Caminho de ferro entre Lourenço Marques e Pretória - a partir de 1889 e até à fronteira, com MRP

A primeira foto é de Santos Rufino e foi publicada em 1929:
Combóio de carga que tinha partido de Lourenço Marques
na margem sul do Rio Incomáti a caminho da Africa do Sul
A secção de linha férrea que vemos em cima tinha, uns trinta anos antes sido construida pelas autoridades portuguesas (a partir de finais de 1889 e após a nacionalização da concessão). Já dissemos nesta mensagem que essa secção final começa na estação de Incomáti até onde o concessionário inicial Mc Murdo tinha feito a inauguração em Dezembro de 1887 e termina em Ressano Garcia na fronteira com o Transvaal ou África do Sul. Tenho tido dificuldade em estabelecer os km na linha, por isso neste quadro coloco os km usados actualmente pelos CFM, os que apareciam no horário de 1909 e os das  legendas das fotos de Manuel Romão Pereira (MRP) que estão dentro dum intervalo de 1 km no máximo. 
Km arredondados das estações
e apeadeiros de LM até Komatipoort
É da construção dos 8 ou 9 km finais (do km 80 ao km 88 actualmente) a cargo das Obras Públicas portuguesas e do empreiteiro inglês contratado Ernest Sawyer e efectuadas em conjunto com reconstrução da parte inicial da linha de que vimos oúltimos kms aquias imagens que se seguem todas da autoria de MRP. Pela legenda de uma delas dá ideia que Mc Murdo depois de 1887 ainda se envolveu na construção duma ponte ao km 81,4 o que seria 900 metros depois da estação de Incomáti mas não terá feito muito mais de significativo nesta secção.
Apresento as fotos em sequência geográfica a partir de Incomáti. Vêm do Centro Português de Fotografia (CPF) sofrendo das deficiências de pixels e definição já apontadas. Na maioria são de pontes feitas em 1889/90 mas em que podem ter sido reaproveitadas partes das pontes iniciais dos primeiros 80-81 km. 
O leitor pode tentar descobrir algo mais pelo Google Earth, começando do apeadeiro de Incomáti (no resto dos artigos não tenho feito a distinção, chamando a tudo estação) e seguindo ao longo do rio para o fim da linha, movendo-se para cima e para a esquerda. Há mais pontes nessa secção do que mostro aqui e estão listadas ao fundo deste artigo.
# 30 - km 80,5 - Estação de Incomati. Vista geral
# 31 e 32 - km 80,7 e 81,0 - Última secção. Troço da linha marginal ao Incomati
# 33 - km 81,4 - Última secção. Ponte reconstruida no Km 81,4 pelo empreiteiro Sawyer
Pela legenda da foto de cima presumo que Mc Murdo tivesse chegado até ao km 81,4.
# 37 - Km 82,7 - Última secção. Viaduto de Mutoco
# 38- km 82,9 - Última secção. Ponte sobre a ribeira de Mutoco
# 40 - Km 84,7 - Ultima secção. Ponte no km 84,7
# 43 - Km 86,9 - Ultima secção. Ponte no km 86,9
E terminamos com o estado das duas primeiras estações de Ressano Garcia em 1890: 
# 45 - Km 88,3 (noutra legenda) - Estação provisória na fronteira
Noto que em cima se dizia "Estação provisória na fronteira" e noutra foto do mesmo local dizia-se "Estação definitiva em construção na fronteira" e noutra que não mostro aqui se dizia "Terminus da linha portuguesa". Normalmente era dito que a linha iria ter 90 ou 91 km mas vê-se na tabela de cima que terá tido entre 88 e 89 km (88,3 km na foto similar à de cima).   
Na última foto a estação provisória de Ressano Garcia com umas cabines do tipo das de Incomáti estava em primeiro plano mas ao fundo estava em construção a definitiva, um grande edifício de alvenaria que serviu depois até 1945, ano em que a estação actual modernista foi construída.
Neste artigo está uma selecção das imagens disponíveis no CPF. Aí há ainda mais duas repetidas, algumas outras da linha na margem do Incomáti de interesse relativo e há mais quatro de pequenas pontes com menos interesse e/ou visibilidade que as de cima. Fica aqui o registo dessas outras pontes:
# 39 - Km 84,4 - Ultima secção. Ponte no km 84,4
# 41 - Km 85,5 - Ultima secção. Ponte no km 85,5
# 42 - Km 85,7 - Ultima secção. Ponte no km 85,7
# 44 - Km 87,2 - Ultima secção. Ponte no km 87,2

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