Completaremos (acho) neste artigo o tema do chamado "batuque indígena" realizado em 1907 em Lourenço Marques (LM), actual Maputo para o Principe Real e de que falamos nesta série. O principe D. Luis Filipe era o filho promogénito do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia e estava a ser preparado para ser rei de Portugal e tê-lo-ia sido se não tivesse sido assassinado em 1908, dois anos anos da proclamação da República.
Começamos por postais desse batuque que se realizou nesta zona (google images) da Baixa da cidade que pouco tempo antes tinha sido o pântano do Maé e que estão ou estiveram à venda no picclick do ebay
O primeiro é interessante porque mostra ao fundo as vilas para trabalhadores dos Caminhos de Ferro que estavam já construídas em 1905 mas que nas fotos anteriores do batuque tiradas nessa direcção não se tinham conseguido ver. Note-se que as legendas originais dos postais não referem de que batuque se trata específicamente mas podemos completá-las com essa informação penso que sem muitas dúvidas.
De facto na foto seguinte que vimos antes aqui podia-se adivinhar que as vilas estariam lá mas com a FOTO 1 torna-se mais claro:
Começamos por postais desse batuque que se realizou nesta zona (google images) da Baixa da cidade que pouco tempo antes tinha sido o pântano do Maé e que estão ou estiveram à venda no picclick do ebay
O primeiro é interessante porque mostra ao fundo as vilas para trabalhadores dos Caminhos de Ferro que estavam já construídas em 1905 mas que nas fotos anteriores do batuque tiradas nessa direcção não se tinham conseguido ver. Note-se que as legendas originais dos postais não referem de que batuque se trata específicamente mas podemos completá-las com essa informação penso que sem muitas dúvidas.
FOTO 1
Em 1907 e por trás da tribuna à direita = oeste as Vilas Gorjão |
FOTO 2
Por trás da tribuna à direita = oeste compreende-se agora que aparecia o telhado das Vilas Gorjão |
FOTO 3
Guerreiros caminhando da direita = leste para a esquerda = oeste em frente à tribuna em fila vinda da barreira do Alto.Maé ao fundo |
FOTO 4
Indígenas da área de Lourenço Marques em traje guerreiro |
Não era indicado se os senhores se preparavam para o Batuque do Príncipe Real e se se encontravam em lugar próximo. Mas como era em terreno muito plano podia ser no antigo pântano onde o batuque decorreu e as árvores ao fundo parecem-me eucaliptos que foram usados para a sua secagem.
E no capiítulo da localização temos mais uma foto, esta com aspecto de ser junto à barreira e por onde (como se vê na FOTO 3) os caminhos que a desciam eram arenosos:
FOTO 5
Batuque de dança ao chefe, que falta saber se seria o Príncipe Real ou outro |
FOTO 6
Pelas outras fotos e seria algures na Baixa da cidade |
A foto de cima vem dum artigo "Tensions of empire and monarchy: The African tour of the Portuguese crown prince in 1907" que faz parte do estudo "Royals on Tour" disponível aqui mas com preço exorbitante principalmente quando essas investigações académicas devem ter sido - pelo menos na base - pagas pelos impostos do "zé-povinho" a título de contribuição para o desenvolvimento do conhecimento. Este lamento vem um pouco na sequência do que o blog congénere delagoabayworld disse aqui referindo-se aos "livros que custam 150 euros" ...
Sobre o local da FOTO 6, em que se vê carris de eléctrico no chão, ela deve ter sido tirada ao longo do seu percurso na Baixa desde a Praça dos Caminhos de Ferro, passando pela Rua Consiglieri Pedroso e que depois virava para a actual Av. Samora. Por isso a foto de cima sera de algures por aí e por onde se sabe que o cortejo terá passado.
Sobre o local da FOTO 6, em que se vê carris de eléctrico no chão, ela deve ter sido tirada ao longo do seu percurso na Baixa desde a Praça dos Caminhos de Ferro, passando pela Rua Consiglieri Pedroso e que depois virava para a actual Av. Samora. Por isso a foto de cima sera de algures por aí e por onde se sabe que o cortejo terá passado.
Para os interessados há um artigo académico, este felizmente abordável o que quer dizer gratuito, sobre o tema de batuques cerimoniais em Moçambique que deve ter dados interessantes para quem pretenda ver isto mais do que "pela rama".
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