Há muitas fotos e postais de riquexós (rickshaw) em Lourenço Marques (LM), actual Maputo e alguns foram aparecendo no HoM. Este é um tema que me deixa mal disposto pois embora ninguém da minha família tenha seguramente andado de riquexó faz-me sentir o que deve ser uma das facetas do "fardo do homem branco" dito no sentido actualmente prevalescente de fardo = culpa colonial (embora se eu perceba bem as interpretações, ao principio o "white man's burden" do poema de Kipling fosse usado ou fosse entendido no sentido inverso i.e. de fardo = trabalho positivo feito nas colónias).
Trato aqui o essencial dos riquexós pelo menos com quatro fotos inéditas no HoM e a maioria tem interesse pelos locais mostrados.
Trato aqui o essencial dos riquexós pelo menos com quatro fotos inéditas no HoM e a maioria tem interesse pelos locais mostrados.
FOTO 1
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| A esta foto é atribuida a data de 1900. Se for onde penso a zona tinha sido pântano drenado há poucos anos |
O local da FOTO 1 é por trás do Mercado Municipal na actual Av. Manganhela. O edifício que esta isolado penso que não chegou aos nossos dias mas o que está para a esquerda faz parte do conjunto que vemos em baixo:
FOTO 2
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| Lojas coloridas na antiga Av. Álvares Cabral. Há foto antiga deles que mostra provávelmente o mesmo riquexó parado. |
FOTO 3
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| Frente aos Tabacos George cerca de 1929 onde agora é o Hotel Turismo |
Diz Santos Rufino que este senhor tentou usar tais adereços importados do estrangeiro (provávelmente de Durban na África do Sul, onde riquexós continuam a existir em 2016 e são até um símbolo da cidade, o que alivia um pouco o meu fardo) mas a polícia não deixou.
A foto seguinte foi gentilmente cedida ao HoM e é do ARPAC pasta “Maputo Cidade XI, Monumentos e Locais Históricos”.
A foto seguinte foi gentilmente cedida ao HoM e é do ARPAC pasta “Maputo Cidade XI, Monumentos e Locais Históricos”.
FOTO 4
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| Início do século XX (20) em LM. Legenda do postal: Mercado Municipal. |
A FOTO 4 foi tirada na esquina das actuais Avs. 25 de Setembro e Magaia, próximo do cruzamento com a Rua da Mesquita para sul.
Já vimos que em frente ao mercado havia uma paragem de riquexós (suponho que funcionavam como os táxis) por isso os da FOTO 4 podiam estar a vir de lá ou a regressar para lá. Da mesma zona podem-se ver riquexós noutras fotos como seja na da esquina da Rua da Mesquita (FOTO 2) e já uns 50 metros dentro dessa rua (FOTO de cerca de 1929). O local da FOTO 4 de cima era a cerca de 150 metros do suposto local da FOTO 1 (lojas coloridas) que lhe ficaria para norte e a cerca de 200 metros do local da FOTO 3 que lhe ficaria para nascente =leste.
Passamos agora a uma imagem tirada pelos irmãos Lazarus por isso de 1899 a 1908, em que há qualquer coisa escrita no original que não consigo perceber e que talvez tivesse interesse. O que mostro é um postal colorido produzido a partir desse original e ficou com uma legenda genérica.
Segue-se uma foto dos irmãos Lazarus, de entre 1889 e 1908.
Segue-se uma foto dos irmãos Lazarus, de entre 1889 e 1908.
FOTO 5
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| Deve ser na praceta em frente ao Jardim Botânico cuja entrada se veria à esquerda. Os muros e o pórtico actuais foram feitos em 1924 o que explicaria a diferença para o que se vê. |
FOTO 6
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| Desta foto não sei nem local nem a data (vê-se que o prédio tinha varanda alpendrada e uma porta forte) mas é interessante ver a soneca de repouso da tripulação do engenho |
Também já tinhamos visto a FOTO 7 do alamy junto ao kiosk Cahlet/Sideris que é a de melhor qualidade de todas com riquexós em LM. Foi tirada cerca de 1900 e o local é mais ou menos (pois a esquina que se vê foi arredondada depois) na actual Praça 25 de Junho, antiga 7 de Março, em frente (para poente) à Papelaria Académica.
FOTO 7
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| Vista para sudoeste Kiosk, elegantes madames, tripulação do riquexó e o dito cujo, mais uns transeuntes locais |
A FOTO 7 mostra também o início da Rua Consiglieri Pedroso onde houve grande tráfego de riquexós como se pode ver nas primeiras fotos desta mensagem.
A partir de 1904 com o surgimento e expansão do sistema de carro eléctrico os riquexós foram entrando em desuso mas ainda aparecem em fotos de Santos Rufino (a FOTO 3 desta mensagem, por exemplo) que seriam de cerca de 1929. Mas noto que nessa altura já havia por exemplo uma grande praça de táxis na Praça 7 de Março e suponho que por aí o uso de riquexós devia ser residual e só para pequenas distâncias.
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