A Vila Algarve é uma grande vivenda de esquina que foi construida por Santos Rufino e depois foi vendida à PIDE (polícia politica do regime de Salazar) numa história que contamos nesta mensagem.
Na corrente mensagem vamos ver fotos deste edifício que se encontra abandonado há muito e à espera de se recuperar para um museu sobre a resistência. A maioria são de Ray Langsten de 2007 com excepção da última foto a cores que é de Le Vour'ch e é recente. Incluimos agora no fim uma foto de 1935 que mostra a Vila Algarve de origem. O SIPA refere obras de ampliação em 1950 mas não explica se elas foram a adição do segundo piso ou outras.
Noutra mensagem mostraremos os painéis de azulejos com pormenor.
Vista para nordeste à esquerda: fachada da Av. M. da Machava à direita: fachada da Av. Touré |
Vista para norte em frente: fachada da Av. Touré |
|
Pórtico na esquina e escadaria Do lado direito: fachada da Av. Touré |
Vila Algarve em 1935. Tinha um só piso inicialmente |
Vila Algarve / Sede da PIDE-DGS em Lourenço Marques
IPA.00031730
Arquitectura residencial unifamiliar, do séc. 20. Moradia de 2 pisos, eclética, de planta irregular e simétrica, apresentando painéis de azulejos naturalistas de início do século XX com temática alusiva a gentes e costumes algarvios.
Descrição
Planta irregular, simétrica, desenvolvendo-se em dois pisos com a zona de gaveto (O.) recuada em relação ao flancos voltados a NO. e SO., que são delimitados por uma cimalha com balaustrada, que encima todo o resto do edifício. No piso térreo, a zona de gaveto é integralmente ocupada por um longo alpendre com cobertura de telhado de uma água que se repete nos dois pisos sobre todas as portas. No piso superior, os rasgamentos dispõem-se de forma simétrica, com as portas (que apresentam bandeira envidraçada semi-circular) a serem marcados por três pequenos varandins, um no eixo de simetria e um em cada flancos avançado, sendo entre si separados por três janelas de dois batentes. Nos dois pisos da fachada, destaca-se a presença de um conjunto significativo de painéis de azulejos naturalistas (azuis e brancos com molduras em tons amarelados) do primeiro terço do século XX, com temática alusiva a gentes e costumes algarvios ("Farol do Cabo de São Vicente", "Pesca do Atum", "Olhão - Revolta contra ocupação francesa"), encontrando-se os de maior dimensão na zona alpendrada e pequenos medalhões no piso superior, bem como estreitos frisos verticais, pontuando as extremidades de algumas das faces do edifício.
Cronologia
1934 - conclusão das obras;
2008 - a Ordem dos Advogados moçambicana anuncia planos para o restauro e transformação do edifício na sua própria sede;
2011, Fevereiro - é anunciado que a Vila Algarve acolherá o futuro Museu da Luta de Libertação; o edifício faz parte de uma lista de 200 imóveis ("Catálogo dos Edifícios e Espaços Urbanos Propostos para a Classificação") de Maputo que a Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane irá propôr a classificação.
Intervenção Realizada
1950 - obras de ampliação.
Observações
O poeta moçambicano José Craveirinha (1922-2003) menciona a Vila Algarve e as suas experiências enquanto nela detido em alguns dos seus poemas - "Não sei se é uma medalha" (1967), "Vila Algarve (1ª versão)" (1988) e "Vila Algarve (2ª versão)" (1998).
Intervenção Realizada
1950 - obras de ampliação.
Observações
O poeta moçambicano José Craveirinha (1922-2003) menciona a Vila Algarve e as suas experiências enquanto nela detido em alguns dos seus poemas - "Não sei se é uma medalha" (1967), "Vila Algarve (1ª versão)" (1988) e "Vila Algarve (2ª versão)" (1998).
Comentários