Para além da sede em Lourenço Marques (LM) actual Maputo, o arquitecto Pancho Guedes (PG) interveio em muitos outros edifícios do banco Standard Totta (ST) em Moçambique e do seu irmão TS em Angola.
PG disse genéricamente sobre o seu trabalho para o ST: As agências eram todas diferentes mas por uma questão de identidade tinham algumas características em comum: os logos pintados de azul e branco, os balcões em mármore branco, as fachadas e portas feitas de madeira pesada e escura e as caixas de luz. Muitas vezes as fachadas transformavam-se em filas de T monumentais (HoM: devia referir-se aos logos com STs). Às vezes fazia desenhos "em cima do joelho" para as agências do banco ao viajar de avião entre cidades pequenas de Moçambique. A maioria das agências foi instalada em edifícios existentes, meio acabados ou a começar, e que eram alugados pelo banco. Às vezes, não havia prédios para alugar, eu projetava um novo e construía-se com pessoal próprio do banco.
Na sede do ST em LM pudemos já ver a aplicação deste princípios no mármore do balcão e nas madeiras na entrada. Nesta mensagem começamos por três imagens duma sala principal do banco que parecem-me não ser da sede de LM, e que talvez sejam da Beira ou de Nampula dado a grandeza.
Na sede do ST em LM pudemos já ver a aplicação deste princípios no mármore do balcão e nas madeiras na entrada. Nesta mensagem começamos por três imagens duma sala principal do banco que parecem-me não ser da sede de LM, e que talvez sejam da Beira ou de Nampula dado a grandeza.
Candeeiros no interior, iguais aos de LM, presumo que desenhados por PG |
Candeiros na coluna, caixas de luz na trave e nos tectos. Balcões de mármore branco com friso escuro (de madeira?). |
Para conjugar com a foto de cima, pode-se ver o senhor da camisa azul e branca aos quadrados que está de costas e na mesma posição absoluta nas duas fotos. |
Tal como as três fotos de cima também não sei onde era |
E agora o famoso logo do banco numa localidade rural de Moçambique que também desconheço. A modernidade do banco, o estilo art deco da loja tradicional e a grandiosidade da paisagem circundante criam um quadro impressionante,
Standard Totta expandindo-se em Moçambique nos anos 60 com Pancho Guedes assumindo a batuta nas construções |
De Moçambique à contracosta (para variar) podemos ver o espectacular projecto de Pancho Guedes para o Banco Totta Standard (TS) no sul de Angola, antigo Porto Alexandre, cuja data é 1973-1975.
Os restos do TS em Tombua, antigo Porto Alexandre Repare-se na semelhança com o projecto de PG para a Igreja de S. Cipriano da mesma altura (aqui e o primeiro aqui) |
Como a guerra a sério em Angola começou em 1974 e se tornou total em 1975 o edifício de Porto Alexandre não deve ter sido completado.
Quanto a números, Magri e Tavares no livro "Pancho Guedes" usando informação aparentemente dada pelo próprio PG ele fez 48 projectos para o Banco ST em Moçambique (em azul e branco) e 10 projectos para o TS em Angola (a preto e branco). Não era dito quantos deles foram realizados pois entretanto deu-se a revolução do 25 de Abril.
Ao colectar tantos factos e imagens referentes à pequena "tribo" que em África fez e potenciou que se fizesse o que aqui vai aparecendo, não posso deixar de pensar no que disse o poeta:
Não é verdade ... tanta pomba assassinada!
E eu continuaria:
Não é verdade ...
Tanta vida cortada!
Tanto recurso desbaratado!
Tanta leviandade de quem decidiu
desaproveitar esta energia,
tanta cegueira de quem pensava
que seria fácil fazer igual!
Mas "prontos", é o que dá ter estado do lado errado da história ... E siga a banda.
Quanto a números, Magri e Tavares no livro "Pancho Guedes" usando informação aparentemente dada pelo próprio PG ele fez 48 projectos para o Banco ST em Moçambique (em azul e branco) e 10 projectos para o TS em Angola (a preto e branco). Não era dito quantos deles foram realizados pois entretanto deu-se a revolução do 25 de Abril.
Ao colectar tantos factos e imagens referentes à pequena "tribo" que em África fez e potenciou que se fizesse o que aqui vai aparecendo, não posso deixar de pensar no que disse o poeta:
Não é verdade ... tanta pomba assassinada!
E eu continuaria:
Não é verdade ...
Tanta vida cortada!
Tanto recurso desbaratado!
Tanta leviandade de quem decidiu
desaproveitar esta energia,
tanta cegueira de quem pensava
que seria fácil fazer igual!
Mas "prontos", é o que dá ter estado do lado errado da história ... E siga a banda.
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