Doca da Capitania de LM: de 1929 aos tempos recentes de Maputo (2/8)

Continuando a série sobre a doca da Capitania de Lourenço Marques que se chama agora Porto de Pesca de Maputo e começamos o artigo com uma foto de Lindsay Bridge em 1969, há quase 50 anos:


FOTO 1
Vista da entrada na Doca da Capitania olhando-se de terra para o estuário. 

O presumível barco dos pilotos está a chegar à entrada da doca que se vê ser fechada do lado do estuário por duas pontes construidas em betão armado.

FOTO 2
Porto de pesca visto para terra em 2006. Foto de Yves Traynard

Nesta vista aérea provávelmente nos anos 60 temos uma vista mais completa do actual porto de pesca chamado também conforme as épocas doca da capitania, dos pescadores ou das pequenas embarcações. 


FOTO 3
Em primeiro plano a Doca da Capitania de Lourenço Marques, actual Maputo

Vê-se bem na FOTO 3 que a Doca da Capitania do lado esquerdo = poente era fechada por uma ponte com a mesma estrutura do resto do cais para onde tem continuidade na mesma linha recta e construída com estacas verticais e travessas em betão armado.

FOTO 4

Ponte a poente na entrada da doca vista do estuário
com a mesma guarita na extremidade que na FOTO 1 à direita

Ao fundo da foto de cima vê-se a muralha interior da doca do lado norte em que as manchas claras são pequenos barcos aí atracados.
Vê-se na FOTO 3 também que do lado direito = nascente a doca da Capitania era fechada por uma ponte que dá uma curva para o meio do estuário e mais longa que a primeira. Podemos ver a extremidade dessa ponte, vista de terra, na foto seguinte:

FOTO 5
Ponte a nascente = leste na entrada da doca com o estuário para o fundo.
 Mesma guarita cilíndrica (farolim) na extremidade que na FOTO 3 à direita.

Na ponte a nascente = leste da doca da FOTO 5, a sua forma curva avançando para o estuário que se vê bem na FOTO 3 e o facto da sua construção ser tapada dos lados têm a ver com a necessidade de protecção da entrada na doca relativamente à ondulação que vem da baía ou seja desse lado a nascente. No entanto nesta foto dos anos 10/20 pode ver-se essa ponte ainda com a estrutura em betão tal como era e continuou a ser a ponte do lado oposto à entrada, pelo que me parece essas placas laterais terão sido colocadas na parte mais avançada posteriormente à construção que foi de entre 1915 e 1920. Note-se aí também que em tempos recuados não existia farolim na extremidade dessa ponte.
Segundo um leitor o acesso era permitido à ponte do lado poente (a da FOTO 4) onde se encontravam sempre pescadores, enquanto à ponte do lado nascente (a da FOTO 5) o acesso teria de ser pelo lado da doca seca e deveria ser reservado.
Na FOTO 6 seguinte estamos dentro da doca vendo-se a ponte em estrutura de betão armado e a guarita do lado da ponte-cais correspondentes à FOTO 4. Vê-se que havia grade de protecção do lado interior da doca mas nas FOTOS 3 e 4 pode-se ver que ela terminava depois da curva junto à entrada, quer dizer o lado do estuário essa ponte não tinha esse resguardo e a razão seria o ser local de atracagem dos navios.

FOTO 6
Barco à vela tendo entrado na doca vindo do estuário
e navegando para oeste em direcção à escadaria para subir para terra

Na FOTO 6 vê-se a chaminé dum barco fora da doca que devia ser dos pilotos da barra ou de um rebocador. Vê-se ainda os candeeiros (sem lâmpadas?) com haste torcida que já vimos nesta mensagem.
Na FOTO 7 seguinte vemos (a partir do interior da doca) ao fundo a ponte que fecha a doca do lado poente = oeste = do cais, que dizer a ponte que fica do lado esquerdo na FOTO 3.


FOTO 7
Barcos de pescadores atracados no lado poente
da doca da capitania 
cerca de 1929 

Os barcos da FOTO 7 para saírem para o estuário tinham de contornar a ponte que se vê ao fundo primeiro pela esquerda para depois saírem virando à direita. Com atenção pode-se ver por trás do mastro do barco mais à esquerda uma guarita do mesmo tipo da que se via na mesma ponte nas FOTOS 4 e 6. Se olharmos para a FOTO 3 estes barcos estão atracados no interior da doca em posição que seria mais ou menos na direcção da proa do barco de guerra (de cor azulada) atracado no exterior da ponte oeste = poente da doca.

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