Segundo informação duma antiga aluna o Instituto Portugal (IP), uma escola privada com internato masculino e feminino e que inicialmente tinha sido na Ponta Vermelha como foi descrito aqui, mudou em 1961 para um prédio originalmente de 3 pisos na rua Gov. Álvaro de Castro, actual Rua de Tchamba na zona do Hospital/Polana. Nessa altura era seu director e proprietário o Engº Elmano Caleiro, que residia no edifício.
No edifício, confirmando-se pelo portal do Governo, está actualmente instalada a sede do Ministério de Cultura e Turismo de Moçambique. No exterior, à frente está muito bem conservado e só se notando pequenas modificações a nível exterior quanto a preservação. No entanto na parte recuada o terraço murado inicial foi agora edificado e na parte lateral estão as "inevitáveis marquises".
Vista para leste - nordeste das fachadas principal e lateral sul |
Outra vista semelhante, notando-se a construção acrescentada ao terraço posterior |
Mais duas vistas com a fachada principal do segundo edifício do Instituto Portugal |
O edifício pode ser localizado na conhecida panorâmica de Carlos Alberto Vieira do álbum "Recordações de Lourenço Marques"
Vista para leste com o Hotel Polana a menos de 1 km para o fundo = leste Seta azul: edifício do IP visto de frente. Notava-se o terraço posterior que era mais baixo e que está agora edificado. Laranja: Rua Gov. Álvaro de Castro, actual Rua de Tchamba Verde: Av. Gomes Freire, actual Kankhomba Linha azul claro: Av. 31 de Janeiro, actual Neto Vermelho: Topo norte de recinto do Hospital ainda sem o bloco actual. |
Essa foto panorâmica é anterior a 1958 porque o novo bloco do Hospital que fica no topo sul da Rua da Tchamba ainda não tinha sido construido. Daí pode-se concluir que o edifício aqui referido não foi construído de raiz para o IP.
Agora duas imagens recentes e complementares às de cima do edifício e da zona:
Antes da mudança para este edifício, um dos alunos do IP foi Joaquim Chissano que viria a ser o segundo presidente de Moçambique independente. Talvez em 1956/57 o jovem Chissano inscreveu-se no IP para frequentar o quinto ano de letras e o sexto de ciências e suponho depois concluir aí os estudos liceais (ao completar-se o sétimo acedia-se ao ensino superior). O ex presidente Chissano que nas memórias é muito amargo sobre a sua vida antes do exílio, para além de mencionar as boas notas que conseguiu nos exames no ensino oficial como aluno externo vindo do IP, referiu-se com detalhe e muito positivamente à escola e aos seus professores concluindo essa parte do capítulo nos seguintes termos "O ambiente no Instituto era muito agradável, havia amizade entre os alunos e entre estes e os professores".
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