O mapa seguinte contém o plano do major Engenheiro António José Araújo de 1887 e aprovado em 1892 com a cidade de Lourenço Marques em retícula e que está na base da cidade de Maputo actual. Para o confirmar e nos localizarmos vemos nesta zona seleccionada:
- à esquerda na vertical temos o que viria a ser a Av. Central e que é a actual Marx,
- à direita temos o que viria a ser a Av. Augusto de Castilho e que é a actual Lenine,
- na horizontal em cima temos o que viria a ser a Av. Andrade Corvo e que é a Av. Min
- na horizontal em baixo temos o viria a ser a Av. D. Carlos e que é a 25 de Setembro.
- a actual Av. Samora está no lugar da planeada Av Aguiar.
Sem diferenças portanto entre o planeado há mais de 100 anos e o actual com excepção duma alteração:
- a actual Av. Samora está no lugar da planeada Av Aguiar.
Sem diferenças portanto entre o planeado há mais de 100 anos e o actual com excepção duma alteração:
- não tinha sido planeada a actual Praça da Independência que só foi construida nos anos 1930/40 no cruzamento das que aqui se iriam chamar as Avenidas D. Manoel e Aguiar.
Podemos ver ao centro do mapa e que vinda da esquerda desenhada a Avenida Rei D. Manoel (tinha ser o primeiro pois nem se imaginava que viesse a haver um segundo rei D. Manuel em Portugal o que aconteceu só em 1908) que corresponde à actual Av. Josina mais a Rua da Rádio. Segundo o desenho de baixo o traçado planeado inicialmente parava ao chegar ao Largo da Igreja não continuando para o cruzamento com a Augusto de Castilho.
MAPA de ampliação de 1895
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| Castanho: novo traçado da cidade Cinzento: vias e edifícios existentes anteriormente, e marcados a azul pelo HoM na zona da actual Rua da Rádio Vermelho: Igreja Paroquial (IP) com a frente para o largo com o corpo principal na direcção noroeste. |
Esta Igreja Paroquial (IP) foi contruída antes de se definir o plano em quadrícula/retícula e por isso o seu desajustamento quando as novas vias foram abertas. Sendo os projectistas tão determinados em impor a quadricula para todo o resto da cidade suponho que a hesitação que se vê na interrupção da D. Manoel ao chegar ao Largo da Igreja esteve ligada à existência da Igreja Paroquial católica construída em 1888.
Em baixo são fotos da efectivação dos planos da quadrícula na zona. São de Manuel Romão Pereira de que já falamos noutras mensagens do HoM e são datadas de 1889 o que quer dizer que parte do que aparece no mapa de 1895 começou a ser construído antes. Construía-se aqui a Av. REI D. MANOEL, actual Josina que continuava de este a oeste sem interrupção pois até bastante mais tarde não havia nem houve Praça na intersecção com a Av Aguiar (depois D. Luis, actual Samora). Na foto aparecem as cabines para os trabalhadores dessas obras.
FOTO 1
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| Vista para nascente = leste na actual Av. Josina |
Ao fundo nota-se o campanário da IP, vendo-se que ficava no caminho da nova avenida. Imaginando que esta ocuparia um espaço entre as cabines à esquerda e fileira de outras cabines ao fundo à direita (ver na mensagem sobre a igreja), vemos que uma parte de trás da IP (mancha branca com 2 cones em cima emergindo à direita das árvores que estão ao lado da Igreja) chegava quase a meio desta nova avenida.
A foto seguinte tem por legenda Lourenço Marques - Avenida D. Manuel, lado ocupado pelos operários contratados e mostra a mesma zona:
FOTO 2
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Outra vista para nascente = leste na actual Av. Josina
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Esta FOTO 2 parece um pouco posterior à FOTO 1 pois as cabines para os trabalhadores já têm arbustos em frente e já há candeiros e "passeio" na rua. Ao fundo continua-se a ver a Igreja Paroquial (IP) da qual acrescento um zoom para se ver melhor que uma parte dela ficava no caminho da nova avenida. Vê-se aqui bem que era o braço do lado direito (para quem olha para a FOTO 2 ou seja de frente para a igreja) na traseira que se salientava na perpendicular ao corpo principal.
Passamos para a FOTO 3 com a devida vénia ao site delagoabayworld:
FOTO 3
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| Igreja Paroquial (IP) em 1911. Com braço do lado esquerdo e sem braço do lado direito para quem olha de frente |
Na FOTO 1 notava-se um braço na traseira do lado direito (a sul) para quem olha da frente para trás da Igreja. Isso era ainda o que se via no zoom no canto superior direito da FOTO 2 de cerca de 1889. Na FOTO 3 em 1911 vemos que esse braço do lado direito (para quem vê de frente) inicial tinha desaparecido. Como se pode ver também no MAPA não existia antes braço do lado esquerdo mas ele apareceu na FOTO 3. Resumindo o braço foi retirado do lado direito = sul e reconstruído do lado esquerdo = norte para tornar definitivo o desenho nesse local da Av D. Manuel depois chamada 5 de Outubro e agora Rua da Rádio.
MAPA de 1925/26
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| Marca vermelha: igreja paroquial |
Vê-se no mapa que mesmo depois do braço do lado direito ter sido demolido a igreja continuava muito próxima da rua, reforçando a ideia que a sua demolição era crítica para a abertura da Av. D. Manuel. Essa situação pode ser vista na foto de baixo pois mesmo depois de retirado o braço do lado direito a Igreja Paroquial continuou muito "encavalitada" na avenida (actual Rua da Rádio).
FOTO 4 |
| Traseira do corpo central da Igreja Paroquial (IP) sem o braço direito. |
Noto que o corpo central da igreja tinha o cume do telhado de duas águas ao longo do seu maior comprimento, situação que se vê na FOTO 4 pela traseira. Por seu lado os braços da cruz tinham o cume do telhado na perpendicular ao corpo central e nao é isso que se vê na FOTO 4 provando-se assim que ela é posterior â demolição do braço do lado direito para quem olhava para a frente da igreja.
Como circulavam eléctricos a data da foto de cima é de 1904 a 1936. No local da igreja paroquial está actualmente ou a parte do lado nascente da Rádio Moçambique ou a parte poente do prédio das Telecomunicações que vem da esquina.
Quanto a qual teria sido a posição da Igreja Paroquial na cidade actual ela aparece marcada aqui a verde escuro, antes e depois.
PS: Lisandra Mendonça na sua tese de doutoramento nota que a Igreja Paroquial e o Hospital estavam naquela posição como resultado dum plano anterior em que a cidade se desenvolveria em vias como se fossem raios e circunferência num hexágono. Esse seria o plano do Eng. Maia centrado no que veio a ser a posição dos SMAE de que falo aqui.
PS: Lisandra Mendonça na sua tese de doutoramento nota que a Igreja Paroquial e o Hospital estavam naquela posição como resultado dum plano anterior em que a cidade se desenvolveria em vias como se fossem raios e circunferência num hexágono. Esse seria o plano do Eng. Maia centrado no que veio a ser a posição dos SMAE de que falo aqui.
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