Nesta segunda mensagem da série sobre o antigo Aeroporto Gago Coutinho (Torre de controlo aqui) falaremos do aspecto exterior da aerogare projectada pelo Arq. Cândido Palma de Melo, executada entre 1958 e 1960, inaugurada (oficialmente?) em Maio de 1963 e completamente demolida cerca de 2011/2012.
Sobre Gago Coutinho falaremos noutra mensagem pois muito antes de eternizar o seu nome na primeira travessia aérea do Atlântico Sul (Portugal-Brasil) em 1922 fez como oficial de marinha trabalho muito relevante em Moçambique.
Aerogare vista do exterior
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Em 1969 à chegada duma imagem de NS de Fátima a Lourenço Marques |
Vista um pouco mais afastada com o carro britânico (tipo Wolseley / Riley 1300) |
Texto do Arq. André Renga Ferreira: "expressão vertical das lâminas de sombreamento, das caixilharias de alumínio e dos pilares de betão armado salientes da fachada" .
Desenho de projecto pouco visível mas dá para se ver que iria ter 5 telhados arredondados |
Foto de 1965, vendo-se a torre de controlo para o fundo à esquerda
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Texto do Arq. André Renga Ferreira: "acentuada horizontalidade compensada pelo corpo vertical correspondente à torre de controlo, coberturas modulares curvas que pautam a fachada num ritmo suave e contínuo, elementos curvos de cobertura foram construídos 7 em vez dos 5 inicialmente projectados".
Como se vê na legenda o edifício acabou por ser estendido até ter 7 elementos curvos de cobertura mas o texto de base aqui seguido não esclarece se foi logo na altura da construção ou se foi depois. O que vemos nesta foto de 1965 é que havia pelo menos 5 (telhados arredondados) mas podia haver mais para a direita. Também sabemos que houve uma ampliação feita entre 1972 e 1974 e pode ter sido nessa altura que se passou dos 5 para os 7. Assunto a esclarecer.
Resto do texto HPIP e André Ferreira: Este projecto é
executado em Lisboa, por uma equipa chefiada pelo arquitecto Cândido Palma de
Melo e acompanhado em Moçambique pelo Serviço de Obras da Direcção Geral de
Aeronáutica Civil.
O edifício
compreendia um imóvel compacto, de volume simples, com o comprimento de 210
metros e a largura de 22,40 metros, servindo a ala esquerda para instalação de
serviços técnicos, a parte central para o movimento de passageiros e a ala
direita destinada aos serviços aduaneiros, sanidade, polícia e armazém
alfandegário. No piso superior estava instalado um restaurante e um
botequim.
Este edifício encontrava-se
implantado no remate de uma alameda de grandes dimensões e ladeado pelas
restantes construções de apoio ao aeroporto tais como hangares, edifícios de
serviços, casas do pessoal, aeroclube.
Esta aerogare viria ainda a sofrer obras de ampliação e
modernização entre 1972 e 1974.
A aerogare alberga num só edifício um conjunto
relativamente extenso e complexo de funções com igual eficácia e simplicidade,
organizadas segundo as regras do Estilo Internacional. O
resultado é um volume puro, ortogonal, de acentuada horizontalidade, compensada
pelo corpo vertical correspondente à torre de controlo e pelas expressivas
coberturas modulares curvas, que pautam a fachada num ritmo suave e contínuo. À
horizontalidade dos alçados é igualmente sobreposta a expressão vertical das
lâminas de sombreamento, das caixilharias de alumínio, e dos pilares de betão
armado salientes da fachada – nalguns casos, pintados numa cor diferente desta.
Para além
das eventuais alterações sofridas posteriormente à data de construção, o
edifício terá sido sujeito a várias adaptações ainda na fase de projecto, como
demonstra o desfasamento entre as imagens do edifício à data de inauguração e
os elementos de desenho recolhidos. Esta falta de concordância é sobretudo
visível nos elementos de sombreamento das fachadas (com mais coberturas
salientes e menos brise-soleils na obra construída do que no projecto) e nos
elementos curvos de cobertura (foram construídos 7 em vez dos 5 inicialmente
projectados, obrigando ao aumento do comprimento total do edifício).
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