Clube Naval (Grémio Náutico) de 1919 na Av. Marginal de Maputo

Como se explica em detalhe em baixo este edifício foi inaugurado em 1919. Tem um desenho entre art-nouveau e art deco (HPIP) definido por arcadas e quatro torres nos cantos e foi ampliado posteriormente no estilo modernista.

Clube Naval (fotos carregadas da net)
Fachada principal com duas das torres do desenho original
e pequena parte ampliada para lá da torre da direita
Fachada lateral direita (norte) com:
- Edifício original com duas das torres e 
arcadas no meio (lado terra)
- Extensão modernista do lado mar
Pormenor da fachada lateral direita (norte) com:
- Extensão modernista à esquerda (do lado do mar) e 
- Edifício original (do lado da terra)
Mais detalhe da extensão modernista frente ao mar
com posto de comando no terraço

Caminhando para o passado uma foto provavelmente dos anos 50/60 com a extensão para o lado do mar como é actualmente:
Clube ampliado e com doca fechada (muralha estaria para a esquerda do fotógrafo)

De uns anos antes da foto de cima, uma foto provávelmente ainda dos anos 50 em que a extensão para o lado do mar tinha um só piso:
Doca ainda aberta do lado norte, aparentemente 
o propongamento do lado leste estava em construção

Para terminar uma foto do Clube Naval para o final dos anos 20:
Edifício original sem a extensão modernista do lado do mar

Ver também a mensagem com mais informação.

Antecedendo este edifício, dizia-se no Delagoa Directory de 1899 que se tinha formado um Yacht Club e que eram realizadas competições frequentes, presume-se que de vela, aproveitando as boas condições da baía. 
Este edifício foi edificado pelos poderes públicos em 1917 e inaugurado em 1919 segundo o livro de ouro do mundo português - resumo: "O «Grupo Náutico», em 1917, devido aos esforços incansáveis de José Correia Borges, vice-comodoro, e do Eng.° J. Vaz Monteiro, Presidente da Direcção, conseguem que o Conselho de Turismo lhe construa o edifício para a sua Sede. 
E assim, na noite de 2 de Outubro de 1918 realiza-se um memorável Sarau no TEATRO VARIETÁ, com o fim de angariar fundos para mobilar o edifício, que lhe tinha sido entregue. A festa redundou em verdadeiro sucesso, o que mostrava que o «Grémio» sabia cumprir a sua missão. Desta forma, foi possível à Direcção conseguir com que o Governador-Geral de então, Dr. Moreira da Fonseca, se interessasse pelo «Grémio» e lhe concedesse o subsídio de 1200 libras para mobilar o seu edifício. A inauguração da nova sede fez-se com grande pompa, em 27 de Dezembro de 1919."
Ainda do Livro de Ouro de Maria Helena Bramão, sobre os primórdios do Clube Naval, inicialmente Grémio ou Grupo Náutico: "O Clube Naval de Lourenço Marques - o antigo Grémio Náutico - pode dizer-se que foi fundado em 1912, por um pequeno grupo de rapazes, sob a direcção entusiasta de José Correia Borges, sócio fundador n.° 1 e seu vice-comodoro honorário, embora os seus Estatutos só tivesem sido aprovados por Alvará de 25 de de Agosto de 1913. 
As reuniões, nesse tempo, faziam-se nos quartos dos mais entusiastas, tendo sido a primeira quota de cinquenta centavos, passando a um escudo quando foram aprovados os Estatutos. 
Em Janeiro de 1919 o número de sócios ainda não atingia uma centena. Isto quer dizer que o rendimento das quotas do «Grémio» não chegava a ser de cem escudos mensais! Mesmo assim, ainda tinha embarcações e um barracão onde as guardava. 
Em Julho de 1913 o Clube realizou a sua primeira Regata, que se efectuou ao longo da ponte-cais Gorjão, tendo obtido grande êxito! 
O relatório da Direcção, apresentado em Assembleia Geral de 14 de Janeiro de 1914, diz que o material que o «Grémio Náutico» possuía se resumia a uma canoa, dois «inriggers» e 14 remos". Sobre os inriggers ver aqui - era um tipo de barco a remo usado por exemplo em competição nos Jogos Olimpicos de 1912 por isso na mesma época do inícios do Clube Náutico - foto aqui - esse nome vinha do tipo de suportes para os remos ligados ao casco, também chamados jugriggers).
Texto do HPIP genérico sobre a cidade com referência a este edifício
Na transição das décadas de 1920-1930, floresceu a chamada “arquitetura do betão armado” e o sequente Modernismo, dentro da arquitetura art déco. Em Lourenço Marques podem assinalar-se o Palácio Maçónico, depois Escola Industrial 1.º de Maio, o Grémio Náutico (atual Clube Naval), obra de desenho entre art nouveau e art déco; e o Pavilhão de Chá, uma típica arquitetura de betão em varandas e consolas. 

Comentários