Grandes vivendas clássicas de Lourenço Marques, actual Maputo (2)

Acho que esta vivenda ficava bem a um cardeal.
Talvez até seja mas o arcebispado católico parece ser nessa ainda.

Acho que à mão consegue-se indireitar aquele telhado

Na Av. Guerra Popular,
nota-se que é na zona com declive.

Na Ponta Vermelha mas difícil de perceber no geral
Estas vivendas devem ter sido construidas entre os anos 20 ou 30 no caso da da Guerra Popular e 50s caso da primeira. Em 1976 devem ter sido confiscadas aos legítimos proprietários (a regra para as manter é que só podiam ter uma e ter continuado a viver em Moçambique, se bem me lembro) e depois de uns anos na posse do Estado foram cedidas a novos proprietários (não sei bem o processo mas foi por "tuta e meia") que ficaram muito felizes da vida e com a evolução imobiliária (que era a esperada para a Capital de um país) quase instantâneamente ricos. 
Se pensarmos bem, por exemplo entre mais de 20 milhões de moçambicanos a primeira destas vivendas saiu a um deles determinado, enquanto que muitos ficaram (se ficaram) com uma palhota velha na Mahotas. Mas a vida é assim mesmo, o primeiro teve muita sorte e contra isso não vale a pena os outros agora terem inveja, que até é muito feio. 
Dou a primeira vivenda como exemplo ilustrativo do processo. Houve algumas que continuaram na posse dos legítimos proprietários e que podem depois ter sido mantidas ou transacionadas normalmente por eles, num processo (mas suponho que tivesse sido pouco comum) paralelo ao descrito. Outras propriedades confiscadas em 1976 foram devolvidas pelo Estado aos legítimos proprietários penso eu que em acordos mais vastos por exemplo os feitos com as igrejas para alguns dos seus bens.

Comentários