Xilunguíne de Alexandre Lobato. HoM: ponto da situação e próximos passos nos tópicos da história da cidade

Alexandre Lobato - Edição de 1970
Lourenço Marques, Xilunguíne 
BIOGRAFIA DA CIDADE

O HoM nasceu principalmente para mostrar as vivendas art deco/modernistas do Maputo dos anos 40 ou 50 a que ninguém liga muito e que ainda são o marco visual principal da cidade.
Ora embalado pela onda fui entrando em temas históricos nos quais até agora o blog viveu num delicado exercício de equilibrio entre a especulação absurda e descoberta válida. Básicamente eu sou um leigo (e amador, fazendo o HoM nos tempos livres) que se limita(va) a olhar para fotos antigas encontradas um pouco ao acaso e depois a descobrir por mim e por umas consultas rápidas na net em sites congéneres umas coisas que podiam estar certas ou erradas e que podiam ser inovadoras ou não e a publicá-las sem muito controlo. O processo dessas descobertas (ou achados como lhes chamei) ou as dúvidas finais era muitas vezes explicado.
Ora proclamando (e reafirmando) os limites do blog (não é uma tese universitária nem deve servir de base para tal) acabo por ter, ao escrever uma coisas que são/serão lidas por alguém e em princípio consideradas como sérias, e usando um meio de comunicação com alcance verdadeiramente instantâneo e mundial que não esteve ao dispor dos autores de livros, a responsabilidade de não fazer grande asneira ao tratar da história da construção de Lourenço Marques actual Maputo. 

Óbviamente para mim era/é uma satisfação pessoal encontrar tópicos de história da cidade em que sentia que podia ir para além da informação disponível na net, que era (sem desprimor para os esforçados autores) normalmente legendas numas fotos ou abordagem rápida dos tópicos. Muitas vezes pensei e nalguma mensagens disse-o que não estava seguro se os casos em que eu pensava ser possivel acrescentar algo não estariam já explicados por exemplo em livros cujo conteúdo ainda não passou para a net ou que eu conhecendo-os não tinha tido a paciência de ler. 
E sempre achei que para a maioria dos casos a sua análise exigiria muito mais que as fotos que têm sido a minha fonte quase exclusiva, e muito mais que os meus limitados conhecimentos anteriores, a ausência de método de análise e as minhas falhas de raciocínio. Assim fui avisando que muitos dos tópicos históricos no HoM tinham de ser considerados "em desenvolvimento" e que muitas das minhas "descobertas" seriam no máximo "achados pessoais" e/ou relativos ao disponivel na Internet (e mesmo isso é dificil assegurar). 

Ora no meu baú familiar estava há mais de 40 anos o livro de Alexandre Lobato "Lourenço Marques, Xilunguíne" publicado nos anos 70. Com o novo interesse para o blog e com os novos conhecimentos resultantes da sua feitura, resolvi olhá-lo com olhos de ver e descobri o seguinte, não muito surpreendentemente:
-  Há no livro informação importante, como é natural vinda de um historiador profissional que estava no local, muito mais próximo dos acontecimentos e com acesso a arquivos e informação exlusiva. No entanto, agora podemos beneficiar nalguns casos de mais informação que está fácilmente acessivel via Internet e que não sei se seria do conhecimento de Alexandre Lobato
- Os tópicos cobertos no livro sobre construção da cidade são muito próximos dos que me têm vindo a interessar e há alguns que irei adicionar ao HoM;
- Bastantes coisas que eu supunha (embora com muitas reservas que acho que fui humildemente explicando ao longo das mensagens) ter "achado" estavam já explicadas no livro, mas algumas outras não estão/estavam;
- À primeira vista não descubro grandes erros no que publiquei mas irei verificando e corrigindo. Isto confirma o conceito de que uma imagem vale mais que mil palavras (as que eu não conhecia sobre esses assuntos). 

Conclusão: Com a utilização do Xilunguíne aumenta a carga de trabalhos no HoM. Irei rever o que já foi publicado (e para isso um blog é muito melhor que um livro) e nos novos tópicos históricos a cobrir irei passar a integrar sintéticamente o que o livro inclui de relevante. Perder-se-á nas mensagens um pouco da vivacidade do processo de descoberta mas ganha-se em simplicidade e consistência de conteúdo. 
Em muitos casos, como o livro tem fotos não disponíveis até agora na net irei incluí-las em novas mensagens sobre os assuntos já abordados. Recomendo vivamente a compra do livro (mas já não deve haver novos à venda) pois no HoM continuar-se-à a tratar os temas de forma relativamente ligeira e com foco na evolução da parte física da cidade. O HoM não aborda as motivações ou consequências culturais, económicas, políticas ou sociais mais profundas que circundam a construção da cidade. 
Pode parecer presunçoso ter feito esta mensagem mas sinto que devia a quem lê (e para começar à minha consciência) uma re-explicação sobre os limites, meus e do HoM.

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