Um prédio sempre a subir! Hugo Boss na Baixa de Maputo.

Este era um prédio antigo da cidade. Depois de um periodo degradado, a certa altura foi muito bem recuperado para uma loja de prestígio a quem ficaria bem o requinte histórico. Por isso tudo parecia estar bem em termos de preservação do património.
Prédio recuperado na Av 25 de Setembro 

O prédio fica entre a travessa que em tempo foi B(aluarte?) Norte e a Casa Elefante que por sua vez faz esquina com a Travessa da PalmeiraMas por trás dos panos MILANO e etc já a coisa se preparava:
O prédio deve ter tomado esteróides anabolizantes ...


... cresceu de repente e envidraçou. 

E ficou assim concluido, visto em Outubro de 2015

Uns tempos antes tinha estado assim:

Azul: prédio antes da dopagem
Verde claro: Casa Elefante
Preto: direcção da Travessa da Palmeira
Amarelo: direcção da em tempos Travessa B. Norte
Castanho: prédio da antiga Casa da Sorte (modas)

E em 1929 a Avenida da República (actual 25 de Setembro) frente ao Mercado tinha sido assim (Foto Santos Rufino) quando era moda colocarem-se alpendres e varandas mas o prédio de alvenaria em si era provávelmente o que agora são os 2 primeiros pisos:
Seta azul: actual Hugo Boss 
Seta Preta: Kiosk onde é agora o prédio mBIM
Seta Laranja: Hotel Avenida, actual Centro Cultural Brasileiro
Entre eles fica a actual Av. Karl Marx
Seta azul escuro: antigo Tabacos George
Vermelho: Prédios que depois foram demolidos
para abrir o prolongamento da actual Av. Karl Marx
Castanho: local da antiga Casa da Sorte
Verde claro: Casa Elefante
Preto: direcção da Travessa da Palmeira
Roxo: prédio da Telegrafia
Amarelo: direcção da em tempos Travessa B. Norte

A ampliação deste prédio levantou questões como se pode ver neste artigo, mas não no aspecto da preservação:
blog comunidademocambicana
Um prédio sempre a subir!
Na Avenida 25 de Setembro, mesmo defronte da sede do Millennium Bim, na cidade de Maputo, anda um edifício que não pára de subir. Durante muitos anos, o “dito cujo” ficou-se por um modesto “segundo andar”, condição que, pelos vistos, só foi bom enquanto durou. A dado momento, alguém com poderes sobre o edifício, decidiu alinhar mais fiadas por cima, numa “aventura” sobre a qual os munícipes da cidade das acácias devem andar ávidos de receber explicação.
Ora, porque alguém pode pensar que andamos com inveja de ver aquele prédio sempre a subir, queremos desde já deixar claro que não há nenhuma inveja ou coisa parecida, pelo menos da nossa parte. Até porque dá-nos algum gozo ver a nossa cidade crescer e, aqui, não interessa se para cima ou para os lados. Desde que não seja, claro está, para trás. A pulga que temos atrás da orelha tem outras motivações.
Razões de urbanização e urbanismo. Razões de ética e respeito para com as normas que regem a vida na polis. Razões de segurança. Por outras palavras, a nossa questão é saber até onde vai subir aquele edifício e, se não for pedir demais, ter garantias dos responsáveis desta cidade, de que tudo o que está a ser feito por cima daquele “pobre edifício”, vai de encontro às normas de segurança nas edificações. O nosso receio é que, com tanta distracção a que nos habituaram os responsáveis dos nossos municípios, algum dia aquele edifício ceda caso o objectivo ver o prédio sempre a subir não seja devidamente acompanhado pela necessária observância dos padrões de segurança e das posturas camarárias. Também estamos preocupados por os donos daquela obra não se ter recordado de colocar uma placa que indique a natureza do projecto, o engenheiro e fiscal do projecto, entre outras indicações habitualmente exigidas numa obra de construção civil. Que o digam os donos das obras que, sobretudo nos bairros periféricos da cidade, começam as suas construções sem aquela placa! O que normalmente acontece é que os fiscais do Conselho Municipal não tardam a chegar e, com eles, as pesadas multas a que o dono se sujeita devido à infracção. E para o caso do nosso prédio na 25 de Setembro, qual é a regra aplicável? As imagens, captadas pela objectiva do nosso colega Carlos Bernardo, ilustram a imponência com que aquele prédio vai subindo, subindo, subindo... Com todo o respeito devido, por favor, digam-nos o que está a acontecer ou pelo menos que as autoridades municipais nos garantam que estão “em cima da jogada”.

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