Completando o artigo anterior sobre o lago e as pérgolas da faixa central (ou plataforma intermédia) do jardim botânico de Maputo começamos também com uma foto de Santos Rufino publicada em 1929. Estamos sob uma dessas pérgolas, vemos em frente de novo o lago redondo, como a sua borda é mais alta do lado direito o terreno desce para esse lado e para onde será também a Baixa da cidade. Ao fundo vemos muitas colunas e traves de pérgola e a razâo é haver aí duas pérgolas quase seguidas.
FOTO 1
Terreno descendo para a Baixa à direita, lago e outras pérgolas em frente em linha |
Pode ver-se na mesma montagem que mostrámos anteriormente a situação acima descrita:
Montagem de Google Earth e planta de 1946 (clique na imagem para aumentar)
Temos agora dias fotos mais ou menos recentes tiradas de debaixo da pérgola 3 e a olhar para o lado do lago, quer dizer no sentido oposto ao da FOTO 1. A primeira é anterior à reabilitação do jardim que foi levada a cabo entre os finais de 2013 e de 2015.
FOTO 2
Ao fim da pérgola 3 a nascente, olhando no seu eixo para o lado da entrada no jardim |
Agora uma foto pós reabilitação, com as plantas trepadeiras (não sei se novas ou antigas que tivessem sido podadas) a crescerem na pérgola e o novo pavimento em paver. As colunas parecem ser as mesmas do passado mas provávelmente foram limpas e no topo devem ter sido colocadas novas traves e travessas para se formar o caramanchão.
Na Montagem esse caminho que cruza as pérgolas em linha e desce do norte para o centro e do lado leste do jardim está marcado a preto, passando entre o vermelho que é esta pérgola (3) das FOTOS 2 e 3 e o laranja que é a seguinte (2). Vê-se nesta FOTO 3 que o caminho desce do lado direito (o da Rua da Rádio a norte do jardim) para o lado esquerdo (o da baixa do jardim e da cidade).
FOTO 3
A meio da pérgola 3 vendo melhor que a abertura sem sombra corresponde ao cruzamento com outro caminho |
Na montagem marco com a roda preta uma posição nesse caminho a norte e em terreno mais elevado que estas pérgolas em linha. A foto seguinte é tirada dessa posição com o caminho em frente. À direita não se vê o coreto mas vê-se a praça em que ele ocupa o centro rodeado por bancos de jardim.
FOTO 4
Na posição da roda preta, olhando para a descida do caminho da linha preta (foto de Orlando Rodrigues em 2016) |
Marquei na FOTO 4 ao fundo onde o caminho se cruza com duas das pérgolas em linha, estando-lhe a nascente a 3 (vermelho, à esquerda) e a poente a 2 (laranja, à direita). Depois parece haver uma escadaria e que a descida para sul a partir da faixa central (plataforma intermédia) que corre a este nível de leste a oeste do jardim e onde se encontram estes seus elementos se torna mais acentuada.
Indo até quase ao fundo do caminho da FOTO 4 (linha preta marcado na Montagem) e chegando ao cruzamento com essas pérgolas em linha, se olharmos para a esquerda = nascente veriamos o seguinte:
FOTO 5
Olhando para nascente na ponta a poente da pérgola 3 = marca vermelha |
A FOTO 5 é por isso tirada no sentido oposto ao das FOTOS 2 e 3 e tal como esta última é de depois da reabilitação. Reforço que o ponto donde foi tirada a FOTO 5 corresponde nessas duas fotos àquele onde deixava de haver sombra de pérgola no intervalo entre as pérgolas 3 e 2.
Com o que vimos nestes dois artigos e pelas comparações entre as fotos antigas, as recentes e a planta de 1946 conclui-se que esta parte central do jardim acima = para norte do caminho principal e onde estão vários dos seus elementos mais característicos (as três pérgolas em linha, o lago redondo e a praça do coreto), a traços largos se manteve na mesma de cerca de 1929 à actualidade.
Um agradecimento aos fotógrafos de todos os tempos que nos permitem esta viagem virtual, particularmente a Thavane que publicou várias das imagens aqui utilisadas em 2016 no skyscrapercity
A planta do jardim no canto inferior esquerdo da montagem - Planta do Jardim Vasco da Gama, 1946, CEDH-FAPF - foi retirada da tese de doutoramento de Lisandra Franco de Mendonça (carregá-la aqui).
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