Mais sobre a barreira da Polana: temporais em Lourenço Marques em 1953

As primeiras informações (imagens e texto) seguintes são da publicação Moçambique Documentário Trimestral (DT) que foi digitalizada e incorporada na Biblioteca Digital da Memória de África através de protocolo para a cedência de conteúdos assinado entre a Caixa Geral de Depósitos e a Fundação Portugal-África. 
Texto do DT: Na noite de 31 de janeiro para 1 de fevereiro de 1953 chuvas torrenciais causaram um grande aluimento de terras na encosta da Polana (em Lourenço Marques, actual Maputo). As terras arrastadas inundaram e quase soterraram os chalés da praia.
Foto do DT: Na época da chuva de 1953 na Praia da Polana. 
Os chalés ficavam entre a praia à esquerda e a barreira à direita
Um dos chalés, o passeio marginal e a praia da Polana depois do aluimento.
Terá havido vítimas pessoais?
Estes chalets = chalés do início dos anos 50 eram diferentes dos iniciais de 1929 no tamanho e por terem chaminé como se vê também na primeira foto.  
Nas fotos de cima podemos ver palmeiras e as árvores que também aparecem junto aos chalés nesta vista aérea de Carlos Alberto Vieira incluída no álbum "Recordações de Lourenço Marques" e com a barreira ainda em estado próximo do natural.
Vista para poente: zona da praia da Polana antes dos trabalhos na barreira
à esquerda: balneário                     à direita: chalets como os de cima
amarelo: ao alto da barreira o limite 
da traseira (zona da piscina) do Hotel Polana
Como foi explicado em detalhe aqui (e aqui para a zona uns 200 metros mais para norte), cerca de 1955 esta zona próxima do Hotel Polana tinha sido completamente transformada. A barreira íngreme, irregular e florestada de cima tinha dado lugar a uma encosta alisada com declive de cerca de 30 graus e as construções à beira mar tinham sido demolidas.
Vista para sul: zona da praia da Polana depois dos trabalhos da barreira
 amarelo:  limite da traseira do Hotel Polana (que também parece modificada)
Trabalhos desta envergadura e impacto na vida da cidade certamente que não foram planeados e orçamentados dum momento para o outro. Quer dizer não terão sido uma consequência directa dos aluímentos de 1953, mas esses também não devem ter sido caso único. Até agora tinha justificado a transformação da barreira principalmente pela necessidade de se criar espaço para alargar a estrada marginal mas pelo que vemos podem ter sido também para resolver o perigo da instabilidade da barreira/encosta. Os chalés que terão sido tão afectados como o da segunda foto em 1953 não devem ter chegado a ser reabilitados antes da demolição.
O ano de 1953 parece ter sido difícil para a cidade porque poucos dias depois aconteceu um tornado cujas fotos foram incluidas na mesma reportagem:
Lourenço Marques em Fevereiro de 1953

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