Depois de termos falado sobre o Teatro Avenida (TA) e o passado desta zona da Av. da República, actual 25 de Setembro nesta mensagem e de termos depois mostrado o quarteirão (empena Pepsi), vamos agora ver os seus restantes pontos de interesse.
O primeiro é o edifício do Teatro Avenida (TA) que foi projectado pelo Arq. Tinoco (por exemplo do prédio mBIM) e seu associado Arq. Matos Veloso. Segundo o livro sobre Tinoco "Arquitecturas em África" os proprietários eram Fevereiro & Rocha.
FOTO 1
Foto recente do Facebook Alto Maé
Vê-se a parte de baixo do bloco do TA,
o andar de transição e o começo da parte de cima
O livro diz que Tinoco procurou na fachada elementos diferenciadores. Há assim um pódio integrando a entrada para o Teatro mais dois andares, por cima está o terceiro andar que é recuado (recuo que na FOTO 1 não se nota bem mas na FOTO 2 sim) ao que se segue o resto dos andares (tem 10 no total mais o rés do chão). Dá-me ideia que os dois primeiros andares têm mais altura e que do terceiro para cima as alturas são iguais o que poderá corresponder a uma divisão entre escritórios e habitações. Nota-se também as variações de brise soleils com diferentes combinações de placas horizontais e verticais.
FOTO 2
Foto da passagem dos anos 50 para 60
Na FOTO 2 vê-se o bloco do TA ao centro esquerda (lado sul) em vista para poente = oeste da Av. da República com ol terceiro andar recuado (pintado de preto).
Bloco do TA visto de frente nos tempos originais (TA com letras diferentes)
A FOTO 4 é de 2004 e encostado do lado direito do TA via-se o prédio da Empresa Moderna (EMOL), uma firma tradicional de Moçambique do ramo da papelaria, tipografia e edição. Aí vê-se mal mas esse prédio tinha linhas modernistas interessantes. Pode-se ver na FOTO 1 que actualmente está práticamente irreconhecível restando à vista uma coluna de betão mais saliente e a coluna principal foi absorvida pelas novas vidraças.
FOTO 4TA e EMOL ainda à antiga, em 2004
FOTO 5
Foto também da passagem dos anos 50 para 60 onde não se vê o TA que ficou para trás da objectiva à esquerda: começa com parte do prédio da EMOL.
Na FOTO 5 depois da EMOL vê-se um prédio moderno da Companhia de Seguros Tranquilidade que se bem me lembro tinha no rés do chão um grande restaurante com tema de touradas chamado Marialva. Depois desse prédio e chegados à esquina da Av. da República com a Rua da Imprensa vê-se marcado com seta vermelha um telhado inclinado de chalé de cerca de 1900. Funcionava nesse chalé a associação humanitária Cruz do Oriente que na FOTO 5 estava escondido por árvores densas e é um tema, assim como o que se passou até agora nessa esquina, que foi agora desenvolvido nesta mensagem.
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Para terminar o percurso nesta zona eis uma foto da antiga Av. da República vista no sentido oposto ao das FOTOS 2 e 5.
FOTO 6 |
Foto talvez do início dos anos 60, vista para nascente = leste Laranja: Av. da República, actual 25 de Setembro Azul: Prédio Casa Hillman Vermelho: o telhado do chalé da Cruz do Oriente |
Na FOTO 6 vê-se a empena oeste = poente do prédio dos Seguros Tranquilidade e mais alto sustentado no prédio para lá do do TA está o reclame da Fábrica Siesta. Ao fundo mais para o lado esquerdo vê-se a mata dos eucaliptos do aterro da Maxaquene que foi plantada nos anos 20-30 e estava ainda intacta por esses tempos.
Comentários
Grato por intentar mostrar a Cruz do Oriente e pela informçao sobre o Enfermeiro Bravo; RIP.
Eu tambem nao consigo encontrar uma fotografía razoável dessa instituiçao que lamento tenha desaparecido do panorama da nossa cidade.
Aproveito para o informar que o Restaurante que havia no r/c do edificio da Tranquilidade de Moçambique se chamava MARIALVA
Um abraço.
http://housesofmaputo.blogspot.lu/2015/09/o-primeiro-quarteirao-da-av-eduardo.html?q=cruz+do+oriente
Introduzi na mensagem o nome Marialva para o restaurante. Eu há 50 anos devo ter espreitado uma vez da porta para dentro uns 5 segundos e que me recorde vi talvez uma cabeça de touro, uns cintos grossos com os sinos (dos cabrestos) que estavam na parede em frente pois o resto maior da sala era para o lado direito da porta e que era tudo muito acastanhado. Fiquei com isso registado ténuamente mas com o nome que me disse agora parece que não me baralhei muito entretanto ...
Obrigado.
Realmente, depois de 50 anos, ainda mantem uma memoria invejável. O restaurante éra propriedade de um senhor Ribatejano de nome Feliciano António, que tinha uma machamba perto de Goba onde criava touros bravos para as corridas que se faziam na Monumental, da Av de Angola. Daí o estilo e ambiente do seu restaurante; Festa Brava, Fados e umas comidas a lembrar Vila Franca ou a Golega. Bons tempos ...
Um abraço.
http://digitalnoindico.blogspot.lu/2007/09/foi-em-tempos-o-restaurante-marialva.html
Quanto à Monumental uma correcção pois era na Av. Craveiro Lopes ou perto.
Cumprimentos.
Meneses fins dos anos 40 até principio anos 50. Apanhei lá algumas vacinas. O
1º restaurante Marialva situava em frente ao campo de futebol do Ferroviário
ex-Av:Luciano Cordeiro, só tenho uma prquena dúvida o nome do prédio seria
Glória ou Fátima (morei lá e todos os dias via o restaurante decorado com motivos Tauromáticos, só depois é que abriram um outro na ex_Av: da República.
Isso garanto eu.
Neste artigo
https://housesofmaputo.blogspot.com/2015/01/ediificio-fatima-av-guerra-popular.html
acrescentei há pouco a possibilidade desse tal prédio ser Glória porque um leitor falou nisso e pode ser que tenha lá estado escrito um G antes do FÁTIMA mas só pela imagem não se consegue certeza alguma. Cumprimentos.