Parte do conteúdo baseado no texto publicado no site da CGD “Filial do BNU em Lourenço Marques – Maputo”.
O Banco
Nacional Ultramarino (BNU) instalou-se em Lourenço Marques (LM) em 1877 em
simultâneo com a chegada da expedição das Obras Públicas do General Machado que
criou a cidade moderna. Mais de
20 anos depois continuava a ser o único banco português, sendo os concorrentes
o The Bank of Africa, o Standard Bank e o African Bank Corporation Ltd. A grande diferença é que o BNU era emissor (fazia a moeda em
princípios, geria as divísas) e comercial (de empréstimos e depósitos), os
outros eram só comerciais.
Na mensagem anterior tinhamos visto em detalhe o edifício de 1891 que foi a
primeira construção própria do Banco num terreno na Rua Consiglieri
Pedroso (CP) da Baixa. Nesta mensagem vamos ver aí as instalações de 1914
a 1958, data em que foram demolidas para permitir a construção do edifício
moderno que uns 10 anos depois passou a ser a sede do
Banco de Moçambique.
Começamos com duas fotos do edifício neo-clássico (de desenho entre o ecletismo e a art nouveau segundo o HPIP) do BNU construido em 1914 quando administrativamente se tratava já duma filial. O seu arquitecto foi Ferreira da Costa, o mesmo do Teatro Gil Vicente de 1913 e da fachada da estação de Caminhos de Ferro iniciada na mesma altura.
Começamos com duas fotos do edifício neo-clássico (de desenho entre o ecletismo e a art nouveau segundo o HPIP) do BNU construido em 1914 quando administrativamente se tratava já duma filial. O seu arquitecto foi Ferreira da Costa, o mesmo do Teatro Gil Vicente de 1913 e da fachada da estação de Caminhos de Ferro iniciada na mesma altura.
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Passamos agora a uma perspectiva bastante estreita da fachada desse edifício do BNU mas que nos permite ver cerca de 1937 a sua envolvente, segundo a descrição do historiador Alexandre Lobato. É uma vista da Rua CP no topo norte da Praça 7 de Março, olhando-se para poente = oeste.
FOTO 3  |
À direita: a. pilares da varanda do Club Inglês - Agência União. Tinha dois pisos, daí a sombra projectada de manhã sobre a Rua CP. b. frente do terreno do Standard Bank, com globos brancos e portão ao centro c. Edifício do BNU de 1914, a partir do recomeço na sombra no passeiodo muro com grades e cujo edifício de 1926/27 estava recuado À esquerda: d. Casa Amarela na esquina e. Esquadra de Polícia logo a seguir |
Na FOTO 3, do edifício do BNU na altura quase só se vê a empena do lado nascente = leste, mas os seus dois paus de bandeira (que se viam na FOTO 2) aparecem acima do sinal de estrada redondo. O edifício do Standard Bank não se vê porque fica recuado (é o que ainda existe) em relação ao muro de grades com globos brancos (penso que candeeiros). Relembro que o edifício do BNU de 1891 de dois pisos também tinha sido construído recuado com jardim à frente em relação à Rua CP e continuava nessa posição e também não se via nesta foto.
Nesta FOTO 3 também que já não se via do lado direito (norte da Rua CP) a tipografia e o restaurante de cerca de 1900-1910 e no seu lugar estava o terreno do Standard Bank (talvez com pequenos ajustes).
Teremos agora a perspectiva da zona em foto aérea feita entre 1947 e 1954 em que voltamos a ver bem o BNU de 1914 e também o Standard Bank:
FOTO 4
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Vermelho: BNU de 1914 de um piso mas alto, o das FOTOS 1 e 2 Creme (por cima do edifício): Standard Bank (na borda do passeio ainda com o mesmo muro com grades da FOTO 3) Amarelo: Rua Consiglieri Pedroso (CP) Azul: Av da República, actual 25 de Setembro no topo norte deste quarteirão Laranja: Travessa da Laranjeira no topo oeste deste quarteirão Castanho e Roxo: lojas da Minerva Central |
Na FOTO 4 olhando para a Rua CP vê-se que a poente = oeste o edifício do BNU de 1914 não chegava à esquina com a Travessa da Laranjeira (TL) pois essa estava ocupada pelo prédio marcado a verde (noto que o BNU de 1964 acabou por englobar as marcas vermelha e verde ocupando um rectângulo com essa face desde a Rua CP até à Av. da República). Para norte (fundo) do quarteirão também não chegava à Av da República mas a fiada de casas que havia aí existido face à Avenida tinha sido demolida e o terreno estava vedado. O que se passou depois nesses topos oeste e norte será melhor explicado na mensagem seguinte relativa à construção do edifício posterior.
Vamos agora analizar com atenção o edifício do BNU de 1914 face à Rua Consiglieri Pedroso e o que lhe ficava por trás. Temos assim um pormenor da FOTO 4 de entre 1947 e 1954 e em que no canto superior esquerdo incluí uma foto do edifício de 1891 cedida pela CGD:
FOTO 5
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| Vermelho: BNU de 1914, a parte mais visível da rua e por isso a mais conhecida Azul e rosa: edifícios interiores do BNU. Eram de dois pisos mas baixos, Carmesim: extensão no interior que suponho foi também feita em 1914 Amarelo: Rua Consiglieri Pedroso (CP) |
O telhado do edifício interior de cor azul já se via por trás da grade do topo da FOTO 2 do lado direito. A nova construção à frente apesar de ter um só piso tinha bastante pé-direito e o seu topo ficava bem acima do primeiro piso do edifício por trás. Pela posição no terreno e pelo aspecto, esse edifício interior era o que tinha sido construído em 1891 recuado em relação à Rua CP. Isso é confirmado pelo texto da CGD que diz que nos trabalhos de 1914 se aumentou a área do piso térreo do edifício anterior (o que deve ter resultado de se ter construido as partes vermelha e carmesim, todas térreas) e que no seu primeiro andar foi eliminada a varanda (confirma-se na FOTO 4) e entaiparam-se as janelas pois era uma casa forte (na FOTO 4 ainda se vêm algumas janelas mas podiam estar entaipadas, não totalmente fechadas).
Em conclusão o que temos nas FOTOS 4 e 5 são ao centro do terreno do BNU o edifício de 1891 (parte azul clara e parte rosa com telhado mais baixo) com algumas modificações que se combinou com as extensões feitas para a frente e para trás dele executadas em 1914. Este conjunto existiu assim desde 1914 até à sua demolição completa em 1958 o que será tratado na próxima mensagem.
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| Publicidade do BNU em 1929 |
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