Vamos explorar um pouco mais um assunto apresentado originalmente no site delagoabayworld e depois reproduzido no FB Cidade de Maputo cujos textos sumáriamente diziam o seguinte: o pedregulho no estuário perto do embarcadouro do ferry-boat da Catembe foi colocado em 1964 para a visita do presidente Américo Tomás. Tendo chegado a Lourenço Marques, actual Maputo num paquete, embarcou uma lancha que acostou a um pequeno cais improvisado que tal como a ponte que o ligava a terra firme estavam assentes no pedregulho.
E o legendário Eng. Moreno Ferreira acrescentou no FB: "o pedregulho era um cilindro de betão armado com parede de 0,30 m de espessura e fundo obturado, cheio de areia e tampa também em betão. O diâmetro exterior era de 8 ou 10 metros. Foi projecto da firma francesa Société Générale de Dragage (SGD) pré-fabricado à borda do cais e levado por flutuação até ao destino com auxilio de rebocador, após preparação da fundação sobre rocha (noto que o diâmetro parece agora menor e que a SGD era de origem belga)".
No artigo é dito que o desembarque foi ali por o cais estar em obras mas penso eu que pode ter sido para haver uma recepção mais digna e cenográfica do que seria possível no porto, para além da proximidade com a mata dos eucaliptos na Av. da República, actual 25 de Setembro onde se desenrolaram as cerimónias seguintes.
Primeiro duas fotos mais ou menos recentes do local do "pedregulho":
Vista para ponte com o cilindro de betão e o embarcadouro para a Catembe ao fundo. Foto do FB Cidade de Maputo com a devida vénia |
O cilindro de betão muito à distância em vista do estuário para nascente = leste |
A foto de cima foi tirada ao lado do antigo palácio das repartições, com o prédio do Ministério dos Negócios Estrangeiros pós independência mas ainda sem o novo edifício do Standard Bank (ver aqui e aqui a zona em terra).
Pode ver-se o cilindro no aqui Google Maps ao centro e ele fica entre os dois grandes edificios referidos acima.
Agora fotos de 1964 em que embora se veja algo ao fundo não se consegue ver bem o cais improvisado e a parte inferior da ponte sustentados pelo cilindro de betão. Mas vê-se a sua parte superior ao nível do "passeio dos tristes" na esplanada (corniche). É aí que chegou Américo Tomás e está sobre um chão falso instalado para a ocasião. Vê-se o paquete Príncipe Perfeito, que o transportou, ancorado a sul do ponto de desembarque da lancha:
E uma foto de pouco tempo antes da de cima quando soavam as salvas de canhão em homenagem ao Almirante Américo Tomás:
Peças de artilharia no "passeio dos tristes" disparando os 21 tiros regulamentares para um presidente da república |
Nesta última foto também acho que não se consegue ver a estrutura para o desembarque mas pela posição do paquete ela devia estar para a esquerda = nascente da posição dos canhões.
As duas últimas fotos são disponibilizadas pela Biblioteca Digital da Memória de África através de protocolo para a cedência de conteúdos assinado entre a Caixa Geral de Depósitos e a Fundação Portugal-África.
Ver mais aqui.
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