A actual Av. Lenine foi antigamente chamada Augusto de Castilho e Elias Garcia e é a mais longa avenida vertical (ao estuário) da antiga cidade de cimento. Na Baixa a sua continuação até a uns 100 metros do estuário ocupa 3 ou 4 pequenos quarteirões chamando-se aí Rua da Impensa por nela se localizar a Imprensa Nacional.
Temos aqui três fotos da Revista Colonial de cerca de 1910 no ou próximas do eixo Av. Lenine - Rua da Imprensa. A primeira delas é na Rua da Imprensa a uns 60 metros do início da actual Lenine e logo após uma acentuada descida da parte alta da cidade.
FOTO 1
Estação de incêndio (bombeiros) de Lourenço Marques em 1914 |
Tinhamos visto aqui na FOTO 2 a versão inicial deste edifício e vê-se na FOTO 1 que em 1914 estava-se-lhe a acrescentar a torre ou esta parte já tinha sido feita e simplesmente acrescentavam-lhe só a sua parte superior. Como esta FOTO 1 torna-se claro que a torre apareceu por ampliação em altura do lado à esquerda = norte do edifício da estação com dois pisos. Aplicando agora a esta FOTO 1 o que dissemos no artigo anterior terem sido as fases consecutivas de construção do conjunto :
A. edifício do centro para a esquerda na FOTO 1, foi o primeiro do conjunto (o da foto acastanhada) e era o que ficava mais a norte = do lado da esquina com a continuação da Av. Álvares Cabral, actual Manganhela;
B. edifício do centro para a direita na FOTO 1 com as três entradas de parte superior arredondadas que ficava mais a sul no quarteirão = do seu centro para a esquina com a Av. da República, actual 25 de Setembro;
C. a torre erguida a partir da parte mais à esquerda do edifício B.
D. pirâmide quadrangular no topo da torre que parece ser posterior a C.
A foto seguinte já conhecida no HoM é de 1928 e confirma-se aí que nesse ano se tinha atingido a fase C pelo menos.
FOTO 2
Rua da Imprensa com a actual Lenine a começar a subir ao fundo. À esquerda = oeste a Imprensa nacional, à direita = leste a estação de incêndio |
Embora não fosse muito nítido na FOTO 2 parece que a pirâmide que se via em construção no topo da torre da estação de incêndio em 1914 na FOTO 1 tinha sido desmantelada. A ausência da pirâmide nessa torre confirma-se em três fotos dos anos 50/60, o porquê disso ter acontecido ignoro:
MONTAGEM 1
Bombeiros da Baixa de diferentes ângulos com a torre sem pirâmide no topo |
Para completar, podemos ver um pouco mais da zona da estação de incêndio ou de bombeiros com outra foto antiga da Revista Colonial mostrando em primeiro plano a Av. Álvares Cabral, actual Manganhela que cruza na perpendicular a Av. Lenine - Rua da Imprensa precisamente onde essas duas se juntam, isto é logo acima da estação das fotos vistas em cima.
FOTO 3
Vista sobre o jardim Vasco da Gama a subir a encosta em 1914 |
A foto pode ser bem localizada porque ao alto do jardim na FOTO 3 vê-se o pináculo da igreja Paroquial. Pela posição deve ter sido tirada da traseira do prédio dos Correios. A Av. Lenine não se vê daqui mas passaria "na vertical" a uns 100 metros para a sua direita.
Continuando a subida pela actual Av. Lenine e quase a chegar ao seu ponto mais alto que é o cruzamento com a actual Av. Mondlane, antiga Pinheiro Chagas, olhando de novo para a Baixa tinhamos em 1907 a vista da FOTO 4. É assim a terceira foto antiga da Revista Colonial, neste caso mostrando uma grande casa do lado esquerdo = nascente = leste da Avenida que nunca tinhamos visto antes completa.
Como em 1907 a Baixa não tinha ainda aterros ao fundo desta avenida o estuário estava mais perto do que actualmente. Do lado direito na foto aparece o terreno da Missão Suíça de que temos falado frequentemente. Por perto estava a clinica do Dr. Garin e nesta mensagem sobre as duas casas na Av. Afonso de Albuquerque, actual Touré que ficam depois do terreno da Missão Suíça e se vêm de frente na FOTO 4, na sua FOTO 3 até tinha aparecido um pouco da vedação desta casa e da barraca que estava para baixo dela.
Ver aqui fotos novas e antigas da Av. Augusto de Castilho: mais em cima e mais em baixo.
Série completa sobre a estação de incêndio de LM aqui.
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