A zona de pântano na Baixa entre as actuais Avs. S. Machel e Guerra Popular até cerca de 1900. As doenças.
Com novas imagens do livro Xilunguíne vamos ver o pantâno que rodeava a parte ocidental da cidade de Lourenço Marques (actual Maputo) até ao fim do século XIX (19) no que agora é a Av 25 de Setembro.
Primeiro veremos a situação para poente (oeste) da actual Rua da Mesquita.por volta de 1890.
FOTO 0
Legenda original da foto: Lourenço Marques perto do pântano cerca de 1900 Vista para sudeste |
A FOTO 1 em baixo dá a vista completa da foto de cima. Os prédios com a fachada à vista eram a face norte da cidade virada para o que iria a ser a actual Av 25 de Setembro. Como do lado nascente (este) a avenida já estava aberta por volta de 1890, deduzo que a construção deste lado poente (oeste) da avenida foi pelo menos 10 anos posterior.
De qualquer maneira em 1903 foi construído o Mercado em frente a estas casas (às do lado esquerdo da FOTO 1) por isso a actual Av. 25 de Setembro terá sido traçada nesse curto espaço de tempo (embora estas datações de fotos antigas pelos autores do antigamente sejam para desconfiar pois já vi casos de erros claros).
FOTO 1 de 1900
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Prédios de 1900 que ainda existem como se comprova nas fotos em baixo (o que também permite localizar esta foto). Azul: Prédio na esquina da Av 25 de Setembro com a Rua da Mesquita Verde: Cúpula da mesquita original Laranja: Armazéns com topos triângulares Rosa: Prédio com duas portas e três janelas Castanho: Prédio na Consiglieri Pedroso, de que falaremos noutra mensagem |
FOTO 2 de cerca de 2010 | |||
Prédios existentes desde 1900 quando a Avenida ainda não estava construída
relacionando com a FOTO 1
Azul: Prédio na esquina da Rua da Mesquita (antigo Martha da Cruz).
Laranja: Topos que estavam como em 1900
Agora só um deles existe como se vê na FOTO 3 em baixo
Rosa: Prédio com duas portas e três janelas (antiga loja do A. Teixeira?)
relacionando com a FOTO 4
Preto: Prédio Santa Maria
foto de www.sulafrica.blogspot.com adaptada
|
FOTO 5 de 1885-86 clique na foto para aumentar |
Amarelo: corresponde à actual S Machel seguindo para sul para o estuário
e para norte atravessando o pântano
Laranja claro: Longitudinalmente, foi por aí que ficou a
berma sul da actual 25 de Setembro.
Vermelho: penso que é o prédio que nesta altura
ficava imediatamente para lá da linha de defesa (baluartes e palissada) e que anos depois na FOTO 4 aparece como Farmácia
Em primeiro plano: antigo pântano com
mais partes alagadas do que na FOTO 4. |
Completamos com esta mensagem e usando as imagens disponíveis, a apreciação do que era o pântano que inicialmente rodeava a "ilha" de Lourenço Marques e que começou a ser drenado depois de 1877.
Ver também mensagem sobre cheias na Baixa se estiver interessado em saber mais sobre o assunto do pântano e onde a Av. 25 de Setembro foi construida.
As doenças do pântano
Segundo Alexandre Lobato (Xilunguíne, páginas 225 e 226) que cita relatos da altura, a partir de Outubro com a estação quente o pântano libertava um cheiro insuportável ("de vapor de mortos que receávamos meter os narizes fora de portas") e começavam as febres (furunculose? "grandes tumores debaixo do braço, buracos de tal grandeza que não podia juntar o braço ao corpo, pernas inchadas") a afectar grande parte da população não autóctone (portugueses, ingleses e holandeses, pelo menos à medida que se foram tentado estabelecer). A mortalidade nas primeiras feitorias era muito grande e a vida era angustiante pela limitação de espaço e pelo espectro da doença.
Ver também mensagem sobre cheias na Baixa se estiver interessado em saber mais sobre o assunto do pântano e onde a Av. 25 de Setembro foi construida.
As doenças do pântano
Segundo Alexandre Lobato (Xilunguíne, páginas 225 e 226) que cita relatos da altura, a partir de Outubro com a estação quente o pântano libertava um cheiro insuportável ("de vapor de mortos que receávamos meter os narizes fora de portas") e começavam as febres (furunculose? "grandes tumores debaixo do braço, buracos de tal grandeza que não podia juntar o braço ao corpo, pernas inchadas") a afectar grande parte da população não autóctone (portugueses, ingleses e holandeses, pelo menos à medida que se foram tentado estabelecer). A mortalidade nas primeiras feitorias era muito grande e a vida era angustiante pela limitação de espaço e pelo espectro da doença.
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