Sobre este edifício do antigo hospital de Lourenço Marques (LM) que foi construido pela expedição das Obras Públicas entre 1877 e cerca de 1880 e que foi demolido cerca de 1940, começamos com uma foto de Santos Rufino publicada em 1929 e aqui adaptada e da qual o original está ao fundo do artigo:
A legenda de Santos Rufino para a foto de cima é: "Outro edifício histórico: Pavilhão central do antigo hospital de LM que foi também residência de Irmãs de Caridade, antes da implantação da República, e onde hoje estão instaladas as repartições da Agricultura, Veterinária e Serviços Indígenas".
Comentário do HoM: as irmãs deviam ser as enfermeiras do Hospital por isso residiam aqui. No entanto após a proclamação da República em 1910 que era anti-clerical, um iluminado deve tê-las mandado viver para outro lado.
Este edificio foi primeiro usado como Hospital Militar e Civil que por volta 1910/12 foi mudado para as novas instalações do Hospital Miguel Bombarda. Depois foi utilizado para escola secundária como se explica na mensagem sobre o Liceu 5 de Outubro e só depois passou a ser o Edifício das Repartições.
Segue-se uma foto da fachada principal com muito pouca resolução. Aparece ao centro do largo, onde nas vilas portuguesas havia o histórico pelourinho, uma fonte segundo Alexandre Lobato (AL).
Por seu lado APL disse no livro "Pedras Que Já Não falam" que este fontanánio montado a meio do largo da Igreja era em ferro forjado e um dos mais bonitos da cidade.
Ao tempo da foto de cima essa fonte devia estar em trabalhos, com uma escada pendurada e uma rampa do lado direito. A data desta foto é desconhecida mas o local estava mais arranjado do que noutras fotos antigas e viam-se algumas casas ao fundo à direita.
Para esclarecer a posição deste hospital em termos actuais, na montagem seguinte e a partir do Mapa de 1925/26 marquei no Google Earth a posição do que desapareceu entretanto na zona, que foi o edifício e a Rua do Hospital que lhe ficava nas traseiras. Na montagem em baixo vemos a foto actual e o mapa de 1925/26:
Segue-se uma foto da fachada principal com muito pouca resolução. Aparece ao centro do largo, onde nas vilas portuguesas havia o histórico pelourinho, uma fonte segundo Alexandre Lobato (AL).
Ao tempo da foto de cima essa fonte devia estar em trabalhos, com uma escada pendurada e uma rampa do lado direito. A data desta foto é desconhecida mas o local estava mais arranjado do que noutras fotos antigas e viam-se algumas casas ao fundo à direita.
Para esclarecer a posição deste hospital em termos actuais, na montagem seguinte e a partir do Mapa de 1925/26 marquei no Google Earth a posição do que desapareceu entretanto na zona, que foi o edifício e a Rua do Hospital que lhe ficava nas traseiras. Na montagem em baixo vemos a foto actual e o mapa de 1925/26:
MONTAGEM
Branco: Hospital Militar e Civil, onde ele teria estado na cidade actual
Azul: cercanias do antigo Hospital e da actual Catedral
Carmesim: actual Hotel Rovuma, antigo Prédio Funchal
Azul escuro e branco: catedral católica, actual
Amarelo: edificio actual que foi do jornal Diário da Igreja Católica
Castanho escuro e claro: edifício que foi das Associações Económicas,
actual Ministério da Administração Estatal
Cor de rosa: Palácio da Rádio com 3 volumes, sendo o central mais elevado
Verde claro: esquina do que foi a Central Telefónica Automática
Verde escuro: limites da antiga Igreja Paroquial
Na zona delimitada por:
Verde: Av. Marx, antiga Arriaga
Vermelho: Av. Lenine, antiga Augusto de Castilho
Amarelo: Av. Min, antiga ANDRADE Corvo
Castanho: Av. Josina + Rua da Rádio, antiga 5 de OUTUBRO
Roxo: antiga Rua H(enrique). de Sousa
Castanho claro: Rua da Igreja
Mais metro menos metro, conclui-se que o Edifício das Repartições, primeiro Hospital, esteve em parte sobre o terreno do Hotel Rovuma (prédio Funchal) e ao lado da metade mais a sul da Catedral. A partir daqui também se percebe que as ruas pequenas fora da quadrícula da zona do Hotel (Prédio Funchal) até à 24 de Julho vêm do tempo em que havia o Largo da Igreja (SERPA PINTO).
A imagem seguinte mostra a Rua do Hospital, que existiu pelo menos até 1926/26, mesmo a chegar ao topo superior da Av Aguiar, actual Samora.
Na transversal pela esquerda a actual Rua da Rádio e na sua perpendicular a Av. Aguiar descendo para a Baixa da cidade |
A foto de cima de entre 1904 e 1908 foi tirada no ponto preto O no mapa de cima. Esta rua desapareceu cerca de 1940 ao ser absorvida pela Praça Mousinho, actual da Independência. Na foto vê-se o carril do eléctrico da linha da Ponta Vermelha a aparecer à esquerda e a curvar para a Baixa. Pode-se verificar que a Praça foi desenhada com o centro exactamente neste cruzamento, quer dizer a rotunda ficou centrada mais ou menos no ponto de onde se tirou a foto. Por isso pode-se dizer que a rua desapareceu mas "está lá". O que parece ser o quarto edifício à esquerda de 2 pisos de que se vê a varanda é o Hotel Clube e os edifícios da esquina até lá foram demolidos para se criar a Praça.
Eis a foto original de Santos Rufino de 1929 a partir da qual tentei reconstruir o que deve ter sido o original sem os medalhões com os dois responsáveis pelas repartições por essa altura e como se via na primeira foto deste artigo.
Pavilhão central do antigo hospital de LM e onde passaram a estar as repartições da Agricultura, Veterinária e Serviços Indígenas |
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