Começamos com uma foto disponibilizada pelo site "Africa in The Photobook" incluida no primeiro álbum que os Lazarus publicaram em 1901 e chamado "A souvenir of Lourenço Marques".
Legenda original: Residência do Governador de Distrito |
Como Alfredo Pereira de Lima disse e referimos aqui esta casa foi mais tarde "Casa do chefe de gabinete" na Ponta Vermelha e também Tribunal da Relação.
Ela pode ser reencontrada / reconhecida na foto seguinte dum Documentário Trimestral de 1907, tendo sido o seu muro de colunas de alvernaria e gradeamento aparentemente sujeito a uma evolução:
"Meninos iam para a festa das escolas com o príncipe real" |
Falámos sobre a festa das escolas com o Príncípe Real Luis Filipe referida na legenda da foto de cima e que se realizou junto ao Grémio Militar ou sala de jantar dos oficiais aqui, aqui e aqui. Supondo que o referido chefe do gabinete fosse o do Governo Geral (GG), a casa devia ser na redondezas da residência deste e por isso a viagem dos meninos terá sido duns 300 metros no máximo o que se confirma com a sua localização precisa que fazemos aqui. Ver mais sobre esta casa aqui e aqui.
Passamos a outra casa da qual é publicada em 1935 no Documentário Trimestral uma foto como exemplo das casas de LM do passado. Pela grandiosidade, arborização e declive no terreno suponho que fosse também na zona da Ponta Vermelha:
Grande casa de madeira e zinco em LM com varandas parecidas com as das primeiras fotos. Seria também na Ponta Vermelha? |
Outra importante casa na PV é referida por Alfredo Pereira de Lima (APL) no livro "Edifícios Históricos de Lourenço Marques". Ficava na Rua João das Regras (n. 262), actual Nichinwea e foi mandada construir em 1910 pelo Eng. Bellegarde da Silva, um oficial de artilharia que dirigiu os Serviços de Agrimensura a partir de 1906 (fonte aqui). Mostra-se aqui em foto de Alfredo Pereira de Lima:
Existirá ainda esta casa? |
Nesta casa habitaram os militares-políticos Comandante João Belo e futuro presidente Craveiro Lopes e residiram temporáriamente os militares de marinha-geógrafos almirante Gago Coutinho e comandante Baeta Neves quando se deslocaram a Moçambique em trabalho geográfico.
APL também refere no mesmo livro uma casa na Rua de Marracuene que penso fica abaixo (para sul = mais junto à barreira) da Secretaria do Governo e por isso na MONTAGEM de cima não aparece. Era do Dr. Ângelo Ferreira que depois de cargos oficiais no norte de Moçambique foi colocado em LM como procurador. Depois foi o primeiro advogado privado em LM e foi em terreno comprado a Benjamim Cohen na Ponta Vermelha (por razões de saúde) que a construiu. O empreiteiro foi David Carvalho que contou com operários vindos de Portugal. A casa era um luxuoso palacete de estilo vitoriano, com decorações interiores "rococó", pinturas murais em portas de teca e parquet vindos da América, vitrais e duas enormes clarabóias. As mais destacadas personalidades visitaram-na e pelo que é dito do seu interior será uma pena que se tenha perdido ou se existe ainda que se venha a perder, pelo menos sem se guardar boas fotografias ou os trabalhos artísticos principais.
APL também refere no mesmo livro uma casa na Rua de Marracuene que penso fica abaixo (para sul = mais junto à barreira) da Secretaria do Governo e por isso na MONTAGEM de cima não aparece. Era do Dr. Ângelo Ferreira que depois de cargos oficiais no norte de Moçambique foi colocado em LM como procurador. Depois foi o primeiro advogado privado em LM e foi em terreno comprado a Benjamim Cohen na Ponta Vermelha (por razões de saúde) que a construiu. O empreiteiro foi David Carvalho que contou com operários vindos de Portugal. A casa era um luxuoso palacete de estilo vitoriano, com decorações interiores "rococó", pinturas murais em portas de teca e parquet vindos da América, vitrais e duas enormes clarabóias. As mais destacadas personalidades visitaram-na e pelo que é dito do seu interior será uma pena que se tenha perdido ou se existe ainda que se venha a perder, pelo menos sem se guardar boas fotografias ou os trabalhos artísticos principais.
Esta última casa devia ficar junto à barreira pois do terraço tinha vista para a Praça 7 de Março na Baixa da cidade o que segundo APL era aproveitado pelo Dr. para, com binóculos, acertar o relógio pela hora oficial.
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