Vamos aqui mostrar bastantes imagens dum edifício militar construído pela expedição das Obras Públicas liderada pelo futuro General Joaquim José Machado que chegou a Moçambique em 1877. A construção iniciou-se em 1879 e concluiu-se em 1888 após várias paragens.
Se repararem o seu estilo acastelado com (falsas) ameias faz lembrar os edifícios da Alfândega, do Batalhão número 4 e do Quartel do Alto Maé construidos nessa altura, o que não é de admirar sendo os seus projectistas engenheiros militares. Mas era mais natural o paiol e os quartéis serem assim do que por exemplo a alfândega/tesouraria/secretaria provincial.
Um paiol armazena materiais explosivos e por razões de segurança da população era compreensível que fosse afastado do burgo. Mas como este estava rodeado por pântano na altura se o paiol fosse atacado por forças adversas a sua defesa não seria imediata/fácil. Por isso não sei que disposições seriam tomadas por exemplo em situações avaliadas como de mais risco, mas o que é certo é que o paiol sobreviveu a periodos conturbados e acabou por morte natural com demolição que tinha já acontecido em Outubro de 1919 (ausente nas fotos de Shantz do aterro).
As primeiras três fotos são tiradas do alto da barreira para o burgo/estuário e têm o paiol sempre à esquerda.
Um paiol armazena materiais explosivos e por razões de segurança da população era compreensível que fosse afastado do burgo. Mas como este estava rodeado por pântano na altura se o paiol fosse atacado por forças adversas a sua defesa não seria imediata/fácil. Por isso não sei que disposições seriam tomadas por exemplo em situações avaliadas como de mais risco, mas o que é certo é que o paiol sobreviveu a periodos conturbados e acabou por morte natural com demolição que tinha já acontecido em Outubro de 1919 (ausente nas fotos de Shantz do aterro).
As primeiras três fotos são tiradas do alto da barreira para o burgo/estuário e têm o paiol sempre à esquerda.
FOTO 1
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Foto de trabalho do Professor Arq. Luis Lage
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A FOTO 1 é posterior a 1904 pois a Fazenda/Biblioteca já estava construída. A maior parte dos navios ainda eram veleiros mas já se vê duas chaminés fumegantes de vapores no cais.
FOTO 2 - FOWLER, 1885-87
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| Ainda em construção tanto o edifício maior como o pequeno |
Assim a FOTO 2 indica que a conclusão do paiol foi o mais tardar em 1887 isto é 10 anos depois da chegada da expedição. Por trás do paiol pode-se ver que o pântano ainda não estava completamente seco e que ainda não se tinha começado a construir a actual Av 25 de Setembro. Por isso sem dúvida que esta foto é anterior a 1889.
FOTO 3 - BOREL
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| De cerca de 1900 segundo o site delagoabayword |
FOTO 4 - LAZARUS I, 1899-1908
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| É nesta foto que se nota melhor que no interior das "muralhas" o paiol tinha edifícios com dois telhados no sentido norte-sul |
O paiol estava sobreelevado em relação ao nivel do resto da Baixa, o que se confirma nesta imagem em que aparece pela primeira vez o edifício dos paços do concelho inaugurado em 1901. De notar que o paiol devia ter uma area non aedificandi em seu redor mas que no que respeita ao que lhe ficava para sul não parece ter sido respeitada.
FOTO 5, pós 1901
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Antiga câmara municipal/tribunal à esquerda do paiol
que se encontra a cota bastante mais elevada (equivalente a mais de 2 pisos)
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MAPA de 1903 com o PAIOL (antigo)
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Vermelho: Na direcção da actual Av. Manganhela havia elevações de terreno
por isso a rua foi inicialmente desviada para sul
Verde: Actual Av 25 de Setembro
Roxo: Actuais Av Lenine e Rua da Imprensa (Nacional)
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Como se pode ver o paiol ficava inicialmente perto do estuário pois não se tinham feito os aterros subsequentes nessa zona oriental da baixa da actual cidade de Maputo. Para se ter disponibilizado o terreno onde estão agora mais ou menos a piscina do Desportivo e os pavilhões do Desportivo e do C.D. Maxaquene foi necessário retirar a elevação aqui à vista na FOTO 5 sob o paiol. Como isso foi feito entre 1915 e 1920 foi essencialmente manual e não terá sido muito fácil. Foi de uma parte da terra daqui retirada que se fez o aterro da enseada entes estava bastante próxima do seu local (ver neste e noutros artigos ligados esse tema com mais detalhe)..
Outro ponto a notar é que nesta altura havia no burgo o quartel do Batalhão n.4 na Baixa e o quartel do Alto Maé e suponho havia já uma força militar na Ponta Vermelha e que este devia ser o paiol comum a todos eles. O paiol também devia armazenar pólvora para uso civil.
Mais um artigo específico sobre o paiol aqui.
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