Missão Suíça de Lourenço Marques - Igreja ou capela actual

A primeira Missão Suíça de Lourenço Marques, actual Maputo foi construida junto à Av. Pinheiro Chagas actual Mondlane num lugar conhecido por Khovo. Esta congregação chama-se agora Igreja Presbiteriana de Moçambique e é luterana. Nos álbuns de Santos Rufino de 1929 aparece a Missão Suíça:
Missão Suíça em 1929
Mas há muitas imagens anteriores de mostramos aqui duas:
Chapelle de Lourenço Marques - foto num postal enviado em 1910
Mission Romande - Chapelle. Foto parece ainda mais antiga
Esta igreja antiga continua a existir no grande terreno ocupado pela Missão
Vidraças tapadas e os zig-zags não pintados
Foto de Livro "Maputo Architectural and Tourist Guide"
A entrada da igreja fica do lado oeste = poente do recinto e frente à Rua Aniceto do Rosário, actual Junod. Isso pode ser comprovado na foto seguinte tirada a olhar-se para norte.
Vermelho: igreja da Missão
Rosa: entrada da igreja
Verde: Av. Mondlane, antiga Pinheiro Chagas
Castanho: Rua Aniceto do Rosário, descendo a partir da P. Chagas
Se olharmos para a segunda foto vemos que o terreno desce para o lado direito o que corresponde a esta localização. 
O recinto da igreja sempre foi muito arborizado e era gradeado por isso é difícil ver-se o que existe lá dentro. Temos aqui uma foto tirada da Av. Mondlane para a Baixa vendo-se árvores, terreiros e edifícios do interior da Missão a partir do seu canto nordeste. Vê-se a traseira da igreja à direita com o mapa de Moçambique.
Av. Mondlane, segue para a direita para o Alto-Maé
e Lenine, desce para a esquerda para a Baixa. 
Agora outra foto tirada da Av Mondlane, antiga Pinheiro Chagas muito próximo da esquina com a actual Lenine vendo-se uma casa em ruínas junto à vedação da Missão, que dantes era contínua mas agora foi aberta para a direita deste local:
Antiga casa de missionários do lado leste no interior da Missão. 
Aqui com o telhado marcado a  azul
Ver também artigo sobre o Khovolar que aparece de lado na quinta imagem a contar de cima e com fachada principal virada para a Rua Aniceto do Rosário.

História da Missão:
A Missão Suíça contráriamente às Missões Católicas previligiava o uso das linguas locais inclusive na escrita e favorizava a emancipação das populações. Foi por isso um dos despoletadores do nacionalismo africano, por exemplo Eduardo Mondlane foi educado por esta igreja e Zedequias Manganhela e José Sidumo eram seus membros. Como mostra o artigo em baixo sobre discurso do antigo Presidente Guebuza, a igreja é muito bem vista pelos poderes actuais. Gostaria de saber se durante o periodo revolucionário a seguir à independência beneficiou ou não de algum tratamento de favor pelo seu passado em comparação com as outras igrejas mais pró-colonialistas, ou se foi tudo tratado pela mesma bitola. 

http://noticias.sapo.mz/aim/artigo/553715072012181106.html
GUEBUZA DESTACA PAPEL DA IPM NA AFIRMAÇÃO DO NACIONALISMO MOCAMBICANO 
15-07-2012 Magude (Moçambique), 15 Jul (AIM) – O Presidente da República, Armando Guebuza, enalteceu hoje o papel da Igreja Presbiteriana de Moçambique (IPM) pelo seu papel na afirmação do nacionalismo moçambicano, elemento que foi fundamental para a libertação do país do colonialismo português.
A IPM é a atinga Missão Suíça, organização que surgiu em Moçambique em 1887 na sequência das expedições de missionários europeus para África. Hoje, os milhares de crentes e simpatizantes da IPM provenientes de diversos pontos do país e do estrangeiro juntaram-se na Paróquia da Antioca, distrito de Magude, para celebrar o jubileu da igreja pela passagem dos 125 anos após a sua criação.Igualmente,ESTA cerimónia, que foi celebrada sob o lema “125 Anos: Transformando Vidas em Jesus Cristo”, contou com a presença de membros do governo, encabeçados pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza.Falando na ocasião, Guebuza disse que a Missão Suíça desempenhou um papel fundamental na cristalização da matriz identitária e na forja do nacionalismo em Moçambique, ao despertar e acarinhar a vontade dos moçambicanos libertarem-se da dominação estrangeira........

Teresa CRUZ e SILVA, Lusotopie 1998, p. 397-405 - Educação, identidades e consciência política - A Missão suíça no Sul de Moçambique (1930-1975)*
Com o desenvolvimento da guerra, as relações entre o Estado e a Igreja, no geral, atingiram uma crise severa. A eleição de Eduardo Mondlane (educado na Missão suíça) para presidente da Frelimo–Frente de libertação de Moçambique, e a adesão ao movimento nacionalista de vários jovens saídos das Igrejas protestantes, muitos dos quais se juntaram à Frelimo no exterior, aumentou as suspeitas do regime. A detenção massiva pela polícia política de crentes e líderes protestantes, a maioria dos quais presbiterianos, em 1972, agudizou o clima de tensão já existente. O assassinato na prisão do presidente do conselho sinodal, Zedequias Manganhela, e do pastor José Sidumo, ambos da Igreja presbiteriana, levou esta crise a um ponto de ruptura. Só a queda do regime colonial em 1974 conseguiu pôr termo a este conflito entre a Missão suíça e o Estado colonial.

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