Este artigo trata da antiga Rua Joaquim Lapa focando-se no quarteirão junto à Praça actual 25 de Junho de que já falámos aqui. Foi nesse quarteirão que esteve o Salão Edison do empresário Manuel Rodrigues e em que ele construiu em 1913 o primeiro Teatro Gil Vicente em alvenaria e cimento de que falámos aqui e aqui.
Começamos por três imagens com esse teatro, duas delas com vistas à distância e muito parciais e todas publicadas em 1929 por Santos Rufino.
FOTO 1
Fachada principal do primeiro Teatro Gil Vicente (GV) de 1913 na Rua Lapa
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Note-se que esta foto foi feita na mesma altura da que vimos num dos artigos anteriores pois o filme em exibição era o mesmo, O Diamante Verde (Le Diamand Vert, filme mudo francês de 1923 no imdb).
Agora foto tirada do topo norte da Praça 25 de Junho na continuação para oeste = poente da Rua Lapa.
FOTO 2
Seta vermelha: plateia do primeiro Teatro GV por trás da sua fachada, |
Na FOTO 2 o prédio da esquina voltava a ser o café BeiRUTH, depois de ter sido o CENTRO COMERCIAL e de ter sido estabelecimento de Manuel Augusto Rodrigues..
Agora uma foto tirada do topo do Hotel Carlton na Rua Araújo, actual Bagamoyo para leste = nascente.
Agora uma foto tirada do topo do Hotel Carlton na Rua Araújo, actual Bagamoyo para leste = nascente.
FOTO 3 |
Seta vermelha: plateia do primeiro Teatro Gil Vicente por trás da sua fachada principal para na Rua Lapa |
Baseando-me no mapa de 1925/26 e nos fotos que fui observando, uma hipótese do HoM para a ocupação deste quarteirão (ao centro do mapa), limitado a norte pela Rua Lapa e a poente = oeste pela Praça.
O incêndio que destruiu o primeiro Gil Vicente em 1931 parece não se ter propagado ao resto do quarteirão como vemos nesta foto posterior já posterior (o actual GV e que foi construido noutro local e é de 1933). A foto foi tirada a olhar-se para o primeiro quarteirão da Rua Lapa, especificamente para o seu lado sul (à direita). É dita ser de cerca de 1932 e o seu limite temporal seria de 1936 imposto pelo carro eléctrico ainda em circulação.
FOTO 4
Damos da imagem de cima um grande salto para o futuro e entramos na década de 60 do século XX. O quarteirão que temos vindo a analisar estava aí totalmente ocupado pela construção do Prédio Fonte Azul que nos anos 40 tinha obliterado o que tinha existido anteriormente. Passamos então para Lourenço Marques, actual Maputo, provávelmente em 1968 e a ver a Rua Lapa (em frente) e a olhar-se para o nascente = leste.
FOTO 5
à esquerda: Prédio Rubi à direita: Livraria Académica no canto norte-poente do Prédio Fonte Azul |
Sobre o tema da evolução da propriedade dos terrenos e construções neste quarteirão, uma coisa que gostava de saber é quem foi o dono do Prédio Fonte Azul, isto é que relação teria com a Casa Holandesa de Gerard Pott que ocupou inicialmente uma grande área dele a sul e sudoeste e com Manuel Rodriques que com o primeiro Teatro Gil Vicente ocupou uma área a norte. Por coincidência ou não no quarteirão oposto do lado esquerdo da Rua Lapa, no Prédio Rubi estava a loja duma firma holandesa a ZUID (reclame Philips).
Finalmente uma foto de cerca de 2010 da Rua Lapa mas a olhar-se para o poente = oeste.
Finalmente uma foto de cerca de 2010 da Rua Lapa mas a olhar-se para o poente = oeste.
FOTO 6
Cruzamento de: Azul escuro: Rua Lapa Azul claro: Travessa da Maxaquene Prédio Fonte Azul depois dele do lado esquerdo |
A seguir ao cruzamento com a travessa e ao centro esquerda da FOTO 6 de cima está a esquina a nordeste do Prédio Fonte Azul na zona por onde esteve o Salão Edison de 1907 até 1913 e depois o primeiro Teatro Gil Vicente de 1913 até 1931. Como indiquei no mapa o Salão parece-me que chegava até essa esquina pois estava principalmente orientado na direcção este - oeste ao longo da Rua Lapa, mas o Teatro não chegava pois estava orientado principalmente na direcção norte-sul penetrando mais para dentro do quarteirão.com a fachada para a Rua Lapa mais estreita do que o seu comprimento ou profundidade para trás mas é difícil ter certezas sobre esses pormenores.
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