Continuando a descrição anterior muito baseada no Volume III da História do Caminho de Ferro no livro de Alfredo Pereira de Lima (APL), em 1914 mantendo-se a direcção do Eng. Costa Serrão concluiu-se uma extensão total de 903 metros na ponte-cais Gorjão do porto de Lourenço Marques, actual Maputo.
Segundo APL houve duas frentes de trabalho em sentido oposto que se encontraram em 1914 num ponto intermédio como se vê na foto seguinte.
FOTO 1
APL: ligação do muro cais em 1914
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O que está escrito directamente em baixo da foto é: "ligação e conclusão dos trabalhos em cimento armado". Pode ver-se que isto aconteceu junto aos "armazéns especiais" que se vêm à esquerda e cujo centro ficava mais ou menos na direcção da Rua da Mesquita e este local e o método de construção está relacionado com a segunda foto castanha deste artigo sobre o método das estacas em betão armado em sistema Hennebique.
Suponho que o momento de cima seja aquele em que a construção de ponte-cais em betão armado vinda do lado oeste e visível na parte inferior da foto (na quase totalidade para expansão) se tenha encontrado com a construção idêntica vinda do lado leste (que substituiu a ponte cais original em madeira).
Suponho que o momento de cima seja aquele em que a construção de ponte-cais em betão armado vinda do lado oeste e visível na parte inferior da foto (na quase totalidade para expansão) se tenha encontrado com a construção idêntica vinda do lado leste (que substituiu a ponte cais original em madeira).
Segundo APL em 1915 tinham-se atingido 1 048 metros de extensão de ponte-cais (no plano de 1965 que acho mais fidedigno diz-se 1 450 metros até 1914), tendo-se alcançado o ponto onde se instalou depois a carvoeira Mac-Miller e que ficava uns 670 metros para poente da fachada da estação de caminhos de ferro. Em termos de capacidade para navios atracados, se estimarmos que em média são precisos 100 metros para cada um, tinhamos então com os segundos valores em 1914 o cais com capacidade para acostagem simultânea de 10 navios.
FOTO 2
Ponte-cais Gorjão em 1915 com tabuleiro de 22 metros de largura |
Como se pode ver na FOTO 2 a ponte-cais estava aí com a largura (distância aos armazéns) e aspecto geral actuais e por isso todos trabalhos relatados e que se iniciaram em 1902 foram já nessa posição.
Para finalizar foto de Delagoa Bay (DB) onde aparece aí bem evidente uma ponte-cais construída com um tabuleiro sobre uma estrutura (pode ver-se que não era constituida por blocos maciços de betão). Não se consegue no entanto ter a certeza visualmente se esta estrutura era em madeira ou em betão e a secção de cais que aí vemos foi inicialmente em madeira e até 1908 tendo depois substituida por betão até 1914 por isso podemos ter um e outro caso.
Para finalizar foto de Delagoa Bay (DB) onde aparece aí bem evidente uma ponte-cais construída com um tabuleiro sobre uma estrutura (pode ver-se que não era constituida por blocos maciços de betão). Não se consegue no entanto ter a certeza visualmente se esta estrutura era em madeira ou em betão e a secção de cais que aí vemos foi inicialmente em madeira e até 1908 tendo depois substituida por betão até 1914 por isso podemos ter um e outro caso.
Espero que o material aqui recolhido sobre o essencial da construção do porto venha a ser útil a quem se dedique a este tema. Repito que este porto foi importante pela infraestrutura em si pois não teve par nas outras obras públicas da cidade e pelo papel determinante que teve no desenvolvimento da actual cidade de Maputo, da sua região e do país Moçambique.
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