Num artigo do Documentário Trimestral (DT) de 1937 há alguma informação sobre a rede de telecomunicações de Lourenço Marques (LM), actual Maputo que pode ser assim resumida: Em 1880 foi celebrado contracto entre o governo e The Eastern Telegraph Co para que o cabo submarino Aden - Durban ligasse à Ilha de Moçambique e a LM. Em 1879 tinha sido inaugurada a ligação telegráfica entres estes dois pontos. Em 1894 foi concessionada a rede telefónica de LM e em 1896 estavam instaladas linhas telegráficas para Marracuene, Manhiça e Magude. Pouco depois os Caminhos de Ferro (CFLM) ficaram à frente desta rede inicial, mas a breve trecho deve ter saído da alçada dos CFLM porque na fachada do prédio dos Correios em 1907 estava escrito Correios e Telégrafos.
Sobre a foto seguinte o DT diz "edifício da primeira rede telefónica" o que deve ser equivalente a ser a primeira central (manual) telefónica da cidade como aparece noutras referências. Com isto não percebo muito bem o que faziam as meninas nos correios das fotos de 1929 mas ...
Edifício da primeira rede telefónica em 1937 |
Este edifício esteve acima donde foi depois instalada a Casa de Ferro como se pode observar nesta foto de cerca de 1972 que é um pormenor da segunda desse artigo:
à esquerda: edifício da primeira rede telefónica, aparentemente em bom estado à direita: fachada lateral a poente (aproximadamente) da Casa de Ferro |
Mas como se pode ver no google maps recente nas traseiras da Casa de Ferro há actualmente espaço livre pelo que o edifício da primeira rede telefónica deve ter sido demolido depois de 1975.
Podemos confirmar a colocação deste edifício nestas fotos mostrando-se o que existia a norte da praceta à entrada do Jardim Botânico. Vermelho, verde e laranja: em três fotos diferentes indicadores do telhado em conformidade com o da foto do DT |
Também se pode ver este edifício pelas traseiras com as marcas laranja e vermelha na última foto desta mensagem.
Na montagem de cima, para exemplificar marquei a cinzento o que podia ser a entrada de cabos telefónicos nesta central e a preto o que podia ser a sua ligação à central telefónica automática que foi instalada entre 1946 e 1948. A localização desta a menos de 500 metros de distância da primeira deve ter tomado em conta a facilidade da transferência dos assinantes e por exemplo o limite de atenuação. Suponho que a cidade para além destes dois locais fosse tendo mais repartidores e/ou centrais à medida que se expandiu mas deconheço a sua localização.
Na montagem de cima, para exemplificar marquei a cinzento o que podia ser a entrada de cabos telefónicos nesta central e a preto o que podia ser a sua ligação à central telefónica automática que foi instalada entre 1946 e 1948. A localização desta a menos de 500 metros de distância da primeira deve ter tomado em conta a facilidade da transferência dos assinantes e por exemplo o limite de atenuação. Suponho que a cidade para além destes dois locais fosse tendo mais repartidores e/ou centrais à medida que se expandiu mas deconheço a sua localização.
Segue-se uma foto da estação do cabo submarino que me surpreende porque até agora ela tinha únicamente sido associada a este edifício. Provávelmente trata-se dum segundo edifício, como constava de mapas, ainda no terreno da actual Escola Josina (e o ponto de aterragem do cabo era ao fundo da barreira nas proximidades). Pode-se ver que este edifício ficava face a uma rua com linha (de alimentação) de eléctrico. Nesse caso seria a Av. Brito Camacho, actual Lumumba mas não há outras fotos de boa qualidade da zona que permitam confirmar essa localização.
Não se consegue ver as letras. Com um bocado de imaginação suponho que será "The Eastern & South African Telegraph (??? ) Company. Para o lado direito há qualquer coisa urbana mas .... |
Um primeiro edifício relacionado com o telégrafo que não consegui ainda foi o da Repartição do telégrafo duma das fotos de Manuel Romão Pereira de 1889/91. Suponho que funcionasse assim: na estação do cabo submarino tratavam-se os sinais mas não se recebia nem enviava telegramas. Os sinais eram para isso enviados para este edifício por linha terrestre onde haveria os operadores de morse, os empregados de balcão para receberem pedidos para telegramas, os carteiros para levarem os telegramas às casas das pessoas, os caixas, etc.
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