Esta é uma das famosas fotos neo-realistas de Ricardo Rangel que tento agora localizar em Maputo, antiga Lourenço Marques. Foi tirada dentro do recinto do porto e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) mas não sei se antes ou depois da independência do país mas digamos será de entre os anos 70 e 90 do século XX (20). Ao fundo vê-se as grandes instalações da histórica firma Paulino dos Santos Gil já fora do recinto e que devia estar na rua do actual Alto-Maé B que tem (teve) o seu nome. Por trás dele nota-se bem a barreira do Alto-Maé com um prédio em cima do "plateau".
FOTO 1
Barbearia informal ao ar livre ao lado de rampa de viaduto |
Roxo: zona da barbearia informal Verde claro: rampa de viaduto do lado da barbearia, no interior do recinto do porto Castanho escuro: crista da barreira do Alto-Maé |
FOTO 2
Amarelo: parte interior da rampa do viaduto do lado da barreira
Azul escuro: Estrada da Estâncias na continuação da
Av. da República, actual 25 de Setembro.
Verde: parte interior da rampa do viaduto do lado do recinto do portoAv. da República, actual 25 de Setembro.
Laranja: curva ao fundo da rampa para o interior do recinto do porto
Podia-se ver ao longe este viaduto no sentido oposto ao da FOTO 2 numa foto de c. 1949, o ano anterior ao dela.
FOTO 3
Mesma legenda da FOTO 2 mais: Rosa: tabuleiro do viaduto visto do lado da estação de LM Castanho escuro: barreira do Alto-Maé, no canto superior direito da foto |
Na FOTO 3 o recinto do porto (e o cais e o estuário) estão para a esquerda das linhas férreas e a barreira e o interior da cidade estão para a direita. O viaduto servia então de ligação entre a zona de actividades da baixa que era acedida pela rampa amarela e o recinto do porto que era acedido pela rampa verde.
Procurando o viaduto na cidade actual, o que encontramos nesse local é uma construção aparentemente diferente. Olhando para a configuração que tinha em 2004 (lado esquerdo das FOTOS 4) vemos que a rampa do lado do recinto do porto tinha deixado de ser paralela às linhas férreas e tinha passado a fazer um ângulo de cerca de 45 graus.
E daí conclui-se que a FOTO 1 foi tirada com a mesma configuração de 2004 pois só com a rampa assim posicionada se conseguiria ver as instalações do PSG e a barreira. Por outras palavras, com a rampa do lado do recinto do porto como estava em 1949/50 paralela às linhas férreas (verde), se a barbearia fosse ao seu lado não se conseguiria ver na FOTO 1 o PSG e se se visse a barreira ela estaria muito mais longe e de viés.
Vemos então na FOTO 4 o viaduto dos CFM que em 2004 estava modificado em relação a 1949/50 mas compatível com a FOTO 1 (mais recente que as FOTOS 2 e 3) e que em 2018 ele estava parcialmente demolido do lado do recinto do porto.
E daí conclui-se que a FOTO 1 foi tirada com a mesma configuração de 2004 pois só com a rampa assim posicionada se conseguiria ver as instalações do PSG e a barreira. Por outras palavras, com a rampa do lado do recinto do porto como estava em 1949/50 paralela às linhas férreas (verde), se a barbearia fosse ao seu lado não se conseguiria ver na FOTO 1 o PSG e se se visse a barreira ela estaria muito mais longe e de viés.
Vemos então na FOTO 4 o viaduto dos CFM que em 2004 estava modificado em relação a 1949/50 mas compatível com a FOTO 1 (mais recente que as FOTOS 2 e 3) e que em 2018 ele estava parcialmente demolido do lado do recinto do porto.
FOTOS 4 (clique na foto para aumentar)
Verde claro: rampa do lado do recinto do porto diferente da das FOTOS 2 e 3 Roxo: zona da barbearia informal da FOTO 1 Preto: linhas férreas |
Resumindo localizámos o viaduto dos caminhos de ferro das fotos de 1949 e da de Ricardo Rangel e aprecebemo-nos da evolução que houve numa das suas rampas.
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