Casa(s) junto ao pântano e ao paiol de Lourenço Marques: um alambique?

Abordo aqui uma casa junto ao pântano que rodeava o burgo inicial do lado oriental = leste junto à praia do Albasini. Esta casa ou casas como veremos só aparece claramente em duas fotos da zona e tem um pormenor interessante. Clique nas fotos para aumentar.
A FOTO 1 foi tirada de costas para a baixa, com a barreira da Maxaquene em frente e deve ser de entre o final do século XIX (19) e o início do XX (20). 


FOTO 1
Traseira da casa com aspecto recente e constituida por dois corpos.
 Paiol  ao fundo na barreira da Maxaquene depois do pântano
A FOTO 1 (de JEM que não são os irmãos Lazarus) teve de ser tirada dum sitio elevado e não muito distante, que nesta zona relativamente plana tinha de ser um prédio mais alto que a casa. O único nessas condições que existia pelo menos desde cerca de 1890 era a fundição, o que tendo em conta o local do paiol localiza a casa uns 50 metros na diagonal para o interior da esquina sudeste entre as actuais Av. 25 de Setembro e Rua da Imprensa.

FOTO 2
Verde claro: A fundição era na actual Rua da Imprensa
O segundo prédio a seguir a ela era a Cruz do Oriente 
na esquina com a actual Av. 25 de Setembro
Castanho claro: o paiol
Azul: Casa junto ao pântano seria/teria sido 
na linha entre a fundição e o paiol para poder ser 
fotografada como foi na FOTO 1

Na FOTO 2 não se podia ver a casa junto ao pântano porque estaria tapada pelo edifício ao comprido para sul da fundição. De facto não se sabe se estaria ainda no meio dos novos armazéns construídos por trás da fundição em direcção ao paiol ou se teria sido substituida por eles.

A FOTO 3 foi tirada da barreira da Maxaquene a olhar para a Baixa, quer dizer mais ou menos na mesma direcção mas em sentido oposto ao da FOTO 1. Na FOTO 3 não se vê o paiol que ficaria para a direita da objectiva mas ele é dessa altura pois aparece noutra foto do mesmo autor.  
FOTO 3
Foto de Fowler entre 1885 e 1887 
quer dizer mais de 10 anos antes da FOTO 1
Depois da barreira está o pântano 
(parece-me que com uma vala de drenagem) 
Vermelho: casas na linha de defesa,
direcção da 
actual Avenida 25 de Setembro

Rosa: uma casa mais antiga e mais agrupada com as outras
Azul:  A mesma ou outra casa no mesmo sítio junto ao pântano?


Diferenças da casa na FOTO 3 em relação à da FOTO 1 era ter uma grande vedação para o lado do estuário e não o alpendre para esse lado, e não ter o respiro no telhado e estar mais isolada. Entre a FOTO 3 e a FOTO 1 podem ter sido feitas modificações ou mesmo a casa ter sido reconstruida. 
Quanto à fundição (donde terá sido tirada a FOTO 1) parece-me vê-la na FOTO 3 por trás da casa e a certa distância (pode-se ver na direcção em que mais para o fundo estava a alfândega) mas é dificil garantir que seja ela.
E depois das FOTOS 1 (mais recente) e 3 (mais antiga) em que a casa junto ao pântano aparece (agora não sabemos se houve uma ou duas), deixa de haver imagens claras dela (s). O interesse pela casa vem principalmente de na FOTO 1 se vêr do seu lado sul um alpendre com uma chaminé que indicava existir aí alguma maquinaria (e duas escadas que indicavam estar-se ainda em trabalhos). Com os pipos cá fora pergunto: teria a casa um alambique para transformar por exemplo cereais (ou cana de açúcar ou fruta) em aguardente ou cachaça, super preciosa nesses tempos? Foi essa a razão para se ter construído o alpendre entre as FOTOS 3 (a mais antiga) e a FOTO 1 (a mais moderna) ou mesmo para se reconstruir a casa? O que haveria na casa própriamente dita, uma loja , uma residência? E por trás dela o edificio com tábuas verticais e telhado muito inclinado seria o quê?
FOTO 4
Preto: Sacos - cereais para fermentar, carvão para aquecer?
Branco: Um tubo a sair para um balde - do condensador do alambique?
Roxo: Pipos ou barris de madeira - para a aguardente?
FOTO 5
Um moderno alambique a vapor no Brasil
curiosamente também instalado num coberto exterior

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