Aprofundando a vista do Rio Incomáti em Marracuene, a cerca de 30 Km a norte de Maputo, veremos primeiro a sua margem oeste = poente cerca de 1929 e depois saltaremos para os anos 50. Esta localidade deve ter sido idealizada segundo os mesmos princípios da Bela Vista, também numa margem elevada mas do rio Maputo.
Ponte de desembarque de Marracuene na margem direita do rio em vista para norte. |
Na foto de cima observa-se que para montante da vila o rio vira para a direita (NE) e vê-se então mais da sua margem direita com dunas.
Esta ponte de desembarque de passageiros onde acostavam pequenos barcos era muito mais sofisticada do que a anterior de madeira construída no mesmo local. Ver aqui tentativa de explicação para a ponte parecer tão importante - terá sido por barco no início do século XX (20) a única ligação a Lourenço Marques?
Continuamos com vistas semelhantes à de cima, mais ou menos da margem direita do rio para norte.
Continuamos com vistas semelhantes à de cima, mais ou menos da margem direita do rio para norte.
Legenda em 1929: "Tomando fresco com o rio ao fundo" |
Cerca de 1929: Vista do cimo da encosta onde está povoação para norte, com a ponte à direita. O rio a cerca de 2.5 km para montante torna a virar à esquerda |
Segundo informação do antigo residente Sr. Celestino o edifício com chaminé junto ao rio seria a central eléctrica da vila.
Seguem-se fotos de cerca de 1950 da visita em grupo a Marracuene do Documentário Trimestral reproduzidas do site Memórias de África.
à esquerda: subindo do rio pela encosta à direita: ao fundo da encosta o barco da excursão aos hipopótamos |
Um pouco mais tarde a meados dos anos 50, o rio e a ponte de desembarque de passageiros na conhecida foto de Lu Shih Tung.
Comparando com 1929 a ponte e o edifício (central eléctrica) eram os mesmos. A encosta tinha sido ajardinada |
Segue-se um dos poucos postais produzidos depois da independência de Moçambique, penso que nos anos 80:
Encosta em Marracuene na margem direita do rio que se vê para montante |
Na foto de cima notava-se que a antiga central estava já bastante degradada. Não se via a ponte desembarque junto à vila pois teria sido demolida entre os anos 50 e 60. Presumo que o final dos anos 50 ou início dos 60 se deve ter procurado nova zona para colocar uma ponte de desembarque para batelão e que permitisse também acesso aos carros e por isso onde a encosta fosse menos pronunciada. Ao fundo da foto de cima vê-se o batelão que transportava carros e pesoas através do rio para acesso à margem esquerda do rio e à praia da Macaneta (nesse local foi construída recentemente um grande ponte).
Na foto de cima vê-se uma linha de comboio a atravessar os jardins que parecia não existir nos anos 50. Veremos noutra mensagem a história dos combóios em Marracuene.
Para finalizar uma foto do Sr. Celestino de cerca de 2008.
Foto mais recente. Ao fundo a ponte-cais dos batelões. A antiga central em ruína. |
Nessa altura o Sr. Celestino dizia que havia sinais de recuperação estética na vila e parecia optimista. Mas como se constata, na zona que temos acompanhado desde cima, a natureza estava aceleradamente apagando o esforço que várias gerações tinham feito ao fundar e embelezar Marracuene. Que c'est triste (Venise).
Comentários
https://housesofmaputo.blogspot.lu/2017/08/detalhes-de-vila-luisamarracuene-e.html
e no fim tem a ligação ao seguinte. Se tiver algum comentário ou correcção a fazer agradecia. Cumprimentos.