Depois de ter falado aqui dum artigo sobre uma visita em 2016 a Maputo, eis um artigo no blog "Never Ending Footsteps" escrito no princípio de 2017 intitulado MAPUTO: MY LEAST FAVOURITE CITY IN THE WORLD ou seja "A cidade para mim menos favorita no mundo".
A autora Lauren, tal como o outro autor, ficou com a impressão que a cidade, para ser cru, é um monte de lixo, prédios a cair e buracos nos passeios, sem interesse nenhum para além da estação dos Caminhos de Ferro. Para mais sendo de raça branca, jovem, com "ar saudável" e viajando sózinha foi constantemente e insuportávelmente "galanteada" pelos locais. Mas Lauren descreve uma mudança de atitude (se isso aconteceu mesmo ou se é só para tornar o artigo mais interessante resta saber) do primeiro para o segundo dia da visita que a levou depois a apreciar os contactos pessoais mais positivamente e a circular mais à vontade.
Nos comentários há quem discorde da sua avaliação dizendo que a cidade é melhor que "isso", que a Lauren não esteve nas melhores zonas, o que reflecte a dicotomia já muito aqui falada e por isso estas mensagens no HoM chamam-se "Maputo também é terceiro mundo" e não "Maputo é terceiro mundo". A diferença está relacionada a meu ver com a perspectiva e espectativa. A da Lauren era de que sendo "isto" a cidade de cimento esperaria que fosse melhor do que é normal serem os subúrbios do terceiro mundo (que a propósito ela por princípio acha que não se deve visitar nos chamados "tours da pobreza"). A de quem tem opinião contrária é básicamente que se ela tivesse ido para a Ponta Vermelha/Polana/Sommerschield não teria visto "isso". Mas convenhamos que o "isto" da Lauren deve ser no Bairro Central e Baixa, quer dizer no coração da cidade de cimento e bastante afastado dos subúrbios, por isso é estranho que alguém queira que os turistas "reduzam" a cidade de cimento a digamos um sexto do que ela físicamente é só para ficarem com boa opinião dela. Óbvio que nos tempos coloniais havia diferenças de ambiente entre digamos a Polana e o Alto Maé mas não eram TÃO gritantes como são agora e o problema actual está aí, e não por onde os turistas resolvem ir. Sobre esse tema ver também aqui a propósito dos senhores escandinavos que até podem ser muito pró-terceiro mundistas na terra deles ou em teoria mas na prática ...
O artigo tem várias fotos de boa qualidade e com a devida vénia selecciono as que me impressionaram mais sob o ponto de vista do "É pena que Maputo seja agora terceiro mundo". Outras fotos são os tradicionais "postais" de turista da cidade antiga com uns 45 anos em cima de manutenção deficiente e que não vale apena repetir aqui.
Sobre a primeira foto em baixo e que resume a discussâo de cima disse a Lauren: You might think I’m being selective with my photos in this post, but I’m genuinely not. The entire city looked like this, and I was walking around the supposedly beautiful part of it!
Sobre a primeira foto em baixo e que resume a discussâo de cima disse a Lauren: You might think I’m being selective with my photos in this post, but I’m genuinely not. The entire city looked like this, and I was walking around the supposedly beautiful part of it!
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| Legenda comprida (ver em cima). Foto do início de 2017. |
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| Sem legenda mas a seguir diz: So, do I recommend spending time in Maputo? Nope. |
A foto seguinte é da antiga General Machado, actual Guerra Popular junto ao cruzamento com a antiga Álvares Cabral, actual Manganhela. A zona já fez, também pela negativa, parte deste artigo no HoM.
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A Lauren gostou da sua acomodação mas ao olhar pela janela deve ter pensado que estava em Alepo:
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| Vistas da janela do meu quarto |
Esta é uma boa foto da antiga Rua Araújo com aspecto relativamente aceitável. Vemos à direita o Hotel Carlton a seguir à Travessa António Furtado do lado norte da rua Bagamoyo e que está claramente a precisar de sérios trabalhos de manutenção. Vê-se ainda à esquerda o prédio do Paulino Santos Gil antigo bem estimado, penso ser do Estado, e depois os prédios históricos da DBLS a precisar de nova recuperação. Ao fundo aparece uma nova torre me que leva a crer que a baixa histórica da cidade não será preservada.
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| As ruas de Maputo |
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| Sem legenda (para poente = oeste o quarteirão do Negresco, aqui também) |
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