Finaliso a apresentação da colecção de fotos de George Woods sobre os caminhos de ferro de Moçambique, mais os da Rodésia e Marrocos, aqui em parte reproduzida com a devida vénia e que está no flickr. E como se pode ver pelos seus outros álbuns o gosto pelos combóios tem-no levado a todo o mundo e continua bem presente.
Reparando em que a deslocação de George Woods a Lourenço Marques à procura de locomotivas a vapor tinha sido em setembro de 1973 pensei que podia estar relacionada com a guerra israelo - árabe do Yom Kipur *. Como a ela se seguiu um boicote dos países árabes no fornecimento de petróleo a países ocidentais, pensei que Portugal e a África do Sul que era um país tecnológicamente avançado, tivessem sido forçados nessa ocasião a recorrer a locomotivas a vapor (alimentadas a carvão, combustível de que ambos os estados eram exportadores) que estivessem já semi-postas de lado, facto do qual os entusiastas britânicos pelas máquinas do passado se teriam aproveitado.
* só depois reparei que as fotos de Ron Fisher também sobre combóios a vapor em Lourenço Marques que aparecem no site himniver e as de Geoff Plumb são de 1972.
Mas como essa guerra foi em outubro de 1973 concluiu-se que a preponderância nos CFM das máquinas a vapor que se tem visto aqui foi anterior à guerra e não foi por isso uma situação excepcional directamente motivada pela falta de petróleo ou pelo aumento do seu preço pós guerra. No entanto os dois países poderiam ter antecipado essa eventualidade e as suas consequências e feito a mesma adaptação com tempo pelo que haveria uma relação com a guerra mas menos directa.
Resumindo, fiquei surpreendido por ainda haver tantas máquinas a vapor no sul de África em 1972 e 1973, conclui que provávelmente não foi uma excepção conjuntural, e adiante.
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