Continuando nas proximidades do antigo Rádio Clube, vamos completar a primeira mensagem sobre o na altura Consulado Britânico construído na versão inicial em 1895 num grande terreno fazendo esquina entre as actuais Av. Lumumba, antiga Brito Camacho e a Av. Lenine, antiga Augusto de Castilho, na zona da Maxaquene/Central.
Podemos agora reparar que na primeira foto só há varandas com arcadas à frente e que nas seguintes aparecem varandas com arcadas laterais, o que sucedeu depois duma ampliação feita em 1904 e que implicou também o alargamento da varanda na fachada principal com mais um par de arcos.
Foto de JEM
Vista para nascente = leste. Varandas só à frente, por isso entre 1895 e 1904. Fachada para a actual Av. Lenine, nesta altura com um barracão junto à Avenida. |
Passamos à situação das varandas a toda a volta do edifício, rés do chão e primeiro andar pós 1904:
Foto de cerca de 1913
Vista para nascente = leste. O barracão tinha desaparecido. Fachada oposta à da Av. Lumumba à esquerda, fachada para a Av. Lenine à direita |
Foto dos Lazarus - entre 1898 e 1907 com as varandas pós ampliação de 1904
Fachada para a Av. Lenine à esquerda, para a Av. Lumumba à direita |
Foto Santos Rufino (SR) de 1929
Fachada para a Av. Lumumba à esquerda, a traseira, oposta à da Av. Lenine esta à direita e tem uma extensão |
O autor luso-moçambicano Pereira de Lima disse que a entrada principal era pela fachada à esquerda na foto de cima, quer dizer a fachada virada a sul ou para a Av. Lumumba mas normalmente o edifício é dito ser na Av. Augusto de Castilho
A planta do edifício deve ser rectangular próxima dum quadrado porque:
A planta do edifício deve ser rectangular próxima dum quadrado porque:
i. a fachada virada para a Av. Lenine tem três arcadas e duas frinchas verticais num corpo saliente central, e tem mais recuadas de cada lado do corpo central uma arcada igual às centrais e uma mais pequena;
ii. a fachada virada para a Av. Lumumba (sul) e a oposta a essa (norte) têm um só plano com 5 arcadas centrais e duas pequenas laterais. Como a fachada virada para a Av. Lenine tem as frinchas a mais deve ser um pouco mais longa que a outra.
Conclui-se daqui que ao vermos fotos do edifício ao longe temos de prestar atenção de que fachada(s) se trata(m). Se não tomarmos isso em conta podemos estar a ser enganados vendo alterações que não existiram.
E também se conclui que um trabalho que Pancho Guedes fez neste no consulado nos anos 50/60 pode ter sido de renovação do exterior mas sem grandes mudanças, e/ou ter sido de alteração do interior.
Vamos agora ver a posição do consulado em relação a outros dois edifícios históricos da mesma zona, ambos demolidos há muito, com fotos já conhecidas doutras mensagens em que ele não estava ainda construído.
Primeiro numa vista do estuário para norte:
Primeiro numa vista do estuário para norte:
Foto de Fowler de 1885 a 1887
Azul: Igreja Paroquial (ver foto mais em baixo)
Vermelho: Hospital de Todos os Santos
Branco: Local do futuro consulado
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Agora numa foto de Manuel Romão Pereira de 1889-1891 com vista para poente = oeste a partir do alto da barreira da Maxaquene:
Mesma legenda que a da foto de cima |
Vimos assim a zona ao alto da barreira sem o consulado até 1891. Mas ele já surge na foto seguinte posterior a 1895 onde temos a Igreja Paroquial com o consulado por trás. Lamentávelmente não se consegue ver nesta penúltima foto se a fachada lateral a sul tinha ou não varanda com arcada:
Vista para nascente = leste como na primeira foto em que se vê aí a sombra desta igreja a crescer do canto inferior direito. Igreja Paroquial e o Consulado separados pela actual Av. Lenine |
Finalmente uma foto recente do consulado para confirmação de que pelo menos a fachada virada para poente = oeste subsiste desde a primeira ampliação de 1905:
Fachada para a Av. Lenine (poente = oeste) à direita Fachada oposta à da Av. Lumumba (norte) à esquerda Edifício Tonelli ao fundo à direita |
A fachada para norte que se vê de perfil à esquerda da última foto, pelo que se vê parece igual à fachada oposta que se vê na foto em destaque na quarta foto, a de Santos Rufino (SR) de 1929.
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