Enquanto se foi escrevinhando o HoM, o dr. António Sopa escreveu para o HPIP uma história muito completa do mercado. Retiro daí e adapto o que me parece mais relevante com a devida vénia (sobre o primeiro mercado da cidade ver aqui):
Em 1889 foi decidido construir um edifício que deveria ser fundamentalmente em ferro, utilizar madeira e outros materiais, não podendo exceder a quantia de 15 a 20 contos. Mas mais tarde foi feito um projecto para construção em alvenaria pela repartição técnica municipal assinado por Fernando Maria Quintela. Entretanto, fez-se um aterro na zona onde tinha sido pântano e para onde estava previsto ser a Praça Vasco da Gama para nele se construir o mercado. A construção decorreu com normalidade, salvo algum atraso no fornecimento dos ferros do hangar vindos da Bélgica. As 18 lojas do bazar ficaram a ser 6 talhos, 6 mercearias, 1 botequim, 3 frutarias e 2 padarias. A inauguração foi em 1903 e custou 30 contos mais o custo da instalação eléctrica.
As primeiras tentativas de ampliação do mercado remontam a 1910, quando se pretendeu fechar todo o recinto, através do aumento da cobertura central, para abrigar os vendedores que se encontravam ao ar livre. Mas as únicas obras realizadas posteriormente envolveram a construção de uma segunda fachada, virada para a Avenida Marx.
Noto que estranhamente não há menção ao arquitecto Arquitecto Carlos Mendes que normalmente é referido como sendo o autor do projecto.
Vamos aqui cobrir algumas partes restantes do mercado. Na última mensagem tinhamos falado da zona descoberta e principalmente dos portões nos topos a poente = oeste e nascente = leste.Aqui começamos por nos focar no portão norte das traseiras que aparece à direita na foto seguinte (foto de delcampe.net)
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| Vista cerca de 1910 para noroeste da zona descoberta do mercado |
A foto seguinte mostra a mesma zona ao ar livre mas em dia de menor azáfama. Já é conhecida de quando falámos do que ficava exterior ao mercado, as Lojas coloridas na antiga Av. Álvares Cabral actual Manganhela que se vêm à direita frente ao portão norte do mercado.
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Vista para poente = oeste das traseiras do mercado com portão à direita
que ficava distante da Av. Manganhela
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Vê-se ainda na foto de cima o Ho Ling na esquina nordeste do cruzamento da antiga Álvares Cabral com a antiga Av. Paiva Manso, actual Magaia e um quiosque na esquina sudeste do mesmo cruzamento.
Outra foto do mesmo local e que será no máximo de 1905 atendendo à data carimbada no selo:
Outra foto do mesmo local e que será no máximo de 1905 atendendo à data carimbada no selo:
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| Kaffir Market = Mercado Africano em Lourenço Marques |
Mais tarde as traseiras do mercado parece-me que foram expandidas até à avenida e no início dos anos 50 esta era a entrada das traseiras, bastante diferente do que tinhamos visto em cima:
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| Entrada das traseiras = norte do mercado Vasco da Gama cerca de 1950-52 |
As duas fotos seguintes são dos anos 60 e de Carlos Alberto Vieira do livro "Recordações de Lourenço Marques". Na primeira para além das traseiras expandidas até à Av. Manganhela via-se um portão que parece diferente do do início dos anos 50.
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| Amarelo: Portão das traseiras do mercado para norte colocado mais afastado do edifício, muito mais largo e com cobertura em betão armado |
Na foto de cima não se via o portão do oeste mas dá ideia que teria tido modificação semelhante à do do norte.
Rodando uns noventa graus à direita a partir da foto de cima, temos em baixo uma vista para nascente = leste com boa parte da traseira do mercado. Conseguimos distinguir ao centro o telhado do hangar original, para a sua esquerda uns telhados de chapa ao comprido, depois outros mais quadrados e depois uma outra área aparentemente coberta mais irregularmente.
Rodando uns noventa graus à direita a partir da foto de cima, temos em baixo uma vista para nascente = leste com boa parte da traseira do mercado. Conseguimos distinguir ao centro o telhado do hangar original, para a sua esquerda uns telhados de chapa ao comprido, depois outros mais quadrados e depois uma outra área aparentemente coberta mais irregularmente.
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| Traseira e fachada lateral para poente = oeste do mercado nos anos 60 |
Na foto seguinte regressamos ao nível do solo e estamos na zona das traseiras que era inicialmente completamente descoberta. Nesta altura em parte continuava assim mas com balcões baixos em vez dos panos no chão e parecia intermediada com barracas de madeira e chapa.
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Turistas em corredor da zona das barracas em 1957
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Todos os artigos em que o mercado é mínimamente referido aqui.
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