Na sequência desta, desta e desta mensagens para finalizar o tema apresento três fotos mais ou menos recentes e próximas onde se vêm os três armazéns construídos ou reconstruídos talvez nos anos 30 ou 40 e que estão colocados aproximadamente na posição dos armazéns especiais iniciais.
Até pode ser que algumas das paredes agora existentes ainda sejam deles mas inicialmente a sua frente era de chapa ondulada e a superfície destes parece ser lisa. Nem tenho a certeza de que as paredes principais dos actuais sejam de betão, talvez ainda sejam de chapa. Relembro das mensagens anteriores que a grande diferença dos actuais para os iniciais é no telhado para além das partes laterais, e penso eu que têm também maior superfície total (maior largura).
FOTO 1
Na posição dos três armazéns especiais iniciais vemos o armazém actual colocado ao centro, com o depósito por trás, em vista para norte |
FOTO 2
Os três armazéns construidos talvez nos anos 30 ou 40, em vista para nordeste.
O armazém central tem por trás o depósito a meio, e o mais para a direita (nascente = leste) parece ter sido reabilitado |
FOTO 3
Vista dos armazéns a partir do estuário para a cidade
Nestas FOTOS 1 e 3 vê-se as estacas e as vigas de betão armado com que se construiu a ponte cais há mais de 80 anos (ver aqui e aqui) e que me parecem estarem a precisar de reparação/consolidação. Será esse o motivo desta parte do porto estar desoladoramente vazia, sem guindastes e sem navios atracados? Acho que algum dia as autoridades terão de reconstruir o que o poder colonial fez, senão a superfície da Baixa reduzir-se-á um bom bocado ...
Noto ainda que nestas três fotos se vê também a torre do sinal para os navios (na FOTO 3 na direcção da da JCE).
Resumindo o que Santos Rufino escreveu em 1929 sobre o porto de Lourenço Marques, actual Maputo (já falamos do que disse por exemplo sobre as carvoeiras): O cais custou mais de 500 000 libras, tem 1 610 m de comprimento com capacidade para 12 navios de grande tonelagem e estava-se a prolongar para responder ao crescimento do tráfego. Em 1927 atracaram 778 navios. com a tonelagem bruta de 3 600 k toneladas, descarregando 407 k tons e carrregando 577 k tons. Existem 11 vastos armazéns para resguardo das mercadorias que saem e entram no porto ou estão em trânsito e ocupam 23 000 metros quadrados. Para o serviço de cargas e descargas conta com 23 guindastes eléctricos, sendo 15 de cinco toneladas, 3 de 3 toneladas, um de 8, dois de 10 e um outro de 60, único em toda a África do Sul (o tal que desapareceu há pouco tempo).
Noto ainda que nestas três fotos se vê também a torre do sinal para os navios (na FOTO 3 na direcção da da JCE).
Resumindo o que Santos Rufino escreveu em 1929 sobre o porto de Lourenço Marques, actual Maputo (já falamos do que disse por exemplo sobre as carvoeiras): O cais custou mais de 500 000 libras, tem 1 610 m de comprimento com capacidade para 12 navios de grande tonelagem e estava-se a prolongar para responder ao crescimento do tráfego. Em 1927 atracaram 778 navios. com a tonelagem bruta de 3 600 k toneladas, descarregando 407 k tons e carrregando 577 k tons. Existem 11 vastos armazéns para resguardo das mercadorias que saem e entram no porto ou estão em trânsito e ocupam 23 000 metros quadrados. Para o serviço de cargas e descargas conta com 23 guindastes eléctricos, sendo 15 de cinco toneladas, 3 de 3 toneladas, um de 8, dois de 10 e um outro de 60, único em toda a África do Sul (o tal que desapareceu há pouco tempo).
Como se vê, que se possa identificar com os armazéns especiais ou com os guindastes com peça em forma de L também referidos nas três mensagens anteriores não há nada específico.
E o mesmo se passa no livro "Terras de África" escrito na mesma época:
E o mesmo se passa no livro "Terras de África" escrito na mesma época:
Azul: Relativo aos armazéns. |
Tal como Santos Rufino este livro falava de 11 armazéns no total. A superficie de 1 800 m2 tinha de ser por unidade para ser mais ou menos compatível (11 x 1 800 = 19 800 m2) com os 23 000 m2 de Santos Rufino. Os 1 800 m2 poderiam corresponder em média a 60 m de comprimento e 30 m de largura, o que seria mais ou menos a área que se vê nas fotos.
Finalizando, para este assunto aparentemente anódino encontraram-se imensas fotos e mapas relevantes ajudando não só à percepção dos armazéns a que chamei especiais mas também do resto do recinto do porto. Mas infelizmente não consegui descobrir para que eles serviam nem como funcionavam os seus guindastes, o que era uma das minhas curiosidades principais quando me interessei por isto. Bad luck.
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