Vistas sobre o jardim e a Baixa da cidade de Lourenço Marques, actual Maputo

De cima do prédio Tonelli construído lentamente de 1954 a 1958 vários fotógrafos foram tirando fotos para poente = oeste sobre o Jardim Botânico focando o lado mais para poente da Baixa da cidade de Lourenço Marques, actual Maputo. Vamos ver algumas dessas fotos e tentar precisar as datas em baixo.

FOTO 1
Vista para poente = oeste da cidade
vendo-se ao fundo a zona indústrial do Língamo na Matola
FOTO 2
Foto de Carlos Alberto Vieira, álbum "Recordações de Lourenço Marques"
Clube de ténis no Jardim Botânico em primeiro plano.
Casa Coimbra
 na Baixa à esquerda na Av. da República
e guindastes da ponte-cais por trás.
FOTO 3
Vista mais próxima dos prédios da Av. D. Luis, actual Samora
que borda o topo poente = oeste do Jardim Botânico
A FOTO 3 é a mais recente destas primeiras, pois só nela surge o Prédio Sanguinhal de 1958 na posição centro-esquerda-superior. Isso permite afirmar que as FOTOS 1 e 2 são anteriores a 1958. 
A descrição geral das vistas nestas três primeiras fotos é quase equivalente. No primeiro quarteirão para oeste do jardim  e separado dele pela na altura Av. D. Luis actual Samora, na sua esquina sul está o prédio dos Seguros Lusitana (ainda na versão inicial) no cruzamento com a actual Av. Manganhela. Podem-se ver/adivinhar depois subindo a actual Av. Samora, o café e o teatro Gil Vicente e acima deste na esquina com a Av. Fernão de Magalhães o prédio João Ferreira dos Santos (JFS) de três pisos. Vê-se ainda que seguindo pela Av. Fernão de Magalhães, para trás do JFS vemos o prédio da Pastelaria Ateneia (era o da quinta foto aqui), depois a Associação Chinesa e o resto do quarteirão como vimos aqui. Acima da esquina do JFS está o prédio Montepio/TAP (na FOTO 2 dele só se vê o volume avançado mais baixo cujas colunas são as estátuas). Do lado direito das FOTOS 1 e 3 vê-se mais ao longe a traseira da Repartição Técnica das Obras Públicas que já faz face à avenida seguinte paralela à actual Av. Samora e que é a actual Av. Marx, antiga Manuel de Arriaga.

A FOTO 4 oferece como as anteriores uma vista próxima sobre o jardim mas não sei de onde foi tirada porque é anterior ao Prédio Tonelli.

FOTO 4
Foto de Fernando Morgado reproduzida do site delagoabayword.
Sem Prédio Tonelli na Baica e muitos outros edifícios
Maiores diferenças da FOTO 4 no que respeita a edifícios mais próximos em relação às fotos anteriores são a ausência dos prédios modernos acima do Teatro Gil Vicente. Nessa esquina da actual Av. Samora com o início da Av. Fernão de Magalhães parecia haver uma casa antiga em vez do JFS e depois para poente havia muito arvoredo sob o qual devia estar o pagode chinês. No resto do quarteirão seguindo até à esquina com a actual Av. Marx e rodando depois à esquerda até ao prédio Lusitania de 1931 (o que fica na esquina do quarteirão diametralmente oposta à do JFS) se havia construções eram térreas, o que é uma situação muito anterior à que se observa nas FOTOS 1 a 3.

Lembro que numa das mensagens sobre néons da Baixa havia uma foto que foi tirada a partir do Palácio da Rádio que fica uns 200 metros para a frente e para a direita do Tonelli (ver seta preta na FOTO 5 em baixo) e por isso tem mais ou menos as vistas das fotos de cima. 

A FOTO 5 foi tirada duma parte mais alta da cidade mas mais ou menos na mesma direcção das outras. Dá-nos a perspectiva mais recuada do Jardim Botânico e do resto que se foi vendo em cima e permitindo ver o Prédio Tonelli à esquerda. A data é de cerca de 1960 pois construia-se o Prédio Funchal (do lado direito) e será então a foto mais próxima no tempo da FOTO 3 que era das quatro primeiras a única posterior a 1958.

FOTO 5
LaranjaPrédio Tonelli
Verdediagonais do Jardim Botânico
Castanho: Seguros Lusitana
Azul claro: Cine-Teatro Gil Vicente
Azul escuro: JFS
Vermelho: Prédio Montepio/TAP
Roxo: Prédio Sanguinhal
Preto: Palácio da Rádio (relacionado com a FOTO 4)
Branco (canto superior direito): Zona industrial do Lingamo/Matola
A última foto foi tirada ainda mais de longe do que a FOTO 5 mas aproximadamente na mesma direcção das outras. 

FOTO 6
Cidade de Lourenço Marques na primeira metade da década de 1950
Vista para poente, da alta para a baixa da cidade
Pode-se ver imediatamente que não havia o prédio Tonelli tomando como referência, ao centro esquerda da foto e antecedendo a mancha verde do Jardim Botânico, a torre da central telefónica e ao seu lado direito a torre do Palácio da RádioNa direcção do jardim mas no quarteirão anterior na diagonal vê-se o consulado britânico de traseira de que quase só se via o terraço na FOTO 4. Vê-se a seguir a ele o depósito de água da esquina nordeste do jardim que se vê muito bem na FOTO 5. 
Estas fotos dão-nos uma melhor ideia, embora à distância, da Baixa da cidade (nas suas zonas central e ocidental) vista para poente, desde o início dos anos 50 até aos 60 do século XX (20).

Comentários