.
Pode-se ver que tem um toldo vermelho em frente do R/C
 que também aparece no GE (mancha vermelha)
e permite confirmar a localização de cada um dos prédios.
Também é castanho enquanto que o do OLX é creme.
Roxo: É o prédio para alugar no OLX.
Confirma-se pelo que se vê ser "igual" ao outro.
Amarelo: Av. Lumumba, ex Brito Camacho
Porque aqui aparecem estas duas vivendas e elas não foram feitas por milagre lembrei-me duma história que é genérica e não sei se aplica aqui ou não.
Houve um senhor que andou a trabalhar no duro nos anos 40 ou 50 do século passado para poder deixar umas coisas para a família. Com as primeiras poupanças fez uma destas casas e depois com mais trabalho árduo conseguiu dinheiro para fazer outra. Como o terreno ao lado da primeira já não estava livre, o senhor teve que comprar um outro mais abaixo/acima da primeira e fê-la igual. 
Depois damos um grande salto no tempo e ao fim duns 70 anos uma das casas acaba penso eu no Estado se o centro de saúde for público (o que é do mal o menos, pelo menos ficou para o "povo"), e esta saiu a um feliz contemplado pela Sorte Grande que ficou com ela sem saber como. E esse sortudo que nunca gastou dinheiro com esta casa que até já está bastante arruinada vai alugá-la por um balúrdio de USD por mês a alguma ONG/NGO que não tem alternativa melhor.
E entretanto a famíla do tal senhor que tanto trabalhou nos anos 40 ou 50 ficou a ver navios, mas longe do estuário. Este seria um final de história feliz para uns, infeliz para outros. E como diria alguém: É a vida, pá!

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