Carvoeira Provay: posição do seu par de torres no cais

Volto ao tema das CARVOEIRAS cujo descrição mais correcta em 1937 era "sistemas elevadores para descarga de carvão e minério nos porões dos navios". Depois de aí falar da Mac Miller falaremos aqui principalmente da instalação da carvoeira do tipo Provay (ver foto mais explícita aqui e explicação "final" aqui).

Fotos Santos Rufino de c. 1929
Carvoeira do tipo Provay, um par

Na carvoeira Provay instalada em 1923 o carvão subia na passadeira rolante à esquerda e era despejado à direita para o porão dos navios.  O Eng Pinto Teixeira, director do porto e CFM em 1936, disse que a Provay gastava muita energia e pelos movimentos dados ao carvão destruía muito os blocos e provocava muito desperdício. Por isso dado o pouco carvão para exportação vindo da África do Sul usava-se a Mac Miller para o carvão e a Provay em 1936 estava parada há cinco anos (mas parece que foi adaptada nos anos 30 para carregar minério de crómio). 
A foto seguinte também de Santos Rufino mostra o recinto do porto bastante para trás das traseiras da estação de Caminhos de Ferro
Santos Rufino de c. de 1929
A carvoeira Provay (par de torres) e mais ao fundo a carvoeira Mac Miller (torre única)
Vemos agora a instalação da Provay em 1949 com contentores transportando o minério para o ponto mais alto:
O porão do navio atracado estaria para onde aponta e desce
a parte mais estreita do receptáculo do minério (primeiro carvão e depois crómio)
O Eng Pinto Teixeira em 1936 explicava também que o parque de carvão onde estacionavam os vagões que aguardavam descarga tinha 42 800 metros quadrados de área e que para o minério do crómio (cromo) havia um parque de 6800 m2. Esta foto dá uma ideia dessa descrição:
Carvão mineral nos vagões à espera de embarque
Ao fundo via-se o desajeitado guindaste das 60/80 toneladas
Uma curiosidade é que estas instalações do porto apesar de tão técnicas parece que faziam parte do imaginário da população em geral. Pelo menos é o que parece pela atenção que Santos Rufino e APL lhes dedicam, pelos postais em que aparecem e pormenor interessante porque até foram representadas numa exposição de trabalhos escolares ou do género (imagem de filme da Cinemateca Portuguesa de cerca de 1950:

Modelo da carvoeira Provay e do guindaste em exposição nos Velhos Colonos

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