Firmas antigas com reclames (20) - néons na Baixa, vistos do lado poente

Entramos de novo na máquina do tempo para vermos marcas comerciais na cidade de Lourenço Marques, actual Maputo. 
Os reclames e os carros servirão para sequenciarmos diversas fotos do centro de negócios da cidade, a Avenida da República, actual 25 de Setembro, entre as Avs. Manuel de Arriaga a poente = oeste, actual Marx, e a Rua da Imprensa na esquina do Hotel Tivoli
Na primeira foto, para lá de ser noturna e por isso os néons se verem melhor, a quantidade de néons tinha atingido o pico. E vamos ver em baixo que o seu desenvolvimento aconteceu em talvez 10 anos, isto é foi bastante rápido.

FOTO 1

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Branca para a esquerda: Banco Nacional Ultramarino (adivinha-se)
Azul claro: Gazcidla
Castanho (horizontal): Casa Coimbra (reclame só dum lado?)
Verde: Pasta medicinal Couto, se bem me lembro
Vermelho: Coca Cola
Amarelo: Não se vê bem, esclarece-se depois.
Verde Claro: John Orr - Azul escuro: Deta - Roxo: Siesta
Rosa (para a esquerda): Firestone no

Prédio Breyner & Wirth, ver aí a segunda foto
Vêm-se ainda na FOTO 1, na vertical os reclames da LAURENTINA no prédio Paulino dos Santos Gil (PSG) e mais ao fundo o dos Seguros Nauticus com cores azul por cima e vermelho por baixo.
A FOTO 2 (do Opel MQA e Táxi Datsun) permite esclarecer mais alguma coisa da FOTO 1 pois de dia vê-se melhor.


FOTO 2
Amarelo: aqui eram Cigarros FN. Era o mesmo na FOTO 
mas aí as letras tinham sido apanhadas entre acender e apagar. .
Azul vertical na fachada do PSG: A MUNDIAL (seguros)
Preto: Néon estava apagado na FOTO 1, ver na foto seguinte.
Castanho ao fundo: Philips, já estava em cima mas demasiadamente difuso
FOTO 3
Esta imagem permite esclarecer que a seta preta da FOTO 2
 corresponde ao reclame da Foto Coimbra incluindo os filmes Kodak
Para a FOTO 4 recuámos uns 250 metros para poente = oeste da esquina das FOTOS 2 e 3 e estamos no cruzamento da antiga Av. da República com a Av. Manuel de Arriaga e com os antigos Tabacos George à direita:

FOTO 4
Vê-se bem na vertical o reclame do Banco Nacional Ultramarino 
que se adivinhava na FOTO 1.
Na FOTO 4, no topo do prédio da Casa Coimbra em vez do Gazcidla das FOTOS 1 via-se o reclame dos Cigarros Palmar. Para além de se ver pelos modelos de carros (a maioria dos anos 50), isso quer dizer que a FOTO 4 é mais antiga que as outras acima pois foi a ruina do reclame do Gazcidla que perdurou depois da independência até presumo as antenas de telemóveis terem "tomado conta" desse local estratégico. Mas fora isso nas FOTOS de 1 a 4 em cima os reclames eram aproximadamente os mesmos por isso suponho que retratando mais ou menos o mesmo período no tempo. 
Mas na foto seguinte de uns anos antes notava-se a diferença:

FOTO 5
De néons só havia o da Pasta Medicinal Couto de traseira na Casa Coimbra.
O militar que segue para o jeep estacionado em segunda fila 
usava ainda uma farda "colonial".
A FOTO 5 deve ser no início dos anos 60. Está o BNU em construção à direita mas esta teve longa gestação (1954–64) para se poder determinar uma data para a foto. Fora isso, quanto ao resto dos prédios na avenida parecia estar tudo como nas fotos de cima. As matrículas são a primitiva LM para o Austin parado ao centro mas a maioria são MLAs (o "Zephir", Jaguar, VW). Estas matriculas eram muito anteriores à que me parece ser MLE do táxi DATSUN das FOTOS 2 (e entre a MLA e a MLE ainda houve a série MLM - depois da MLE foi a MLF mas já nos anos 70 suponho e que não aparece nas fotos deste artigo). 
Continuamos mais ou menos no ponto e com o ângulo com que as FOTOS 1 e 5 foram tiradas:

FOTO 6
Foro deve ser do final dos anos 50
Parece que o único reclame (pelo menos a sua borda era luminosa néon olhando para a FOTO 1) seria o vertical da CASA COIMBRA mas no teraaço desse edifício não estava ainda o da Pasta Medicinal Couto que se via na FOTO 5. A FOTO 6 é assim a mais antiga de todas em cima. 
Noto que se pode-se ver um reclame (placa iluminada) da Caltex frente ao Martha da Cruz e esse posto não estava marcado no mapa dos postos na cidade. No mapa havia um posto do mercado no quarteirão para poente = oeste deste.
Comparando com as fotos de cima, na FOTO 6 ao fundo da avenida do seu lado direito (sul) ainda não tinha sido construido o prédio mais alto que veio a ser o do Teatro Avenida. Do resto dos prédios por aí não se vê muito bem mas a maioria existia.
Em conclusão, olhando para os anúncios luminosos nos edifícios duma área nevrálgica da cidade conseguimos relembrar algumas das mais representativas firmas de Moçambique e algumas do mundo entre os finais dos anos 50 e o início dos 70.

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