Prédio Montepio de Moçambique de 1960 - Maputo

Sobre o prédio do Montepio eis a informação no HPIP:

"Situado na Avenida de D. Luís I (actual Samora Machel, no cruzamento com a Fernão de Magalhães), apresenta um volume elevado, afirmativo, com vibrante empena policroma em mosaico cerâmico. Trata-se de um bloco assente sobre pódio, com colunas decoradas com temas africanistas, de 1960, pelo arquiteto Alberto Soeiro - autor: José Manuel Fernandes.".
É no entanto de realçar que a referida decoração das colunas foi uma alteração ao original e feita no período pós-independência. 
Primeiro uma foto de 2011/2012:

FOTO 1
Prédio do Montepio estava a precisar urgentemente de manutenção
Foto recente de Nuno Rosário - clique para aumentar

Agora duas fotos antigas tiradas mais ou menos da mesma posição e com a mesma perspectiva que a foto de cima:

FOTO 2
Em situação intermédia entre os anos 60 e 70

FOTO 3
Presumo que na configuração original

Comparando com o edifício actual, nota-se que no original da FOTO 3 havia um espaço livre no 2o piso do bloco avançado de 3 pisos (o pórtico) mas vê-se na FOTO 2 que esse espaço foi ocupado pouco tempo depois. Mais recente deve ter sido a ocupação do espaço livre no 1o piso do bloco em paralelipipedo mais recuado (no 4o piso desde o chão) ao que só se vê na FOTO 3.
Lembro-me de que no rés do chão para lá das colunas exteriores com estátuas havia um grande espaço aberto. Contornando o jardim central aí colocado pela sua parte interior havia um passeio e ao longo dele lojas comerciais e pelo que li essa configuração de lojas por baixo do pórtico saliente era única no "espaço português". Actualmente esta área está transformada em garagem pelo que vi noutras fotos.
Informação na wikipedia.... A fachada do edifício para a actual Av S. Machel é um dos elementos que o define. O volume elevado afirma-se com uma vibrante empena policroma em mosaico cerâmico de diversos tons. O mosaico de azulejos do lado do edifício foi criado por Gustavo de Vasconcellos em 1959. 

FOTO 4
Fachada cerâmica colorida para a actual Av Samora.

Na foto de cima, do lado norte da fachada lateral para a antiga Av. D. Luis via-se ainda restos da publicidade da TAP e que levava a este prédio ser também conhecido por prédio TAP.

FOTO 5
Pormenor do pórtico de três andares saliente.
Fachada para a Av. Fernão de Magalhães

FOTO 6
Traseira virada para norte (para a actual Praça da Independência)
Observação de fotos de cerca de 1958, com o prédio em construção, indica que o seu construtor foi a firma local Buccellato.
Informação complementar (de.wikipedia Adaptado de alemão)
História
Nos meados dos anos 1950 a TAP contratou Alberto Soeiro para projectar o seu escritório de representação em Lourenço Marques. O artista Gustavo de Vasconcellos foi encarreg(ado) do design exterior. 
O edifício foi concluído em 1960 e a TAP instalou-se nesse ano. Mais tarde o banco Montepio de Moçambique mudou-se também para o edifício. Com a independência de Moçambique em 1975 o prédio for nacionalizado e actualmente é utilizado pelo Ministério dos Recursos Naturais.
Este edifício devido ao seu design moderno e design exterior é um dos exemplos mais conhecidos do Modernismo Português. Desde 2011 está na pré-seleção para a lista de monumentos da cidade de Maputo. Está também na base de dados Sistema de Informação Património Arquitectónico português que também inclui a ex-colónias portuguesas onde está incluido sob o número 31721.

Arquitectura
O edifício é composto por duas partes: uma paralelipédica com dez andares e um pórtico de três andares saliente com escritórios. 
.... A fachada do arranha-céus é dividida para o norte como do lado sul por grandes varandas a nível do terceiro, sexto e nono andares acima dos pórtico de 3 andares.
Gustavo de Vasconcellos projetou na face para a antiga Av D. Luis um grande painel colorido de cerâmica. Na área de entrada do edifício as colunas de sustentação maciças são estátuas evocando arte africana. 

Mais informação:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio%28a%29:Joana_Contente/Testes
Joana Contente
Alberto Soeiro foi um arquiteto português, destacado para reconstruir e urbanizar a cidade de Lourenço Marques. Estudou na Universidade do Porto e foi em Moçambique que cresceu enquanto arquiteto e exerceu mais significativamente a sua atividade profissional. (Alberto Soeiro também projectou o Prédio 33 em trabalho conjunto com Octávio Pó e Marcos Miranda Guedes).
O edifício é definido por ter uma forma paralelepipédica em cima de um pódio com grandes dimensões na sua altura e comprimento, sendo a largura mais reduzida. 
Por esta razão a verticalidade é predominante na edificação. A forma resistente permite que o edifício utilize um sistema de pilar-viga, onde é possível, com grandes dimensões, criar espaços amplos e livres, apenas pontuados pela rede de finos pilares que se conjugam com lajes armadas capazes de suportar grandes sobrecargas.

Influências de Construção

A edificação apresenta uma evolução de influências modernas, de base europeias e corbusianas – nomeadamente influenciada pela arquitetura centro e sul-americana e claramente influências da própria arte africana.

Comentários

neloradio disse…
Amei ver as fotos da cidade onde vivo hoje.

Estou a fazer um artigo para o YouTube falando das Nacionalizações em 1976.

Gostaria de ter permissão paraa usar algumas destas imagens, por gentileza.

Nelson Pereira