Art Deco na arquitectura - A Origem do estilo

EXPO PARIS 1925 - ver os pavilhões 

Art Deco
O nome Art Deco vem de Artes Decorativas e deriva da "Exposition internationale des Arts décoratifs et industriels modernes" que se realizou em Paris em 1925 após vários adiamentos no pós guerra.  A EXPO 1925 foi instalada entre os Inválidos e os Grand et Petit Palais e teve 16 milhões de visitantes. Foi expressamente dedicada à modernização da arte embora a participação de alguns países não tenha rompido com a tradição, parcial ou totalmente, pois as participações não eram uniformes. O pintor Charles Dufresne resumiu o espírito de Paris na época dizendo que "A arte em 1900 era do reino da fantasia, a de 1925 é do reino da razão".
O Art Deco de que falaremos neste blogue é da arquitectura exterior em Maputo (ao interior infelizmente não temos acesso tão fácilmente) mas tem sido também um estilo muito popular de objectos de decoração, cutelaria e joelharia.
O Art Deco surgiu antes da primeira guerra mundial (de 1914 a 1918) desenvolvido por criadores artísticos reagindo contra a estética do Art Nouveau (assimétrica, policroma e decorativa). Assim este movimento tinha já mais de 10 anos quando foi reforçado pela EXPO de 1925 (embora tenha sido baptizado com esse nome muito mais tarde). 
O Art Deco na construção consistiu inicialmente num retorno ao rigor clássico identificado por linhas geométricas, simplificação das formas, uso de volumes elementares e simetria, integrando as novas possibilidades de construção em betão armado. Embora haja no Art Deco haja decoração exterior de edifícios, contráriamente ao Art Nouveau que usava motivos naturais, o Art Deco usa padrões decorativos simbólicos inspirados no cubismo e geometria (ver edifício branco e azul na Av. Nduda e castanho na Mondlane).

O Art Deco teve várias influências. Por exemplo das civilizaçóes antigas (a egiptomania estava em força após descoberta do túmulo de Tuntankhamon em 1922, a voga da antiguidade grega) e da descoberta na Europa das culturas africanas e da Oceânia. Outro factor fundamental para a sua definição foi o acelerado desenvolvimento industrial e técnico que influenciou o resto do design.
De facto o estilo arquitetónico Art Deco engloba muitas variantes. A EXPO de Paris de 1925 marca o apogeu da primeira fase do Art Deco mas alguns dos seus pavilhões anunciam já a Art Deco mais linear e geométrica que triunfará na EXPO de 1937 (ver mensagem sobre "Streamline moderne") e que finalmente perderá peso a partir do fim da 2a Grande Guerra Mundial (de 1939 a 1945). 

Os pavilhões das «Expositions internationales» eram projectados por conceituados arquitectos e mesmo sendo temporários criavam tendências que se difundiam por todo o mundo. No caso da influência da EXPO 1925 e do Art Deco na arquitectura é também de notar que a Escola de Belas Artes de Paris era internacionalmente prestigiada, que a França tinha um extenso império colonial desde a América do Sul à Ásia que exigia a construção de muitos edifícios e que a cultura francesa era na altura predominante na Europa e no resto do mundo. Para além disso os novos transportes e comunicações permitiram a rápida divulgação das tendências e foi nos Estados Unidos de que a influência da Exposição de 1925 foi mais forte. Em 1926 o Metropolitan Museum of Art de Nova York expôs mais de 400 objetos trazidos de Paris e o estilo Art Deco rápidamente se disseminou nos Estados Unidos. O estilo revelou uma perfeita adaptação à verticalidade dos arranha-céus que na altura estavam em projecto para a cidade como o Chrysler Building e o Empire State Building. Estes seriam inaugurados em 1930 e 1931 respectivamente e levaram a que aos olhos das massas o estilo Art Deco se identificasse com eles.

Os anos 30 foram anos de forte investimento estatal (politicas de "new deal" no capitalismo, o fascismo italiano, o nazismo, o periodo de graça do comunismo) e de criação de novas indústrias e serviços e o novo estilo foi adoptado por exemplo em edifícios públicos ou em novos equipamentos como cinemas, salões de exposição de automóveis, aeroportos, feiras, hotéis, casinos, estádios desportivos e piscinas. Estas infraestruturas têm uma vida económica mais longa que as construções normais e existem ainda pois entretanto foram renovadas e/ou classificadas como de interesse arquitectónico, e mostram-nos no presente o que de melhor teve o estilo art deco. 

(texto adaptado de várias fontes incluindo a wikipedia, um artigo publicado por Daniel Oster, e informação de exposição no Victoria & Albert Museum de Londres)

Pode ver de novo aqui mensagem sobre a EXPO PARIS 1925 (descrição dos pavilhões)