Miradouro da Polana: evolução do início à actualidade (parte 2/2)

Sequência da Mensagem Anterior (MA) que tinha fotos numeradas de 1 a 6 e que serão aqui frequentemente chamadas pelo que o melhor para quem não conhecer bem o local é ter as duas mensagens abertas simultâneamente. Sabe-se que foi durante o mandato do Eng. Pinto Teixeira (um dos principais dirigentes dos Caminhos de Ferro em Moçambique) como presidente da Câmara de Lourenço Marques, actual Maputo, que nos anos 40 se construiu o miradouro mostrado nas fotos da mensagem anterior. Por isso fui tentar perceber o que terá sido feito com o decorrer do tempo. 
Começo com duas fotos de Carlos Alberto Vieira para o seu álbum "Recordações de Lourenço Marques" que mostra o que existiu depois dos trabalhos dos anos 40.

FOTO A  do final dos anos 50, início dos 60
Vista para norte
Roxo: Rua Bérrio
Laranja: Avenida do miradouro chamada Connaught,
actual Engels como nas FOTOS 4 e 5 da MA

Preto: saida/entrada no Caracol (ver com mais pormenor
nas últimas fotos desta mensagem)
Verde: Grade/balaustrada ao longo de parte do miradouro
 e o passeio (ver nas FOTOS 4, 5 e 6 da MA).
Vermelho: Escadaria para a primeira curva do Caracol
que se via nos anos 60/70 ao fundo da FOTO 6 da MA
e que é o local antes dos trabalhos na FOTO D desta mensagem.
Azul: Parte da pérgola com saliência arredondada, 
das FOTOS da MA 1, 2, 3 e na 6 ao fundo.
Castanho: Passeio da primeira ou última recta do Caracol
 (ver a FOTO C em baixo)
FOTO B  do final dos anos 50, início dos 60
Vista para sudoeste mas mais distante.
Mesma legenda da FOTO A, 

sem o Castanho (seria o passeio ao longo do traço preto), 
e mais o Branco que parece ser um quiosque 
e se o foi não deixou mais rasto,
Passo agora a uma foto mais ou menos actual para se ver a situação actual da recta final do Caracol, logo por baixo do início do miradouro da parte norte da cidade.


FOTO C - mais ou menos actual
Este é o passeio da primeira ou última recta do Caracol
 marcado a castanho na FOTO A onde havia também os bancos
 e os postes de iluminação como se vêm aqui. 
Comparando com a FOTO A, na FOTO C vê-se só a parte aí marcada a castanho. A parte superior da recta com os bancos na curva que liga directamente à avenida que se vê na FOTO A (e como era inicialmente se vê na FOTO D em baixo) não aparece na FOTO C pois estaria para a sua esquerda. 

Agora duas fotos anteriores aos trabalhos dos anos 40 que nos permitem avaliar o que existia antes e o que foi construído depois dos anos 40. 
FOTO D de 1910/11
Ao alto da  primeira ou última recta do Caracol. Vista para sul, 
em cima da curva com bancos que liga a recta directamente à avenida

Olhando para a FOTO D e procurando a correspondência com as FOTOS A e B notamos: 
Seta vermelha das FOTOS A e B: Na FOTO D não existia escadaria por trás de onde o calhambeque aqui está a curvar.

Seta verde das FOTOS A e B: Na FOTO D não existia a balaustrada nem o passeio ao longo do miradouro que se vê na FOTO A e onde estava sentada a jovem simpática na FOTO 6 da MA.
Castanho da FOTO A (e passeio da FOTO C): Na FOTO D em vez do passeio com balauastrada havia um montão de terra na berma da estrada do lado da barreira.

Na FOTO D também me parece que o muro de pedra que suporta a terra ao nivel da avenida do miradouro não existia para lá da curva à vista do Caracol. Quer dizer mais para a frente deste local a barreira estaria ainda em estado natural. Essa ideia é reforçada pela FOTO E  em que parece que entre o limite este = nascente da avenida do miradouro e a barreira não havia uma separação bem delineada, mas é difícil ter a certeza absoluta.
.FOTO E de cerca de 1929 
Vista para sul
Vermelho: Não se vê bem mas parecia não existir a escadaria 
que aparece nas FOTOS A e B 
Verde: Parecia não haver balaustrada nem passeio pavimentado, 
nem muro de sustentação para lá (sul) da primeira curva do Caracol.
Azul: Não havia pérgola
Roxo: Rua Bérrio (ver aqui a FOTO 7 
com o resto desta foto para a direita)
Laranja: Av. do miradouro chamada Connaught, actual Engels

Parece ficar-se daqui com a ideia que o miradouro da Polana resulta principalmente dos trabalhos efectuados nos anos 40 pois antes (FOTO E de 1929) havia simplesmente uma avenida paralela ao topo da barreira sem "obras de arte" para lá das feitas para o Caracol. Se assim foi, o que se fez nessa altura deve ter sido:
i. construção dum muro ao longo da barreira para sustentar um aterro que serviu de base para a construção do miradouro que não existia antes. O aterro foi necessário pelo menos onde o terreno acima da barreira teria cavidades;
ii. a escadaria que liga o miradouro ao Caracol (que se via na FOTO 6 da jovem na MA e aqui se vê na FOTO A);
iii. Trabalhos de embelezamento do miradouro como os da pérgola;
iv. Provávelmente o alizamento e consolidação da barreira do miradouro até ao nivel da praia e construção de várias escadas em pedra de alto a baixo. 
Dado o seu relevo para a época é natural que estas realizações tenham ficado registadas e que o nome do Eng. Pinto Teixeira, como responsável na altura, tivesse perdurado na memória colectiva.

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