Avenidas novas junto ao cais de LM: nos anos 50 (4/4)

Na FOTO 1 tento imaginar onde teriam sido no porto de Lourenço Marques, actual Maputo duas (a terceira foi feita como previsto) avenidas próximas do cais que estavam bem definidas no mapa que vemos em baixo e que foi publicado já na república ou seja de 5.10.1910 em diante e que depois se diluiram no resto do porto.

FOTO 1 possivelmente dos anos 50
Amarelo: antiga Av. Teixeira de Sousa, segundo o mapa
Verde claro: antiga Av. Cândido dos Reis, segundo o mapa
Verde médio: antiga Av 18 de Maio, actual Mártires de Inhaminga
Castanho escuro: muro e vedação do porto ainda actual 
encostado à actual av. Mártires de Inhaminga
Verde escuro: Verde escuro: muro inicial do recinto portuário

A 28 de Maio era ao tempo da FOTO 1 (e é agora) das três avenidas que vemos em cima a única aberta à circulação pública.
Mas por volta de 1910 a situação tinha sido diferente. Temos aqui o mapa antigo do porto em frente à Baixa vendo-se a Praça Azeredo à esquerda, actual dos Trabalhadores e à direita a doca dos pequenos barcos ou da Capitania, actual de pesca.

Mapa de 1910 +. Porto em frente à Baixa
Norte para cima, nascente = leste para a direita
Amarelo: Av. Teixeira de Sousa 
Verde claro: Av. Cândido dos Reis
Verde médio: Av. 18 de Maio
Verde escuro: muro inicial do recinto portuário
Castanho escuro: muro dos anos 50/60

As zonas pintadas a rosa no mapa ainda só estavam planeadas. Do lado direito ainda não tinha sido aterrada a zona para sul da fortaleza, etc. Viam-se três avenidas traçadas na zona aterrada junto ao cais para sul da urbe inicial entre a Praça Azeredo, depois Mac Mahon e agora dos Trabalhadores e que eram:
- Teixeira de Souza (TS) era a que ficava mais próxima do estuário e também a que já estava construída com maior extensão, para o lado esquerdo (poente = oeste). Os armazéns do porto que se vêm na FOTO 1 ao fundo eram já os que aparecem no mapa desenhados e pintados a azul. Vê-se um conjunto de três com coberturas mais claras e mais para o fundo um conjunto de dois, todos junto ao cais. No mapa são os que aparecem em baixo do centro para a direita (3 mais 2, e com um pequeno já mais para o interior como se vê também na foto).
- Cândido dos Reis (CR) era destas três novas avenidas construidas no aterro para o porto a que ficava ao centro. 
- 18 de Maio, que depois se chamou 28 de Maio e agora é a Mártires de Inhaminga,, a que ficava mais para o interior (norte) e foi construida por onde tinha sido a praia original. 
Como se pode ver no mapa estava previsto estas 3 avenidas passarem para lá = esquerda = oeste da actual Estação dos CF (e entre esta e o cais). Dava-se a entender que se ia aproveitar os novos aterros feitos para o Cais para criar um novo polo (de crescimento) para a Baixa mas isso não aconteceu. Mas como se pode ver na FOTO 1 já nos anos 50 as antigas avs. CR e TS estavam dentro do recinto do porto como vias de circulação interna e os antigos seus nomes tinham caído no esquecimento.               
Analisando isto o que me parece ter acontecido foi que, em relação aos que foi construído inicialmente e ao que estavam planeado em 1910 houve necessidade de aumentar o espaço de armazenamento coberto e descoberto do porto bem como lá disponibilizar novos serviços que necessitavam de novas construções. Terá sido por isso que a avenida CR, que antes estava fora do muro gradeado do recinto portuário (que se via aqui imediatamente para sul da avenida a sul da praça 7 de março) passou a estar dentro do novo muroe só a 18 de maio, depois 28 de maio e actual M. de Inhaminga ficou fora do novo muro e disponível para trânsito civil.
Relembremos então como era a situação da avenida que no mapa estava marcada a "verde claro" em 1907:

FOTO 2
Avenida "verde claro" (Cândido dos Reis) vista para oeste

Tinhamos então em 1907 o muro com vedação inicial à esquerda = sul da avenida "verde claro" (Cândido dos Reis). O novo muro do recinto do porto foi colocado do lado sul da 18 de maio "verde médio" uns 50 metros à direita = norte desta avenida.
Série sobre estas avenidas aqui.
Ver também os artigos da série sobre os armazéns do porto.

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