Faculdade de Agronomia de Arq Alberto Soeiro de 1969 em Lourenço Marques (1/2)

Texto de André Ferreira adaptado: O primeiro exemplo de projectos por arquitectos exteriores aos serviços de obras públicas para equipamentos de ensino com propostas formalmente mais compactas e de maiores dimensões, resultantes de um novo enquadramento programático foi construído em 1969, inaugurando o Campo Universitário de Lourenço Marques, na Sommerschield. Apesar do ensino universitário estar implementado na capital desde 1962 as faculdades (com excepção de Medicina) tinham sido instaladas em edifícios existentes. O projecto, da autoria de Alberto Soeiro, destinou-se à Faculdade de Agronomia e Silvicultura, e propôs uma construção repartida em três volumes semi-autónomos, destinados às diferentes funções de um extenso programa: ensino e investigação nos dois corpos laterais de dois e três pisos, serviços (biblioteca, convívio, administração) no corpo central mais elevado.
Faculdade de Agronomia de 1969 do Arq. Alberto Soeiro
Corpo à direita mais avançado
Foto: Miguel Cintra Machado
O mesmo corpo lateral, parte do corpo central 
e parte do outro corpo lateral
Empena do corpo lateral esquerdo
Mais fotos mas com demasiada luz
Durante trabalhos de reabilitação das fachadas em 2013.
Com o corpo lateral esquerdo do edifício
Esboço inicial completo
Localização: Marcada com o ponto "azul" a posição donde foi tirada a primeira foto
O site da faculdade actual disse em tempos:
História: As actividades ao nível desta faculdade tiveram o seu início em 1963/64 com um total de sete (7) estudantes e quatro (4) docentes, havia apenas uma licenciatura com duração de 5 (cinco) anos - em Engenharia Agronómica.

Comentários

Anónimo disse…
Como ex-aluna da Universidade de Lourenço Marques e da Faculdade de Agronomia, posso dizer que a frequência inicial em 63/64 era mínima. Mas em 1965/66 quando entrei, éramos 20 alunos. Existiam duas licenciaturas, Agronomia e Silvicultura, que inicialmente funcionaram em pré-fabricados perto do cemitério S. José de Lhanguene, juntamente com as engenharias.
Ainda cheguei a fazer um exame no edifício novo que as imagens mostram, tendo terminado a licenciatura em Lisboa, em 1972. Os professores/docentes eram excelentes e o nível de qualidade do ensino era elevado, formando alunos bem preparados e sabedores. Grande parte deles leccionaram depois nas várias universidades portuguesas, em Vila Real, Évora, Aveiro, Lisboa. Basta dizer que estudávamos por livros maioritariamente em língua inglesa, uma vez que não existiam na altura "sebentas". Era um ensino moderno, com aulas de campo e visitas de estudo por todo o Moçambique, estando ainda a faculdade equipada com bons laboratórios e dois Land Rover.